Amor e Sexo

Há cada vez mais mulheres a trocar os maridos por pessoas do mesmo sexo

14 Setembro, 2020

sexo

Os triângulos amorosos, principalmente se tornados públicos, dão sempre que falar. E se for ele a ser trocado... por uma mulher? Do outro lado do escândalo, há mais a debater do que se imagina.

É mais fácil escrever este artigo com o exemplo da ficção do que o da realidade. Até porque não há muita gente, principalmente mulheres, que assuma publicamente a sua orientação sexual. Na verdade, tentarmos que alguém fale abertamente sobre esta questão é tarefa inglória. Alegam sempre a questão da privacidade. Ou será vergonha e uma extrema dificuldade em falar sobre um tema que é cada vez mais atual?

Sim, há mulheres a trocar os maridos por pessoas do mesmo sexo. E se, em privado, falamos disso em tom de troça, publicamente preferimos não  tocar no assunto.

Exemplos que chegam da TV

Na ficção o caso muda de figura. Na TV tudo é possível. Casais de lésbicas já não são novidade em televisão, nem em Portugal nem no Brasil.

Longe da ficção, Manuela (nome fictício) aceita falar com a revista Maria e contar a sua história, desde que não seja identificada. Professora numa escola da capital, veio do meio rural para a cidade de Lisboa e apaixonou -se… por uma mulher.

“Deixei o meu marido no Norte”, começa por contar-nos. “Tínhamos casado há pouco tempo quando fui colocada a mais de 200 quilómetros de casa. Para ocupar os tempos livres inscrevi-me num ginásio e foi lá que conheci a Ana. Ela era a minha instrutora. A relação formal evoluiu para uma grande cumplicidade com corridas ao final do dia. Só as duas. Até que um dia nos beijámos, com vista para a Torre Vasco da Gama”, confessa, de sorriso nos lábios. Mas depressa a felicidade no rosto de Manuela se desvanece…

No início, a professora achou que estava a baralhar as coisas na sua cabeça e culpou a distância do marido pelos sentimentos confusos com que se estava a debater: “Não foi fácil. Travei uma luta comigo própria. Gostava cada vez mais da Ana e com toda a força lutava contra esse sentimento.” Durante todo este tempo de incerteza e de avanços e recuos na relação, “a Ana foi impecável. Respeitou-me assim como ao meu espaço e até à minha família Hoje ela diz que tinha a certeza que eu lhe estava destinada”, conta a nossa entrevistada.

Até este casal viver feliz, teve de ultrapassar muitas dificuldades, mas o maior dilema foi contar a verdade ao marido, divorciar-se e assumir perante a família que queria passar o resto da  ao lado de uma pessoa do mesmo sexo. “Os meus pais e o meu ex-marido uniram- se contra mim. Primeiro disseram que eu só podia estar com um esgotamento depois colocaram a hipótese de bruxaria. Venho de um meio muito pequeno e conservador. Não estranhei a reação deles, mas custou-me muito. Só o facto de o meu pai ter sofrido um acidente e ter sido internado nos reaproximou. Hoje em dia já nos aceitam, mas não foi fácil. Em relação ao meu ex-marido foi muito complicado e ele teve muita vergonha. Toda a gente da localidade conhecia a nossa história”, desabafa.

Sem medo do mundo

Atualmente, e muito embora o Mundo já tenha pulado e avançado para melhor, “ser homossexual
ainda traz problemas a quem se assume com essa identidade: perda de emprego, rejeição social, discriminações de vária ordem, ou até prisão, como em alguns estados dos Estados Unidos”, explica a Dra. Maria de Jesus Candeias. E se o presente ainda está enevoado em relação a esta temática, em comparação o passado está mergulhado na maior escuridão. “A nossa cultura sempre perseguiu os homossexuais, criando tabus e tratando a orientação homossexual como doença, trazendo ao sujeito enormes preconceitos e conflitos internos pela pressão social exagerada”, continua a psicóloga.

Em pleno séc. XXI, e com todos os avanços deste milénio, “aceitar a homossexualidade de alguém numa família ainda é, quase sempre, um momento de grande tensão e, por vezes, de rejeição. Não raras vezes a pessoa é tolerada no seio da família, mas para a sociedade continua a ser negada essa sua identidade”, destaca a Dra. Maria de Jesus Candeias, que acrescenta a importância de a família aceitar a orientação sexual da pessoa em questão tal como aceitariam outra de natureza heterossexual.

Texto: Carla da Silva Santos;

 

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