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Depois de escândalo da Raríssimas, Maria Cavaco Silva volta a apoiar causa solidária

12 Abril, 2018

«Futuros Presidentes» dá rosto e palavras a crianças moçambicanas. Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva marcaram presença na inauguração esta quarta-feira.

«A minha mulher, com o meu apoio, vai ser madrinha de um dos jovens moçambicanos», assegura o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. Na inauguração da exposição «Futuros Presidentes de Moçambique», projeto da Helpo, questionámos Maria Cavaco Silva sobre a descrença dos portugueses em instituições como a Raríssimas.

«Espero que esteja tudo a ser diferente. Esses momentos de descrença são importantes para abrir os olhos e depois para continuar e sermos mais exigentes», responde.

A ex-primeira-dama viu-se envolvida em dezembro no escândalo da alegada gestão danosa da associação Raríssimas. «Uma árvore não faz a floresta», dizia com esperança no momento em que exigia que se investigassem as contas da associação.

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Depois de percorridos os dois corredores da Assembleia da República, agora mais luminosos com os rostos de 20 crianças moçambicanas, o casal falou da ligação afectiva àquele país africano. «Vivi dois anos em Moçambique, os nossos primeiros dois anos de casados», conta Cavaco Silva. A esposa do ex-Presidente da República explica que foi professora em Maputo e que um «dos momentos mais felizes» da sua vida foi o regresso a essa escola, em 2008, numa visita presidencial.

Quem também esteve presente foi Jorge Sampaio. A caminho dos 79 anos e tendo passado o verão de 2017 com redobrada atenção médica, o antigo Presidente da República chegou mais cedo para percorrer com calma e sozinho os corredores da exposição. Sobre a problemática dos países em desenvolvimento, como é o caso de Moçambique, importa frisar que Jorge Sampaio foi recentemente reconhecido por Marcelo Rebelo de Sousa com o Grande-Colar Ordem do Infante D. Henrique.

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21 dias após ser operado ao pulmão, também Eduardo Ferro Rodrigues viu uma a uma as fotografias da exposição «Futuros Presidentes». Em declarações ao nosso site e com um aspecto visivelmente abatido, o presidente da Assembleia da República sublinha o desejo de que o Parlamento «seja um local de excelência» para este tipo de projetos. No púlpito de apresentação da exposição da Helpo, Ferro Rodrigues frisa que «subsistem desigualdades gritantes e manchas de pobreza chocantes».

«Em vez de estigmatizarem a imigração, os países desenvolvidos têm é de contribuir para o combate aos fatores económicos e sociais que estão tantas vezes por detrás das vagas migratórias, apoiando a segurança e a paz, incentivando a construção de instituições fortes, fomentando a autonomia da sociedade civil nos países mais vulneráveis», afirma.

Manuela Ramalho Eanes, antiga primeira-dama, também estava presente na exposição que está no Palácio de São Bento até ao dia 16 de abril, segunda-feira. A «Futuros Presidentes de Moçambique», com textos de Ricardo Henriques e fotografias de Luís Mileu, pretende sublinhar a importância do acesso à educação. Vinte fotografias que contam e dão rosto a vinte histórias de crianças das regiões circundantes de Cabo Delgado e Nampula, em Moçambique.

«Levar a todos a igualdade de oportunidades – é disso que se trata», sublinha Ferro Rodrigues no breve discurso de inauguração.

 

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