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Honeymooners: Os noivos portugueses que estão a apaixonar o mundo

14 Março, 2018

Joana e André podem estar prestes a entrar para o recorde do Guinness com o vestido de noiva mais viajado do planeta

Começaram a namorar com 14 anos. Foram crescendo juntos e apaixonaram-se mais a cada dia que passava. Hoje têm 26 anos e não se lembram da última coisa que fizeram um sem o outro.

Chamam-se Joana e André e são os Honeymoors. Por outras palavras, são os noivos portugueses que estão a apaixonar o mundo. Após dizerem o «sim» em 2016, pegaram no vestido e no fato de noivos e embarcaram numa aventura sem fim.

Viajam vestidos de noivos e protagonizam fotografias dignas de um conto de fadas. Já fizeram tantos quilómetros que se habilitam a entrar para o recorde do Guinness com o vestido de noiva mais viajado do mundo, mas essa não é a única meta.

Partilham tudo no blogue e na página de Instagram. Já têm quase 50 mil seguidores e prometem continuar a encantar. Estivemos à conversa com o casal e contamos-lhe tudo!

Como surgiu a ideia de viajarem pelo mundo vestidos de noivos?

Honeymooners: Tal como sempre ouvimos dizer, também o nosso dia de casamento passou muito rápido. E mal conseguimos parar e olhar um para o outro vestidos com aqueles que hoje são os nossos fatos de aventura, mas que ainda são o que idealizamos de vestido e fato de conto de fadas, do nosso conto de fadas. Já existia o gosto pelas viagens e não conseguíamos decidir em que tipo de destino iríamos fazer o «Trash the Dress» [em português «Sujar o Vestido].

Além disso no dia em que casámos choveu o dia inteiro, o país estava com um aviso de aleta laranja devido à chuva intensa, sendo assim as nossas fotos não ficaram tão diversificadas como gostaríamos. Não foi difícil perceber que o que queríamos era ter fotografias em múltiplos lugares vestidos de noivos. Hoje se viajamos e o fato e vestido não vão, já não sabe ao mesmo.

«Quando o dia terminou, olhámos um para o outro e surgiu uma enorme melancolia»

O verdadeiro casamento aconteceu quando e onde? Nesse dia souberam logo que não seria a última vez que se vestiriam de noivos?

HM: O nosso casamento foi no dia 7 de maio de 2016 na Quinta dos Vilhenas perto de Moimenta da Beira, de onde somos naturais e onde residimos. Quando o dia terminou e olhámos um para o outro e surgiu uma enorme melancolia, a de que o dia que tanto tínhamos planeado tinha voado.

Fomos para a lua de mel e falávamos todos os dias de como tínhamos pena da efemeridade do dia e da dificuldade de escolher um sítio para voltarmos a usar os nossos fato e vestido e arrumá-los para sempre. A ideia fazia-nos impressão. Não surgiu no dia do casamento, mas surgiu pela felicidade que o dia nos proporcionou e pelas recordações que queríamos prolongar desse mesmo dia.

Qual tem sido o feedback deste projeto? Tinham noção da dimensão que tomaria?

HM: O feedback é extremamente positivo. Não há nada que possamos pedir mais a esse respeito. As pessoas são muita carinhosas connosco, felicitam-nos e encorajam-nos diariamente. Pedem que continuemos, dizem onde gostavam de nos ver e até nos oferecem as suas casas se tencionarmos visitar as cidades onde moram. Os nossos portugueses nas ilhas dos Açores e Madeira têm sido perentórios na ajuda e estímulo para os visitarmos, por exemplo. Fomos crescendo em número de seguidores de uma forma tão rápida e têm sido tantas as surpresas boas que não podíamos estar à espera.

Existe a possibilidade a entrarem para o recorde do Guinness com o vestido de noiva mais viajado. É um objetivo ou uma coincidência?

HM: As coisas connosco acontecem de uma forma muito natural e não premeditada. Às vezes são as mensagens dos nossos seguidores ou os seus comentários que nos desafiam e nos levam a pensar em mais coisas. A reinventar-nos na verdade.

Quando um dia demos por nós estávamos a fazer as contas aos inúmeros quilómetros que já tínhamos feito com o vestido. Há vezes que já sentimos a ansiedade de não ver a mala chegar quando aterramos. Foi assim que o recorde surgiu. São imensas aventuras com ele e realmente muitos, muitos quilómetros pelo caminho.

Depois de entrarem para o Guinness, o que é que vem a seguir?

HM: Entrar no Guinness é algo que vamos querer que aconteça, mas não é o objetivo primordial. É apenas uma consequência de toda esta aventura. Não sabemos se será antes ou depois disso acontecer, mas temos vários projetos que se conjugam com este e vão de encontro a muitos pedidos que temos tido dos nossos seguidores que estão a ser iniciados agora. Só os vamos deixar ganhar forma para partilhar com todos.

«A nossa primeira viagem foi em 2008»

Os seguidores já puderam ver fotos muito antigas das vossas viagens, desde quando partilham esse amor pelo conhecimento do mundo?

