São números perturbadores, avançados esta quarta-feira, Dia dos Namorados, pelo jornal Público, que revela em primeira mão um estudo realizado pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).

Segundo o estudo, que contou com a participação de 4652 jovens com uma média de idades de 15 anos, um quarto dos inquiridos acha «normal« que, numa relação, haja coação sexual, ou seja, forçar beijos ou forçar a prática de relações sexuais. Quase metade (40%) não considera que é «violência» impedir o namorado ou namorada de se vestir de determinada forma.

25% dos inquiridos não consideram também ser violência insultar o parceiro durante uma discussão.

O estudo divulgado pela UMAR adianta ainda que 56% dos jovens que participaram num estudo relataram situações que, de alguma forma, são consideradas violência no namoro.

Os jovens que participaram no estudo e que adiantaram já ter tido um relacionamento amoroso representam dois terços do universo inquirido. Desses, 18% dizem ter sido alvo de situações que se enquadram na violência psicológica: 11% relatam situações de “controlo” e 6% declaram ter sido alvo de violência física.

Rapazes acham que insultar não é violência

30% dos rapazes que participaram no estudo consideram que não é violência insultar a namorada. A forma natural como a violência no namoro é encarada é maior nos rapazes: enquanto apenas 6% das raparigas não identifica a pressão para ter relações sexuais como um comportamento violento, a percentagem sobe para os 22% no caso dos rapazes.

Uma em cada dez vítimas recebeu ameaças de morte

Ainda de acordo com um estudo revelado pelo Observatório da Violência no Namoro, realizado a jovens universitários, mais de metade dos inquiridos foi vítima de violência no namoro e 37% admitem já tê-la praticado.

Entre abril de 2017 e janeiro de 2018, a Associação Plano i (responsável pelo Observatório da Violência no Namoro), recebeu 128 denúncias. Em 92% dos casos as vítimas são do sexo feminino, e em 94% das denúncias os agressores são do sexo masculino. 10% das vítimas revelaram ter sido ameaçadas de morte por namorados ou ex-namorados.