Nacional

Lourenço Ortigão sobre fracasso de novela: «Vou ser mais exigente a escolher o próximo trabalho»

28 Setembro, 2019

Lourenço Ortigão fala da quebra das audiências e explica o seu ponto de vista.

A estação de Queluz vive dias negros no que às audiências diz respeito. Os números alcançados pela TVI têm sido fracos e as oportunidades para melhorar vão escasseando. Lourenço Ortigão, que está no elenco da novela Prisioneira e que já registou um mínimo histórico da ficção do canal, admite não estar minimamente preocupado e explica o seu ponto de vista.

«Não ligo às audiências, aos números. Não sou obcecado se estou a ganhar ou a perder. Sou obcecado, sim, em tentar que os nossos produtos tenham qualidade», referiu ao nosso site, num evento.  «Não estou desiludido. Acho que é um tema muito forte, desde início, mas estava com um feeling que depois se confirmou. Não tem nada a haver com audiências, com atores nem com a qualidade de atores nem tão pouco com a realização. Antes pelo contrário, isso está tudo bem, felizmente é o que funciona», continuou.

Para Lourenço Ortigão o problema centra-se essencialmente no tema em si: «Devemos ter noção dos temas que abordamos. Há temas que nos identificamos mais e outros menos. Neste caso, este tema acho não… Se calhar é um tema que os portugueses não querem ouvir falar e nesta altura acho que se devia ter arriscado por outro sítio [o desfecho] até porque a minha personagem deu uma volta muito grande. Sinceramente, não estava à espera mas são coisas que eu não escolho e só tenho de cumprir. Mas também tiro as minhas ilações», confessou, acrescentando que já recebeu o guião do último episódio.

«Já recebi o último episódio. É um fim interessante para o público. Acho que vão gostar. Não é pelo fim, porque acho que está óptimo, o guião é que acho que devia ter sido outro. Há uns anos para cá que digo que o nosso mercado está a mudar. As pessoas estão habituadas a ver séries na Netflix e faz com que nós tenhamos de reinventar», volta a frisar para depois referir: «Se calhar eu é que vou ser mais exigente a escolher [o próximo trabalho].»

«As mudanças são necessárias»

A Cofina SGPS anunciou a 21 de setembro que chegou a acordo com a espanhola Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, grupo que engloba a TVI, valorizando a empresa em 255 milhões de euros.

«Não sei o que vai acontecer na TVI. Nós [atores]  não sabemos. Caso haja uma grande mudança, não sei se estão a contar comigo»,  contou ainda aos jornalistas. Ainda assim adianta: «Não tenho medo. Acho que as mudanças são necessárias.»

«Tenho vontade de mais, quero mais e mais, mas sei quem apostou em mim desde o início. Quem é que esteve lá quando ninguém me conhecia e quem me tem apoiado a fazer este percurso. É uma coisa que não esqueço e tem sido decisiva nas minhas decisões», terminou.

Texto: Márcia Alves; Fotos: Reprodução Instagram

 

 

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