Família e Carreira

Conheça quatro histórias de amor que surgiram num site de encontros

14 Fevereiro, 2020

A Maria entrevistou quatro casais que se conheceram no site de encontros online português Felizes.pt. No dia dos Namorados, fique a conhecer estas histórias de amor!

A adesão dos portugueses a sites de encontros tem aumentado cada vez mais. A Maria entrevistou quatro casais que se conheceram no site de encontros online português, Felizes.pt, e dá-lhe a conhecer as suas histórias de amor. Apesar de este tema ainda ser visto, em alguns casos, como tabu, a verdade é que as histórias de amor que vingam são mais do que muitas, ao contrário do que se possae pensar.

O Felizes.pt é um site de encontros português, criado em dezembro de 2014, onde – como acontece em todas as plataformas semelhantes – pode encontrar a sua cara-metade.

«Para fazer a subscrição, é necessário fazer o registo através de e-mail. Depois, todas as pessoas têm de preencher certos dados obrigatórios, como: nome, localização, cor de olhos e cabelo, signo e descrição», começa por nos explicar Rui Sousa, gestor do site.A fotografia não é obrigatória, mas a descrição é levando «o utilizador a sair da sua zona de conforto e falar um pouco de si», explica ainda o gestor.

 

Conheça as histórias de amor de quatro casais:

Unidos pelo Cupido

Cláudia, 44 anos, Contabilista, e Ricardo, 37 anos, Empregado de Armazém

Cláudia tinha terminado uma relação há pouco tempo e, por se sentir sozinha, decidiu experimentar este site de encontros amorosos. «Na altura, achei interessante e inscrevi-me, mas não estava de todo à espera de encontrar a minha cara-metade. Foi mais por curiosidade, para ver como funcionava», começa por contar.

E quis o Cupido que Ricardo entrasse na sua vida. «No Felizes.pt existe uma roda do cupido. Vamos rodando, vão aparecendo várias fotografias e nós vamos abrindo. Há pessoas que não colocam fotografias de perfil, mas sim fotografias de paisagens, que eu nunca costumo abrir. Mas, não sei porquê, houve uma que me chamou a atenção», conta, continuando: «Abri e tinha duas fotos de paisagens e depois tinha a foto do Ricardo. Achei interessante e enviei-lhe um ramo de flores. Fui eu que o encontrei, não foi ele que me encontrou a mim».

Do site passaram para o Messenger do Facebook e, depois de «dois ou três dias a falar», conheceram-se pessoalmente. Cláudia estava inscrita no site há 15 dias e já tinha tido um encontro com outro homem, mas decidiu arriscar e conhecer Ricardo.
Depois de se conhecerem, Cláudia e Ricardo namoraram durante três meses. Casaram a 4 de maio de 2019.

«Demos o primeiro beijo no aeroporto»

Maria Ivone, 48 anos, Doméstica, e José, 61 anos, Agricultor

Maria Ivone vivia no Brasil quando conheceu José através deste site de encontros. Estava inscrita desde 2016 e já tinha falado com algumas pessoas, mas, conforme conta, ninguém que lhe chamasse a atenção. «Saí e regressei. Quando regressei, comecei a falar com o José», lembra.

O agricultor estava inscrito há dois ou três dias. «Queria encontrar um companheiro, um amor verdadeiro. Estava meio desiludida, mas tinha esperança que ia encontrar a minha cara-metade. E ele procurava uma pessoa para viver o resto da vida», diz.

Falaram pela primeira vez no dia 3 de dezembro de 2017 e, poucos dias depois, a brasileira entrou num avião rumo a Portugal. «No dia 31 de dezembro, vim do Brasil para o conhecer. Passámos o Ano Novo juntos e fiquei até 22 de janeiro. No dia 18 de fevereiro, estava de regresso a Portugal e, a 16 de maio de 2018, casámos», conta ainda.

Maria Ivone deixou a sua vida no Brasil «para ser feliz». Apesar de confessar ter tido «algum receio» inicial, arriscou. «O nosso primeiro encontro foi no aeroporto, quando ele me foi buscar. Foi muito emocionante. Demos o primeiro beijo no aeroporto», confidencia.