HM: Nós começámos a viajar juntos desde muito novos. A nossa primeira viagem foi em 2008, a Londres pela escola. Na altura ter descoberto uma cidade tão especial e encantadora como esta, termos vivido as mesmas aventuras, partilhado o mesmo primeiro voo juntos foi uma sensação espetacular. Adorámos a sensação e só queríamos repetir. Achamos que o bichinho de descobrir o mundo os dois nasceu aqui.

De que forma conciliam a vida profissional com este projeto? Com que frequência viajam? O que é que fazem profissionalmente além de serem os noivos mais admirados do País?

HM: Não sabemos se somos os mais admirados do país, sabemos que somos muito apaixonados um pelo outro e pelo que fazemos e isso é na verdade o combustível para toda esta aventura. Tanto eu (Joana), como o André trabalhamos.

Eu sou farmacêutica e trabalho numa farmácia e o André trabalha numa empresa de caixilharia, propriedade do seu pai. Temos 22 dias úteis de férias e é nesses dias que fazemos as malas e vamos à aventura. Por vezes, não temos as férias exatamente como gostaríamos, principalmente eu. Na verdade o pai do André é extremamente flexível e um dos grandes apoiantes do nosso projeto. Na altura que mais se adequa a determinado destino que gostaríamos de visitar. Mas vamos gerindo dentro das nossas possibilidades.

Qual é o truque que usam para as fotos maravilhosas que protagonizam? Viajam sempre com fotógrafo ou vão contactando profissionais locais?

HM: Só viajamos com fotógrafo quando vamos fazer sessões «Trash the Dress» e nem em todas. Nas sessões normalmente optamos por contratar fotógrafo, porque os cenários podem ser difíceis de captar com um tripé ou porque são sítios muito turísticos e é difícil fotografar assim. Nestas sessões contratamos fotógrafos locais. Normalmente estão mais à vontade com a melhor hora para ir e a forma mais rápida de chegar a determinado lugar o que é uma vantagem.

Quando estamos na versão sem vestido e fato de noivos, somos nós que tiramos as fotos. Gostamos que gostem das nossas fotos, gostamos mesmo muito. Normalmente sentimos o sítio, medimos o pulso do que estamos a viver e fazer e vamos fotografando os lugares do modo que quem vê as nossas fotos sintam a nossa visão do lugar. A brincar, passear, namorar…

Qual a melhor viagem como noivos? E a pior?

HM: A melhor viagem como noivos foi a primeira. A ida ao Taj Mahal foi muito emocionante. As pessoas estavam impressionadas de nos ver e ter ali. Nós impressionados por ali estar e com o monumento encantador que agora iria ser sempre um bocadinho nosso. Quando aparece em filmes ou na TV dizemos sempre, olha o nosso Taj (risos).

A pior foi a do deserto do Atacama. Não que não tenhamos gostado de a fazer. Mas pela dificuldade que tivemos em fotografar o lugar e porque achamos que talvez seja o lugar com que menos nos identificámos.

«Já foi lavado cinco vezes»

Em termos práticos, um vestido de noiva não é algo que se transporte ou lave com facilidade. Como é que fazem? Já foi lavado muitas vezes?

HM: Não é mesmo nada fácil acreditem. Uma mala é só para o vestido. Ainda por cima o meu é volumoso e tem uma cauda relativamente grande. Mas o pior não é transportá-lo, o pior é o medo e ansiedade de que a mala se extravie e o percamos. Ter tudo preparado para a sessão e depois não acontecer por este motivo é algo que nos fica na cabeça a cada vez que vemos aquela mala a ir no tapete rolante em direção ao porão.

Já foi lavado cinco vezes. Na lavandaria em Moimenta da Beira que é de uma senhora da nossa confiança e o deixa sempre impecável. Olhando para ele ninguém diz os quilómetros que ele já percorreu.

Já receberam propostas para aluguer do vestido? Já existem interessados em usar um dos vestidos mais viajados do mundo? Caso existissem, ponderariam a questão?

HM: Até hoje não recebemos nenhuma proposta para esse efeito. Recebemos propostas para irmos fotografar com ele a imensos sítios, mas para o usarem nunca nos pediram.

Se existem interessados ou não, não sabemos. Não se manifestaram pelo menos nesse sentido. E ainda bem, é algo estranho imaginar o nosso vestido a ser usado por outras pessoas. Não que fosse maltratado, mas é porque é parte de nós já. Mostrá-lo sim, cada vez mais e a quantas mais pessoas, melhor. Acho que quem casou ou está para casar percebe este sentimento.

Estamos em ano de casamento real, Meghan e Harry sobem ao altar em maio. Que conselho dariam aos noivos para serem um casal Honeymooner?

HM: Não temos dúvidas quanto o conselho que damos sempre a qualquer casal, sejam da realeza ou não, achamos que mais do que o “Amor” que um casal deve sentir para dar este passo tão importante, deve existir uma grande amizade.

Um amigo não magoa outro, não trai, está presente nas horas boas e nas más mais ainda. Se a isto juntarmos a outra parte que toda a gente sabe e fala (o amor), achamos que não tem como falhar. Vai dar certo.

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Reprodução Instagram @honeymooners

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