Não desejo a ninguém passar por tudo aquilo que já passei. É triste, é muito triste saber que há homens capazes de abandonar a própria mulher GRÁVIDA… Eu estava grávida de apenas quatro meses! E fiquei sozinha…
Lembro-me como se fosse hoje da reação dele ao contar-lhe que estava grávida. Esboçou um sorriso forçado, amarelo e sem qualquer felicidade. «Mas tu não tomas a pílula?», perguntou-me ele. Fiquei sem chão. A gravidez não foi planeada, mas estávamos juntos há dois anos e partilhávamos a mesma casa há pouco mais de seis meses. Fiquei tão feliz com este bebé! Achava que era a prova do nosso amor. Mas veio para me dizer que afinal não era aquele o homem da minha vida.
Nunca disfarçou que a minha gravidez o incomodava. Nunca quis ir comigo às consultas. Tornou-se distante. Cada vez mais distante. Até que um dia saiu de casa e nunca mais voltou. Deixou-me um bilhete à entrada de casa, ao lado da jarra branca que comprei para colocar as minhas flores preferidas, que a minha mãe me ofereceu quando lhe contei que estava grávida.
«Amor, nunca te quis magoar e ainda te amo. Mas estou confuso. Não pretendo ser pai para já. Sei que vais ter o apoio dos teus pais. Eles são fantásticos. Não me procures. Um dia vou querer conhecer o nosso filho, mas agora o meu caminho é fora daqui, fora de Portugal. Vou emigrar. Não sei quando volto. Cuida-te. Beijo»
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Texto: Teresa Tavares
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