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Não imagina os perigos escondidos do Natal para o seu animal – Veterinária alerta

18 Dezembro, 2019

Uma simples árvore de Natal pode acabar com a ceia e levar o seu patudo ao hospital. A veterinária Susana Azinheira revela os perigos a que, sem sabermos, expomos os nossos animais de estimação.

Esta época do ano é vivida, geralmente, em família e com muita partilha. É altura de ir buscar a árvore de Natal, enfeitá-la com as tradicionais bolas, fitas, luzes e deixar os presentes embrulhados de baixo dela. Quem tem gatos, sabe a perdição que o felino tem pelo pinheiro e pelos seus enfeites.

Susana Azinheira, diretora clínica da Alma Veterinária, aponta alguns pontos que os donos devem ter em atenção para que a magia do Natal não acabe numa ida ao hospital. «Os gatos interpretam uma árvore de Natal como uma árvore e tentam subi-la. Se cai em cima dele, pode deixá-lo maltratado», começa por dizer a médica. Mas há mais, todos os enfeites são um perigo.

«Podem morder as luzes e apanhar um choque elétrico. Mas as fitas são uma tentação muito forte, eles normalmente começam a puxar e podem engolir, o que pode levar a operações. Assim como as fitas que embrulham os presentes, eles engolem por inteiro, porque começam a desfiar, e o efeito é como o do esparguete, pode tornar-se um drama», continua a veterinária.

Bolas de Natal podem cortar

As bolas de Natal são também um problema. Os cães e gatos adoram bolas e correm atrás delas, mas as do pinheiro podem levar a problemas graves. «Eles conseguem tirá-las da árvore e parti-las, embora não sejam de vidro, tornam-se objetos cortantes tornando-se num perigo se ingeridas ou mesmo se eles pisarem. Mesmos os bonecos de trapo podem ser ingeridos», alerta a especialista, sublinhando que a importância de pensar duas vezes se quer ter um gato e uma árvore de Natal na mesma casa. «As ingestões por elementos estranhos aumentam nesta altura do ano”, afirma.

Álcool e frutos secos podem matar Os cães também estão sujeitos a perigos, principalmente porque, sempre que têm oportunidade, gostam de ir à mesa «roubar» o que apanham. «Não se pode dar nem doces nem fritos e evitar que eles apanhem, pode induzir a diarreias, por exemplo.

As nozes e o chocolate são muito perigosos porque são produtos tóxicos para eles, bem como a passas de uva, todos eles levam a intoxicação e no caso do chocolate provoca insuficiências renais e alterações a níveis do sangue”, explica, dando um exemplo de seguida.

«Houve uma vez um bóxer que comeu camarão e eu fui chamada de urgência, porque ele fez alergia e estas são muito perigosas. Acontece com frequência porque as pessoas estão distraídas, a conversar e os animais aproveitam para ir à mesa», conta a diretora clínica. Mas não é só com a comida que se deve ter cuidado, a bebida também pode deixar mazelas.

Susana Azinheira recorda um episódio de um cão que chegou à clínica, literalmente, alcoolizado. «Assaltou uma garrafa ou jarro de sangria, ficou um bocadinho ‘tosga’, como se costuma dizer. Os donos perceberam levaram-no à clínica e ele entrou assim com as patitas trocadas, vomitou e depois esteve a soro», recorda. «Às vezes temos assim episódios engraçados,  quando já passou e não foi nada grave», conclui.

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ATENÇÃO às lareiras

O gato é um animal curioso e ao aproximar-se da lareira pode «queimar-se». O mesmo acontece com os cães que não têm bem noção da temperatura e quase se põem lá dentro. «O ideal era colocarem lareiras fechadas para evitar que eles saltem lá para dentro», afirma Susana Azinheira.

Mas tal como os humanos se constipam com as diferenças de temperatura, os cães também. «Quando eles estão à lareira e depois são levados à rua, convém que arrefeçam um pouco antes ou vestir um casaquinho, mesmo quando o cão tem uma boa camada de pelo», alerta. A lenha também é perigosa, porque os cães gostam de mordiscar e às vezes acabam por ingerir pedaços que se tornam cortantes.

Texto: Ana Lúcia Sousa

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