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Jorge Fernando e Fábia Rebordão: “Ninguém acreditava neste amor”

21 Fevereiro, 2022

O casal de fadistas, Jorge Fernando de 64 anos e Fábia Rebordão de 36 anos, prepara-se para a chegada de uma menina, já para março.

São quase 30 anos que separam este casal, mas é um grande amor que une os dois. Jorge Fernando, de 64, e Fábia Rebordão, de 36, estão juntos há 12 anos e preparam-se para dar as boas-vindas à primeira filha em comum: Maria Inês. A nossa revista esteve à conversa com o casal, que nos recorda o início da relação, como a família reagiu e os planos para um futuro a três ou mais…
Como está a correr esta primeira gravidez?
Fábia Rebordão: Está a correr bem, nunca tive enjoos, nada que me desse desconforto. Apenas senti um ligeiro descolamento da placenta ao início, tive de descansar e repousar, mas agora está tudo bem.
E desejos nesta fase?
F. R.: Curiosamente, era raro comer carne e durante a gravidez senti mais essa necessidade, foi a única coisa.
Para quando está previsto o nascimento?
F. R.: Supostamente será a 27 de março, na véspera do meu aniversário. É como a minha irmã diz: ‘Se nascer no mesmo dia que eu, nunca mais ninguém me dá os parabéns’ (risos). Por isso até preferia uns dias antes, pois o Jorge também faz anos a 8 de março.
Jorge Fernando: Preferia realmente uns dias antes, pois se nascesse sob o signo de Peixes seria muito mais fácil, já que as pessoas de Carneiro são teimosas, obstinadas…
Sentiu receio de aumentar de peso em demasia na gravidez?
F. R.: Engordei um pouco, sim, cerca de 12 quilos, mas ao início estava muito preocupada com isso. Agora tento abstrair-me, pois causa-me muita ansiedade. A verdade é que nesta fase temos mais fome e evito comer durante a noite. Deixei também de fazer o jejum intermitente, mas regresso depois.

Nome de Amália fora da equação

Quem escolheu o nome de Maria Inês?
F. R.: Fui eu, pois gosto muito do nome Maria, que por si só é muito bonito, mas como queria que estivesse associado a um segundo nome e acho Inês muito romântico, decidi propor ao Jorge. Ele já tem uma filha que é só Maria, e a minha mãe também é Maria.
Para o Jorge, vai ser mais uma menina…

J. F.: Exato, já tenho quatro filhos, um já homem, com 41 anos, e três mulheres, uma Maria e duas Anas. Mas não vamos ficar por aqui (risos).
E como é que eles reagiram à vinda de mais uma irmã?
F. R.: Encantados, sendo que o Jorge tem oito netos (sete rapazes e uma rapariga), que serão todos mais jovens do que a tia. O último neto vai ter uma diferença da nossa filha de dez meses, tendo também uma neta com um ano e pouco de diferença.
Sendo prima em 3.º grau de Amália, nunca equacionou o nome para a bebé?

F. R.: Por acaso não, apesar de gostar muito do nome. É muito forte, com um grande peso, mas a própria irmã da Amália, a Celeste, dizia que não gostava nada do seu nome nem do da irmã. Só gostava de Ana, uma das irmãs, que morreu muito nova, tuberculosa.
J. F.: Por acaso também não gosto do nome, mas nunca lhe disse isto. Não acho bonito, mas é um nome que entrou em nossas casas e faz parte da mobília da minha geração.

