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Mãe de Francisco D’Eça Leal arrepende-se de ter ajudado Maria Leal: «Pensei em queimá-la no fogão»

24 Outubro, 2018

«O que ela fez ao meu filho fez em mim em dobro», contou Júlia, mãe de Francisco.

Betinho, como se caracteriza, Francisco D’Eça Leal recebeu sempre «mimos especiais». Antes de morrer, o pai, Paulo Guilherme D’Eça Leal deixou-lhe 50 mil euros em dinheiro e quatro apartamentos em Campo de Ourique. Este jovem é o protagonista da reportagem Amor Cego, do programa Vidas Suspensas da SIC.

O jovem acusa a mulher de lhe ter gastado um milhão de euros da herança que recebeu do pai. Elisabete Rodrigues, mais conhecida como Maria Leal, mudou de nome quando casou com Francisco D’Eça Leal. O rapaz tinha acabado de recuperar de um acidente. Na altura, ele com 24 anos de idade, ela com 44.

«Depois de ter casado com ela, a Elisabete tirou-me tudo», contou.

Ao fim de três anos de separação, Francisco continua casado com a cantora porque a justiça não consegue notificar Maria Leal do pedido de divórcio e a queixa-crime contra a mesma continua parada. «Ela dizia que conseguia entrar em contacto com o meu pai e que vinha de outro planeta. Eu fazia tudo o que ela me pedia para fazer».

«Ela disse-lhe que eu o ia internar porque tinha sido chula do pai dele e iria ser chula do Francisco»

Na segunda parte da reportagem Amor Cego, do programa Vidas Suspensas da SIC, Júlia, mãe de Francisco D’Eça Leal revelou mais pormenores sobre o casamento do filho com a cantora Maria Leal.

Aos 18 anos, Francisco teve um surto de esquizofrenia, aos 21 teve uma tentativa de suicídio. Ao fim de um ano a cuidar do filho, Júlia ficou com um esgotamento e refugiou-se na sua casa de Lagos, no Algarve. Júlia achava que o filho estava bem entregue a Maria Leal.

«Como eu sabia que não estava em condições de cuidar de um barco difícil, eu elucidei a Elisabete de tudo. Ela sabia que ele tomava a medicação», disse.

Segundo Francisco D’Eça Leal, a cantora «proíbiu-o» de falar com os amigos e com a sua mãe, Júlia. «Dizia que se não fizesse o que ela queria, eu ficava entregue à minha mãe e que ela me tirava tudo», revelou o jovem.

«Fiquei três anos sem o ver, ela proíbiu-o de falar comigo e disse que eu o ia internar porque eu tinha sido chula do pai dele e iria ser chula do Francisco», contou a mãe de Francisco D’Eça Leal.

«Eu pensei em queimá-la na chapa do fogão»

Júlia arrepende-se de um dia ter ajudado Maria Leal. «Um dia chatearam-se e o Francisco meteu-a porta fora e ela veio falar comigo. Eu ajudei-a a resolver as coisas com o meu filho», contou arrependida.

Quando chegou a Lisboa, depois de Francisco ter ficado sem herança, Júlia teve de pagar ainda algumas dívidas que Maria Leal contraiu.

«Eu fiquei horrorizada com os meus pensamentos. Eu pensei em queimá-la na chapa do fogão. Houve uma altura em que li uma notícia de que ela gastou 30 mil euros a arranjar os dentes e eu tive vontade de lhe partir a cara toda com uma tábua. Eu tinha pensamentos horríveis. O que ela fez ao meu filho fez em mim em dobro», confessou.

«Chegar aqui um dia e ver tudo partido. Chegar ao cúmulo de ver peças gráficas a forrar os vidros da casa»

Francisco D’Eça Leal confiava na mulher e não consultava os extratos da contas. Quando estavam juntos, os dois moravam numa casa alugada em Cascais, mas os vizinhos continuavam a cruzar-se com a cantora numa das quatro casas de Campo de Ourique que não tinha sido vendida.

«Ela entrava com outros homens», contou uma vizinha.

Rute Bastardo, uma jovem estudante, fez uma tese de doutoramento sobre a obra do pai de Francisco e filmou a casa do artista. Quando este morreu, a jovem precisou de consultar o histórico e percebeu que a casa já estava nas mãos do filho de Paulo Guilherme D’Eça Leal e da cantora Maria Leal.

«Os móveis e todo o ambiente era parisiense. E chegar ali a casa um dia e ver tudo partido quase como se fosse um assalto. Eu cheguei e disse: ‘O que é que se passou aqui?’. Chegar ao cúmulo de ver peças gráficas do artista a forrar os vidros da casa», contou.

«Foi tudo feito de acordo com a vontade do Francisco»

A advogada Rute foi quem dirigiu as partilhas. Ela foi testemunho do casamento e, também, foi ela que tratou da venda dos apartamentos e do recheio dos mesmos. Segundo Francisco, a advogada «nunca lhe prestou contas e só falava com Maria Leal».

À SIC, a advogada Rute respondeu: «Foi tudo feito de acordo com a vontade do Francisco».

Maria Leal cobra 500 euros por concerto. Francisco D’Eça Leal vive da reforma: 334 euros por mês

«Eu posso perdoá-la, mas queria que a justiça fosse feita», disse Francisco sobre a mulher.

O jovem não transmite sentimentos de raiva, nem ódio. «Estou de bem com a vida», disse. Francisco D’Eça Leal tem a mesma rotina todos os dias da semana. De manhã vai ao café e à hora do almoço vai buscar a comida a uma cantina da Igreja que é da Santa Casa, onde também vai buscar o jantar. À tarde vê televisão, joga vídeo jogos e toca guitarra.

Ele gostava de trabalhar, mas tem uma cerca condição física que não lhe permite. «Nesta altura estou reformado e vivo da minha reforma que são 334 euros por mês e a minha mãe ajuda-me», contou.

Francisco D’Eça Leal vive em Lisboa e só recebe visitas da mãe. Depois da herança diz que mais ninguém lhe ligou, nem para saber do seu estado de saúde.

Fotos: Impala

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