Atualidade

«Negócio da Solidariedade»? Até quando vamos ser solidários e a acreditar na solidariedade?

12 Dezembro, 2017

Paula Brito e Costa Paula Brito e Costa

O que é feito dos donativos que os portugueses doam a quem mais precisa nas situações mais críticas? O caso da Raríssimas é o pano da amostra que levanta a dúvida sobre para onde vai a nossa solidariedade e até quando vamos acreditar neste conceito

A propósito do caso Raríssimas, Bruno Nogueira deu o mote e apontou o dedo:

«O dinheiro de Pedrógão desaparece, a Cáritas em tempo de fome tinha milhões no banco a render juros, a Isabel Jonet [do Banco Alimentar na Luta Contra a Fome] continua no seu negócio com os supermercados e esta senhora, em tempo de cortes na educação especial, usa o dinheiro do Estado para fazer uma açorda de gambas para o Fernando Mendes», ironizou o humorista no programa Mata-Bicho, da Antena 3.

A memória é curta e os portugueses solidários, mas a verdade é que são várias as polémicas associadas ao «negócio da solidariedade». E impõe-se a questão: até quando vão os portugueses continuar a ser solidários e a ajudar quem mais precisa quando chamados a intervir?

O dinheiro de Pedrógão Grande

Aquando dos incêndios deste verão em Pedrogão Grande, foram muitos os eventos criados para angariar fundos que se destinavam às autarquias mais atingidas pelos fogos. Porém… os presidentes das câmaras de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos revelaram ao jornal I que foram abertas «dezenas de contas» para canalizar donativos, mas não fazem ideia para onde foi o dinheiro. Em causa estaria um total de 13 milhões de euros de verbas recolhidas.

As contas da Cáritas

Esta notícia chocou, mas não foi a única. Antes, também a Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) levantou polémica por ter há, pelo menos há uma década, mais de 2,1 milhões de euros em depósitos bancários, aos quais acrescem cerca de 320 mil euros investidos em obrigações.

Para além disso, possui imóveis contabilizados em quase 1,4 milhões de euros e averbou um lucro líquido de 119 mil euros em 2014 (131.007 em 2013).

Na ajuda aos pobres gastou em 2017 um valo estimado de 147 mil euros, dos quais apenas 11.314 correspondem a ajudas directas, enquanto os donativos particulares recebidos rondaram os 325 mil euros.

A direcção da instituição justificou a almofada financeira com necessidade de acautelar o agravamento da crise económica e social.

As declarações explosivas da responsável do Banco Alimentar

O Banco Alimentar contra a Fome também não escapa ao (mau) escrutínio público. Em 2012, a presidente da organização Isabel Jonet defendeu que não existia miséria em Portugal e que os portugueses tinham de aprender a viver mais pobres:

«Se não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não podemos comer bifes todos os dias. E esse empobrecimento é porque comemos bifes todos os dias e achávamos que podíamos comer bifes todos os dias e não podemos».

Palavras que depressa levantaram uma onda de indignação. Foi acusada de proferir «insultos», «declarações aviltantes» e de «mascarar de caridade o saque que estão a fazer às nossas vidas». Mas os cães ladram e a caravana passa, por isso, o Banco Alimentar continua o seu trabalho e, na última recolha, até teve a ajuda de Marcelo Rebelo de Sousa.

Bruno Nogueira é só um dos portugueses que critica aquilo que pode ser chamado de «negócio da solidariedade» e que se espera não desvirtue o valor primeiro da solidariedade que é ajudar quem mais precisa.

Fotos: DR

 

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