O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) concluiu que a ambulância dos bombeiros do Beato que transportou Carlos Amaral Dias esteve cerca de uma hora avariada. O pai de Joana Amaral Dias esteve esse período retido no seu interior, sem que a situação tivesse sido reportada ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) ou ao Dispositivo Integrado e Permanente de Emergência Pré-Hospitalar de Lisboa (DIPEPH).
O psicanalista entrou em paragem cardiorrespiratória e acabaria por morrer a caminho do Hospital de São José, em Lisboa, já numa segunda ambulância chamada para substituir a primeira.
Foi em dezembro passado que a ex-deputada do Bloco de Esquerda contou, em entrevista a Cristina Ferreira, que o pai se sentiu «mal» e que «a auxiliar que estava com ele em casa chamou logo o INEM». «O percurso é rapidíssimo do Marquês de Pombal ao [Hospital de] São José. Cinco, dez minutos de carro. Chamaram a ambulância às 09h09 e o meu pai chegou ao hospital já passava das 11 da manhã», denunciou à apresentadora da SIC. «O meu pai morreu no meio da rua, com uma paragem cardiorrespiratoria. No meio da rua!», indignou-se.
Sem desfibrilhador e tripulante sem formação
O mesmo relatório, diz esta quinta-feira, 23 de janeiro, o Jornal de Notícias, concluiu ainda que um dos tripulantes dessa ambulância não tinha a formação obrigatória. O veículo também não tinha desfibrilhador, que também é uma das exigências.
«Sintuações anómalas» que o INEM enviou para o Ministério Público, para a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e para o Ministério da Saúde. Aguarda-se, agora, apuramento de eventual crime.
Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Reprodução redes sociais
Siga a Revista Maria no Instagram