“Nunca mudei a fralda a um filho”

Ter o Jorge já com quatro filhos é uma mais-valia para a Fábia?
F. R.: Apesar de ser o quinto filho, para ele vai ser uma nova experiência, pois quando nasceu o primeiro filho foi em digressão com a Amália durante seis meses. Mesmo com os outros nunca esteve tão presente, por força do seu trabalho, e penso que agora a minha filha vai beneficiar disso, dele estar mais perto de nós.
J. F.: São sempre novas experiências. Por exemplo, eu nunca mudei a fralda a um filho meu e não conto mudar à Maria Inês (risos).
Sente que este era o momento ideal para ser mãe ou gostava de ter sido mais cedo?
F. R.: Pensei na maternidade aos 20 anos, mas depois deixei de pensar. Segui a minha vida e há dois anos comecei a falar sobre isto com o Jorge, mas ainda sem nenhuma decisão definitiva.
Mas sentiu algum receio, pelo facto dele já ter quatro filhos?
F. R.: Não, nunca me transmitiu esse sentimento. Disse-me logo que sim, fiz exames no início do ano passado e em junho engravidei.
Foi então tudo muito rápido…
F. R.: Podia ter sido ainda mais rápido, mas como estava muito obstinada, comecei a fazer muitos testes de ovulação desde o início do ano e como as mulheres só ovulam um dia por mês e como estava tão fixada naquilo, acabou por me bloquear um pouco. Quando deixei de ligar, aconteceu…

“A Fábia Rebordão tinha 126 quilos”

A Maria Inês é então o fruto máximo da relação de amor entre os dois?
J. F.: Sim, de um amor que só nós acreditávamos desde o início. Ninguém acreditava. Todos diziam que não ia durar muito.
Quem deu o primeiro passo?
F. R.: Comecei a cantar na casa de fados e o Jorge já lá estava. Éramos muito amigos e confidentes um do outro, embora tivéssemos uma considerável diferença de idades. Mas como ele tem este espírito jovem, essa barreira nunca existiu entre nós e fomo-nos aproximando naturalmente… Ele acabou por não resistir aos meus encantos (risos).
J. F.: Quando começámos a nossa relação, a Fábia tinha 126 quilos. Costumo dizer que quando ela me caiu em cima, eu não resisti mais.
Consideram-se um exemplo de que o amor não escolhe idades?
J. F.: As pessoas desprezam muito a felicidade e se começarmos a pensar que daqui a 20 anos já cá não posso estar, estamos a perder estes anos de felicidade. O nosso conselho como casal é que a vida tem de ser vivida neste preciso momento. O que tenho a ver com o que me vai acontecer daqui a 20 anos? Assim, vou desfrutar do que a vida me coloca ao meu alcance neste momento.
F. R.: Das pessoas mais próximas que temos, dos meus pais, dos filhos mais velhos do Jorge, nunca sentimos nada de preconceituoso. O Jorge é mais velho do que a minha mãe e só um ano mais novo que o meu pai, e eles adoram-no.
Pensam em continuar a aumentar a família?
F. R.: Sim, dois filhos seria o ideal. Gostava de ter um casal.
J. F.: Depende do que a vida nos trouxer, mas acho que sim, a Fábia merecia mais um filho depois deste. Um Jorge Vicente.

 

 

Assegurar a saúde

A pensar no futuro da menina, o casal decidiu que irá criopreservar as células estaminais do cordão umbilical da filha com o laboratório português BebéVida, estando consciente de que hoje em dia são inúmeras as doenças tratáveis com recurso a estas células. “É uma oportunidade para guardarmos através do cordão umbilical as células estaminais que poderão servir no futuro para possíveis casos de saúde complicados da nossa filha e dos irmãos”, referiu o fadista.

 

Perdeu 50 quilos

Desde criança que o excesso de peso a perseguia, até ao momento em que Fábia começou a seguir uma dieta rigorosa que a levou a emagrecer 50 quilos: “Sempre tive esse desejo, e o Jorge apoiava-me na decisão que quisesse tomar. Nunca senti esse preconceito da parte dele. Não tinha vergonha de andar comigo na rua de mão dada, mas sentia que vivia num corpo que não era o meu e queria viver a vida da melhor forma que pudesse, por isso decidi fazer isso por mim, por nós, e ainda bem que assim foi”, refere.

 

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Texto: Mário Rui Santos; Fotos: Helena Morais

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