Uma pesquisa levada a cabo na Irlanda, realizada com cerca de 1500 mães, revela que 51 por cento das
inquiridas se sentiam sexualmente satisfeitas antes da gravidez. Um número que desce para 24 por cento um ano após realizarem o parto.
Mas não são precisas análises exaustivas para chegar a esta conclusão. Por experiência própria, ou em conversa com as amigas, facilmente constatamos que o que menos nos apetece depois de darmos à luz é voltarmos a ser ativas sexualmente. Vânia Beliz, sexóloga, explica à nossa revista as razões:
«Após o parto, e devido a todas as alterações que acontecem com a mulher, são frequentes algumas queixas: desinteresse sexual; falta de desejo; dificuldade na excitação e em chegar ao orgasmo. Estas queixas são normais e têm como base as alterações hormonais que acontecem após o nascimento. A prolactina, por exemplo, é uma hormona que permite a vinculação (através do leite materno) ao bebé, mas que inibe o desejo sexual», explica a especialista.
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Vânia Beliz adianta ainda que, aliados a estes fatores físicos, existem outros: «Os psicológicos, que são muito importantes. Muitas mulheres sentem um vazio após o parto e com frequência existem situações de depressão causadas pela insegurança, medo de falhar e pela alteração na imagem. A imagem corporal e a autoestima ficam muito fragilizadas e muitas sentem dificuldade em voltar ao peso normal, sendo que algumas nunca recuperam. Depois, existe uma grande pressão para que o consigam – veja‑se o exemplo de algumas figuras públicas, que saem da maternidade como se não tivessem estado grávidas», acrescenta a sexóloga.
DICAS PARA QUE ELE A AJUDE
Compreenda que a falta de desejo é normal.
Privilegie outras práticas que não seja a penetração, para o caso da parceira sentir desconforto.
Acompanhe‑a na consulta do pós‑parto
Esteja atento às alterações do humor, de forma a identificar possíveis sinais de mal‑estar, isolamento, que podem conduzir à depressão.
Ajude nas tarefas, de forma a dividir os cuidados pelos dois e não sobrecarregar a mãe.
Incentive a sua parceira e tenha cuidado com comentários depreciativos em relação à sua imagem, que podem aumentar a insegurança e a angústia. Tudo tem o seu tempo.
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Texto: Catarina Martins; Agradecimentos: Vânia Beliz, sexóloga– belizsexologia@gmail.com
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