Família e Carreira

«As vergonhas que eles nos fazem passar»

21 Março, 2018

Quantas vezes não assistimos àquela criança que faz uma birra no meio do restaurante ou no supermercado e os pais, super envergonhados, desculpam-se: «Ele não costuma ser assim, não sei o que lhe deu».

Quantas vezes não assistimos àquela criança que faz uma birra no meio do restaurante ou no supermercado e os pais, super envergonhados, desculpam-se: «Ele não costuma ser assim, não sei o que lhe deu». Não estou a falar de bebés, mas sim daquelas criancinhas que já sabem falar e gritam bem alto para que todos o oiçam: «NÃO QUERO», ou então «QUERO ISTO».

A mãe ou o pai, a meia voz, dizem: «Frederico, agora não posso, mas a mãe depois compra». E ele responde prontamente: «Mas eu quero já!» E a verdade é que, para a criancinha se calar, a mãe compra.

Há dias num restaurante, na mesa ao lado da minha, estava a um casal com o seu filho que deveria ter uns quatro ou cinco anos. A criança, insistentemente, dizia: «Não tenho fome, quero ir embora». O pai respondia: «Se não queres comer, espera que acabemos a refeição que vamos já». E ele: «Mas eu quero ir embora já. E ia levantando a voz.

Às tantas, a senhora que devia ser a mãe disse: «O melhor é pedirmos já a conta, porque ele não se cala». E o pai responde: «Já que viemos, quero acabar, ele que grite, mas vai ter que esperar». E a criança começou mesmo a gritar. Conclusão? Pediram a conta à pressa e a mãe saiu primeiro com ele para que o menino deixasse de fazer a birrinha.

PRIMEIRO ERRO: a família falar a duas vozes. O pai dá uma ordem e a mãe enfraquece essa ordem, ou vice-versa.

Tenho defendido que a educação vem de pequenino e se não conseguirmos educar os nossos filhos com regras e valores, dificilmente estaremos a contribuir para que eles venham a ser adultos bem formados. Quando falamos em regras e valores, não são coisas ultrapassadas, antes pelo contrário, são valores de respeito pelos outros e por si próprios, são valores de cidadania, de amor, independentemente do estrato social.

Ninguém respeita o outro se não se respeitar a si próprio. E em pequenos temos mais facilidade de aprender.

Eu sei, o seu filho ou filha têm uma personalidade muito forte e é por isso que não aceitam bem as ordens, que gritam quando querem uma coisa, porque são muito determinados… Pode ser.

Nós somos responsáveis pela educação dos nossos filhos e uma das nossas funções é prepará-los para a vida em sociedade, porque um dia – e chega mais cedo do que às vezes desejamos – eles ganham asas e deixam de ser nossos. A nossa missão é formá-los a serem adultos bem formados.

E todos aqueles adultos que conhecemos e admiramos e dizemos «é uma pessoa muito educada e bem formada» também é filho. Olhar para ele como pais e pensar: «Fizemos um bom trabalho». E tão orgulhosas que ficamos.

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