Família e Carreira

Atenção! Reformados e desempregados: ganhem uma nova vida! Este projeto é para si

7 Abril, 2023

reformados

Este projeto recupera cidadãos que estão desempregados ou reformados, devido à idade, mas no “alto” da sua experiência ainda são válidos para ajudar em serviços de apoio doméstico. E são remunerados!

Contrariando a ideia de que “este país não é para velhos”, o projeto 55 + foi criado em 2018 para garantir que as pessoas inativas, por força da idade ou do desemprego, possam ganhar uma nova vida e continuem a ser válidas à sociedade. Para isto, os interessados só têm de ir à plataforma online, com mais de três mil inscritos, e preencher o formulário. Se a sua candidatura for escolhida, já sabe que ganhará o título de especialista e será chamada a prestar um ou mais dos muitos serviços domésticos disponíveis: babysitting, jardinagem, limpezas, cozinhar em casa, dar aulas de línguas ou passear os cães.

A lista é extensa, sendo que as reparações, como bricolage, e os serviços de canalização e eletricidade são os mais procurados. “Focamo-nos no apoio às tarefas que envolvem o nosso lar e que não temos tempo para realizar ou não sabemos fazer. Assim, contamos com pessoas que têm anos de experiência e muita sabedoria para dar”, afirma André Moreira, gestor de parcerias do 55 +, frisando que o objetivo é dar aos especialistas “uma vida ativa e integrada na comunidade, com uma remuneração extra”, sendo que já ativaram cerca de 300 pessoas entre Lisboa, Porto e Aveiro, regiões onde opera a startup.

Novas oportunidades para desempregados e reformados

O objetivo é valorizar a experiência profissional e curricular de cada um, bem como outro tipo de valências. “Recolhemos tudo aquilo que a pessoa sabe fazer e tentamos valorizá-lo ao máximo. Às vezes, temos alguém que foi administrativo a vida inteira, por exemplo, mas sempre teve a carpintaria como hobby e tem aqui a oportunidade de se reinventar e provar que em qualquer idade pode mudar de vida”, diz André Moreira, para explicar que não dão formação interna, mas em fevereiro iniciaram um projeto-piloto na zona norte. “Chama-se Oficina R e consiste numa série de formações gratuitas de técnicas e ofícios, disponíveis não só para os 55 +, mas para o público em geral.”

Paralelamente, têm sido feitas parcerias com empresas e alguns dos inscritos estão a ser recrutados em regime de part-time ou full-time. Já foram procuradas pessoas para cargos administrativos, comerciais e até um profissional de pizas. Muitos seniores não são capazes de entrar num site de oferta de emprego para se promoverem sozinhos. “A nossa equipa acaba por ser um reforço de confiança, porque eles sabem que têm alguém a quem recorrer. Muitos trabalharam a vida inteira na mesma função, o círculo social ficou pequeno, e serem desafiados a fazer coisas diferentes é motivador.”
O feedback, segundo o técnico do 55 +, tem sido muito positivo, pois a associação funciona como elo de ligação entre o cliente e os colaboradores, reforçando a segurança entre as partes.

“Nunca é tarde para nos reinventarmos”

Por cada serviço prestado, os especialistas recebem 80% do valor acordado, ao final do mês, e o restante fica para a startup. “O cliente paga-nos a nós. Temos uma percentagem pequena, porque a ideia é valorizar o trabalho destas pessoas”, reconhece André Moreira, esclarecendo os objetivos do projeto a curto prazo. “Queremos chegar a mais pessoas, não só através dos serviços, mas passando a mensagem de que a partir dos 55 anos continuamos válidos, sem a sentença de esperar pela reforma. Nunca é tarde para nos reinventarmos e colocarmos a nossa sabedoria em prática.”

Como surgiu o 55+

O 55 + surgiu pela mão da espanhola Elena Duran que, depois de o pai se reformar, percebeu que existiam poucas soluções para pessoas ainda ativas. “Tirando o centro de dia, havia poucas soluções para continuarmos a ser valorizados e valorizarmos o conhecimento e os anos de experiência. O nosso lema interno é que cada pessoa viva a longevidade como
o desejar: com serviços pontuais ou outros com mais horas.”

 

Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: D.R

 

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