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Alexa Dveni, transexual de Ídolos, volta a viver na rua: «Estamos passar fome e a dormir na rua»

4 Julho, 2020

Alexa Devni Rebelo, de 22 anos, ficou conhecida quando ainda era um rapaz e participou em Ídolos. Nos últimos dias, voltou a dormir na rua com o namorado.

Alexa Dveni, que ficou conhecida quando ainda era Daniel Rebelo, no Ídolos está sem teto, novamente. Foi em 2015 e a sua participação no talent show Ídolos, da SIC,  que ficou conhecida pela polémica gerada após o programa ter brincado com o tamanho das suas orelhas. Nos últimos anos, Alexa deu início a uma mudança de sexo – está a fazer tratamentos hormonais com vista à cirurgia definitiva, que ainda não realizou – e encontrou o amor ao lado de Ricardo.

Ela e o namorado tornaram-se sem abrigo o ano passado, quando foram despejados na casa onde moravam por ela ser, diz a própria, «transexual». Ricardo perdeu o emprego. «[Eu e o meu companheiro] não tínhamos condições para pagar a renda e fomos despojados», garantiu Alexa.

A ajuda que pediram à Segurança Social não foi suficiente e, por isso passaram a dormir nas ruas do Porto. Na atura um casal viu o seu pedido de ajuda e decidiu dar-lhes abrigo. Contudo, nem tudo parece ter corrido bem. Esta sexta-feira (03), Alexa colocou mais um pedido de ajuda em que revelava que estava novamente a dormir na rua.

à Maria, Alexa explicou o que está a viver. «Nós estávamos a viver no Porto, na rua, a TV7 Dias arranjou-no um casal que nos deu casa, mas o casal mudou de casa e nós tivemos de sair. Depois, o meu homem que estava a trabalhar foi despedido por casa do coronavírus, o filho da senhora da casa disse que não queria lá ninguém e nós ficamos na rua. Falei com uma rapariga através das redes sociais, ela disse que nos ajuda, nós conseguimos arranjar dinheiro para vir para o Porto, fartámo-nos de mandar mensagens e ligar, mas ela não respondeu. Estamos na rua desde segunda-feira», conta-nos.

Pedido de ajuda público:

«Olá, boa noite. Estou a pôr esta história porque estamos novamente na rua e a passar dificuldades sem ter onde morar. Estamos desesperados, não sabemos o que fazer», lê-se num longo texto que partilhou.

«Uma rapariga que nos disse que nos ajudava só fez promessas e deu a palavra que nos ajudava (…) fartamo-nos de lhe ligar e mandar mensagens e ela mal respondia. Estava sempre a arranjar desculpas. Até hoje disse que nos dava a morada para irmos para lá e não responde, Fez-nos vir para o Porto para ficarmos muito pior. Gostávamos que alguém nos pudesse ajudar, estamos a passar fome e a dormir na rua», termina.

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A mudança de sexo

Em janeiro passado, Alexa esteve também no programa Você na TV!, da TVI, para falar sobre o passado que lhe deixou marcas para a vida. «Sentia-me péssimo, horrível. Não me conseguia ver ao espelho», afirmou no vídeo de apresentação, referindo-se ao facto de ter nascido com o sexo masculino.

Afirmou que teve de esconder quem era e o que sentia desde a infância e que o bullying a que foi sujeita lhe deixou marcas que jamais esquecerá. Em conversa com Maria Cerqueira Gomes e Manuel Luís Goucha, Alexa referiu «não saber lidar com o mundo» devido aos muitos preconceitos ainda existentes.

Rejeitada pela família

Rejeitada pela família, nessa altura dizia contar apenas com o apoio e carinho da avó materna. «Sofri com a família que me tratava mal mas tive o apoio da minha avó. A minha mãe é toxicodepentente. Ela não teve cabeça para criar os filhos. O meu irmão está preso. A minha irmã está junta. O meu pai já faleceu. Se o meu pai estivesse vivo aposto que me abria a porta», enumerou.

Alexa contou ainda que foi obrigada a ir para uma Casa de Abrigo, uma vez que a avó teve de viver com familiares e não a pôde levar por não a aceitarem como era. Mais tarde, a avó da jovem acabou por morrer.

Texto: Ana Lúcia Sousa e Ana Filipe Silveira; Fotos: reprodução redes sociais

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