Apesar da felicidade que os dois sentiam, o casal enfrentou alguns obstáculos da parte da família de José. Por um lado, apontavam os 13 anos de diferença de idades, por outro, a nacionalidade de Maria Ivone: «No começo foi mau. Tentei aproximar-me, mas percebi que não me davam muita abertura. A irmã, no começo, foi meio inflexível por eu ser brasileira, porque há a ideia de que a mulher brasileira vem para Portugal prostituir-se. Entretanto, a vida foi correndo e, hoje, eu e a irmã dele damo-nos muito bem».

«O sonho da vida dele era conhecer uma brasileira»

Verónica, 51 anos, Auxiliar de Saúde e Rui, 50 anos, Motorista de Pesados

Verónica morava no Brasil, mas estava de férias no Porto, em casa de familiares, quando procurou o Felizes.pt para, conforme conta, «fazer amizades».

Depois de alguns dias em Portugal, a auxiliar de saúde regressou a casa e nunca mais voltou a abrir o site… até ao dia 13 de fevereiro de 2018. «Tinha uma mensagem do Rui e entrei para conversar com ele.

Durante quatro meses, os dois trocaram mensagens e Rui acabou por confessar que o sonho da sua vida «era conhecer uma brasileira». «Em junho [de 2018], ele convidou-me para vir a Portugal, para ver se dava certo», afirma.

Verónica não perdeu tempo e veio. «Os primeiros dias de convivência foram difíceis, porque as pessoas são diferentes e porque estava há algum tempo sozinha», diz, confessando, porém, alguns medos iniciais que a levaram a tomar medidas de prevenção: «Tinha medo que ele me batesse ou que me fizesse mal, mas, quando vim, tinha amigos cá e preparei-os para o que ia acontecer».

No entanto, apesar dos receios, o romance floresceu e levou a um passo maior: o casamento. Verónica e Rui casaram-se em junho de 2019, um ano depois de se conhecerem pessoalmente.

«Digo às minhas amigas que conheci o João na Internet e perguntam-me logo qual foi o site»

“Rita”, 55 anos, Advogada e João, 49 anos, Consultor Imobiliário

Rita e João queriam «conhecer pessoas» e foi no Felizes.pt que encontraram uma forma de fazê-lo. O consultor sentia-se sozinho e achou que era uma boa altura para fazer novas amizades. Já Rita tinha deixado de fumar há pouco tempo e não queria sair de casa para não recair no vício. Então, a única hipótese de conhecer pessoas novas seria online.

O ‘encontro’ deu-se logo no dia em que João se inscreveu: 17 de abril de 2018. «Foi Jackpot», diz ele.

Rita recorda como tudo aconteceu. «Nesse dia, recebi uma mensagem que dizia que duas pessoas tinham gostado do meu perfil e eu entrei e mandei um smile. Estava separada há dez anos e, durante esse tempo, quis conhecer o amor da minha vida. Como isso não aconteceu, já tinha desistido», confessa a advogada. Por seu lado, Rui tinha colocado fim a um casamento de 14 anos e queria «voltar a ser feliz».

Durante quatro dias, o casal trocou muitas mensagens e chamadas. «As noites eram passadas a contar a vida um ao outro», lembra Rui. Até que se conheceram pessoalmente…

O primeiro encontro foi um jantar romântico, com direito a ramo de flores e tudo. Dois meses depois, em agosto, o casal já estava “a juntar os trapinhos”.

Um ano e meio depois, “Rita” e Rui estão mais felizes do que nunca. O casamento está nos planos, mas «nem toda a gente sabe» onde se conheceram», afirma Rui, consciente do preconceito que algumas pessoas ainda têm em relação a estes sites.
Já para algumas amigas de “Rita”, o facto de se terem conhecido deste forma representa uma «esperança de que o amor pode mesmo ser encontrado a qualquer altura e em qualquer lugar», conforme a própria afirma, divertida: «Elas veem-me super, hiper, mega feliz e perguntam-me como é que foi. Quando digo que conheci o João na Internet, perguntam-me logo qual foi o site.»

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Texto: Marisa Simões | Fotos gentilmente cedidas pelos casais

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