Nacional

Dalila Carmo, Joaquim Horta e Joana de Verona entre os atores em greve na Plural

6 Dezembro, 2018

Intérpretes das novelas Valor da Vida e A Teia estão a aderir à greve de trabalhadores da produtora Plural. A esses junta-se o pessoal da equipa técnica.

A greve de trabalhadores do Grupo Plural Entertainment (GPE), que integra a Media Capital, começou na passada terça-feira e está a fazer estragos. A Maria sabe que atores como Dalila Carmo, Joana de Verona, Joaquim Horta, Sofia Baessa, André Gago e Romeu Costa já se juntaram a pessoal de áudio, adereços, guarda-roupa, maquilhagem e assistentes de realização numa paralisação parcial, que visa «melhores condições de trabalho».

Marcada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE), em comunicado emitido no seu site oficial na segunda-feira, 3 de dezembro, esta greve às horas extraordinárias começa «sempre depois das oito horas de trabalho», explica fonte da produtora ao nosso site.

«Os atores que aderem à greve não são sempre os mesmos porque eles só podem fazê-la depois de terem tido oito horas de trabalho. Como não são os mesmos a filmar todos os dias, claro que quem para é quem está em estúdio durante esse período», acrescenta.

Ou seja, assim que ficam concluídas essas oito horas, os trabalhadores têm-se concentrado junto às cancelas que dão acesso aos estúdios, em Bucelas, e aí permanecem até cerca das 20h00. «Nós estávamos a trabalhar 11 horas por dia, mais uma para almoço. Agora temos estado a fazer oito e depois vamos para a porta mostrar a n0ssa indignação», explica outra fonte à Maria.

«O post da Ana Sofia foi uma coincidência»

O ambiente que se vive na Plural é de «receio», conta esta mesma pessoa. «É claro que isto tem atrasado as gravações das duas novelas [Valor da Vida e A Teia]. Trabalhar menos três horas por dia, em termos de resultado final, faz uma diferença brutal», justifica ainda.

Quando anunciou a greve às horas extraordinárias, o CENA-STE sublinhou que «as telenovelas e outros programas não são feitos nos gabinetes das administrações, são feitos pelas mãos destes trabalhadores, e é por causa do seu trabalho que os espectadores ligam a televisão». «São eles que precisam de ser valorizados e respeitados», leu-se na nota, que pedia «a redução do Período Normal de Trabalho, que atualmente atinge as 11 horas, durante a maioria dos dias da semana, do mês e do ano».

Uma luta, refere a primeira fonte contactada pela Maria, que o Sindicato trava «há meses e meses». «Isto não tem nada a ver com o post da Ana Sofia Martins. Este post foi uma coincidência», atira, referindo-se a notícias que dão conta que a atriz e modelo poderá ficar «de castigo» depois de ter pedido melhores condições de trabalho para os técnicos «que são explorados a nível salarial e psicológico».

Leia a denúncia da atriz aqui.

«É claro que aqueles que estão a recibos verdes e que são contratados ao projeto estão cheios de medo de não voltarem a ser chamados. Está tudo com medo», desabafa.

Administração da Plural rejeita proposta do Sindicato

A administração da GPE terá rejeitado a proposta do CENA-STE. A Maria sabe que a Plural acusou o Sindicato de ter «agido de má fé» ao ter anunciado publicamente a realização da greve.

Luís Cunha Velho, diretor-geral do GPE, tinha dito ao nosso site, na passada segunda-feira, estar «tranquilo». «A Plural está, como sempre esteve, de braços abertos para conversar com todos os trabalhadores e com os sindicatos. Continuamos a fazê-lo calmamente, com tranquilidade, abertura, espírito criativo e, portanto, tudo está a correr normalmente», avisou.

Veja ainda: Greve da Plural «vai estragar a vida a muitas pessoas»

Recorde-se que o CENA-STE já tinha acusado a produtora de ter «falhado o prazo de entrega formal de uma proposta que fosse ao encontro das reivindicações apresentadas».

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Arquivo Impala

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