Nacional

Filha de Manuel Alegre despediu-se para se dedicar à música

18 Janeiro, 2020

Joana Alegre, filha de Manuel Alegre, de quem herdou o gosto pela política e pela poesia, a cantora está decidida a realizar o sonho que foi adiando por medo de preconceitos. O público, no entanto, está do seu lado.

Joana Alegre, filha de Manuel Alegre, ficou em terceiro lugar no The Voice Portugal, de domingo (12), e define a sua participação no programa como um “percurso muito bonito”. “Sinto-me muito grata. Agradeço à produção ter-me dado, a dada altura, a oportunidade de escolher canções que permitiram tornar o percurso mais de acordo com a minha identidade. Mas a minha maior gratidão foi ter passado, ultimamente, com o voto avassalador do público”, conta.

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A concorrente confessa que também gostaria de ter tido a preferência do seu mentor, Diogo Piçarra, mas ter tido tão grande apoio do público torna tudo ainda mais especial. “Desse ponto de vista já ganhei.” Sem querer nomear aquele concorrente que podia fazer-lhe “mais sombra” na vitória, Joana diz que prefere dizer quem é o seu favorito. “O meu preferido é o Gabriel de Rose porque acho que ele é um grande músico e uma pessoa fantástica”, conta.

De apelido Alegre, a concorrente foi desde a primeira gala associada ao seu pai, o político e poeta Manuel Alegre, algo que, por vezes, lhe pode trazer alguns dissabores, ao contrário do que muitas pessoas pensam.

“Os meus pais são pessoas muito reservadas em relação ao meu percurso musical e houve, desde sempre, aquela preocupação de cada conquista ser por mérito meu e não por ser filha de quem sou. Obviamente que apoiam como espetadores e acho que, como pais, se tenham fartado de votar”, diz, divertida. Porém,
a cantora ainda sente o preconceito.

“É uma coisa muito portuguesa de se achar que só porque se é ‘filha de…’ se está a ser favorecida. Isso não é correto e se calhar por isso é que só aos 34 anos é que estou a conseguir dar este passo na música”, confessa.

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“Fui obrigada a sair de Lisboa”

Mas para além de uma influência na música, Manuel Alegre também está por detrás do gosto de Joana pela política. “O meu pai transmitiu-me a noção humana da política.”A concorrente, que é deputada independente na Assembleia Municipal de Lisboa, esteve sempre ligada a causas sociais, algo que chegou a ser desgastante no anterior emprego.

“Trabalhei na câmara de Lisboa e foi precisamente nos últimos anos que assistimos a um boom de especulação imobiliária que acabou por se tornar muito desgastante para mim porque trabalhávamos
nos bairros sociais e não conseguíamos resposta às necessidades.

Foi nessa altura que me demiti para me dedicar à música”, explica. E foi por culpa do preço das casas que teve de se mudar para Alcochete. “Fui obrigada a sair de Lisboa, como tantas outras pessoas. Não tenho fortuna familiar, sou classe média. Mas viver em Alcochete tem sido uma experiência muito boa.”

«O meu pai é um avô muito babado»

Com um filho pequeno, a participação no The Voice nem sempre foi fácil. “Tenho um filho de dois anos e o meu companheiro é médico, mas quando não podemos há sempre um avô ouuma avó disponíveis. O  meu pai, como avô, é muito ‘babado’. O meu filho chama-se Manel em sua homenagem e quis Deus que saísse com olhos verdes, igualzinho ao avô.”

Texto: Patrícia Grilo; Fotos: Shine Ibéria Portugal

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