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Cristina Ferreira emociona-se ao falar de bullying e deixa aviso: “Pretendo não me calar”

28 Novembro, 2020

Cristina Ferreira emociou-se ao falar sobre os ataques de bullying que diz ter sofrido na Internet. "A minha família lê todos os dias."

Cristina Ferreira lançou o livro Pra Cima de Puta, que tem como objetivo lançar o debate sobre o bullying praticado nas redes sociais. Nesta obra, a apresentadora denuncia muitas das ofensas que lhe são dirigidas e lança um apelo à discussão e à legislação deste tipo de comportamentos.

Afinal de contas… “puta” é só uma das muitas ofensas com as quais a apresentadora tem de lidar, principalmente desde que anunciou o seu regresso à TVI.

“Todas as receitas vão ser entregues a associações que combatem o bullying”

152 páginas repletas de ofensas, que levaram ao mote de uma reportagem da jornalista Susana Pinto que passou, este sábado, dia 28, no Jornal das 8, da estação de Queluz de Baixo.

“Mesmo que fosse para vender, todas as receitas vão ser entregues a associações que combatem o bullying. E, por isso mesmo, qualquer euro que este livro possa vir a dar não me será entregue a mim, será entregue a quem ao meu lado, a partir deste momento, luta pela dignidade de todos os outros e isso é o principal no meio de tudo isto. Estamos a falar daquilo que já está convencionado, não só na nossa constituição, como também na declaração universal dos direitos humanos. Temos todos direito à nossa dignidade, à nossa vida, à nossa privacidade, à nossa vida familiar e isso está ali, não está é aplicado na lei. E é preciso e é preciso fazê-lo.”, começou por dizer Cristina Ferreira a José Alberto Carvalho.

“Temos todos direito à nossa dignidade”, diz Cristina, que garante que o que lhe escrevem nas mensagens, muitas delas partilhadas no livro, não são comentários, “são ofensas, são injúrias.” “É uma tentativa clara de destruir a minha moral”.

A estrela da TVI confessa que tudo se agravou aquando da sua saída da SIC para regressar “a casa”. “Desde a minha saída da SIC para voltar à TVI, eu comecei a receber um sem número de comentários deste género. De comentários que eu não percebia (…) A minha passagem da TVI para a SIC não teve nada a ver com a minha passagem da SIC para a TVI novamente. Porque as pessoas não percebem porque é que eu tinha feito uma mudança, porque é que tinha corrido tão bem essa mudança e porque é que eu queria voltar. Quando não entenderam que era uma escolha minha. Que era uma escolha minha pessoal. Uma escolha em que só eu sabia o porquê. Ninguém tem nenhuma nenhuma noção do que é a minha vida e do porquê das minhas escolhas e isso faz toda a diferença”, assegura.

“As pessoas culpam-nos por nos correr bem”

Na verdade, a diretora de Entretenimento e Ficção da estação de Queluz de Baixo, garante que as pessoas “não têm a mínima noção” do que é a sua vida. “Eu voltei porque senti que era aqui o meu lugar. A minha passagem…todos nós temos o direito de achar que as nossas escolhas ñão foram as mais corretas por mais felizes que tenham sido durante um período de tempo, mas se eu senti por vontade própria que eu queria aqui regressar, têm que aceitar que isso aconteça. As consequências são minhas e sou eu que as tenho que pagar. Estas não. Estas não mesmo! Este livro não é uma vingança, este livro não é um caso pessoal. Este livro é, acima de tudo, para que a sociedade possa refletir sobre ele, para que cada um nós no momento em que estiver a fazer um comentário numa rede social saiba que está a atingir o outro.”, diz. “As pessoas culpam-nos por nos correr bem”, ressalva.

Cristina Ferreira assegura também que “este livro é para que a sociedade possa refletir sobre ele, para que cada um de nós, sempre que faz um comentário, saiba que pode atingir o outro”.

Cristina Ferreira: “Pretendo não me calar”

“Imaginem o que é sentir isto diariamente em milhares de comentários…”, dispara. “Este é o meu trabalho, esta é a minha vida. Comentar o meu trabalho… só isso é que o podiam fazer. Isto é o meu trabalho”.

No final da entrevista, a estrela da TVI mostrou-se indignada. “Estive seis horas em direto e não estive nervosa. Aqui (no “Jornal das 8”) estou aflita. A mim não me dói, mas tenho medo que doa a outras pessoas”, continua. “O meu filho lê todos os dias, o meu pai lê, todos os dias, a minha família lê todos os dias…”. “Pretendo não me calar. Essa discussão é urgente”, finaliza,

“O medo não pode ser superior à mudança”, diz Carolina Deslandes

Isabel Figueira, Rita Pereira e Carolina Deslandes foram as figuras de centrais da reportagem de Susana Pinto, na qual falaram sobre o cyberbullying a que são sujeitas todos os dias.

“Não vale tudo”, diz a autora de “A Vida Toda”. “Os meus pais, os meus avós, os meus amigos, o Diogo (n.r.: ex-companheiro).. pior do que falarem de nós é falarem das nossas pessoas”, acrescenta.

“Quando falo de coisas que considero importantes, as pessoas têm reações para eu não ir buscar mais assunto, mas eu estou-me a borrifar. O medo não pode ser superior à mudança”, continua Deslandes.

Também Isabel Figueira demonstrou o seu descontentamento com este tipo de situações, das quais também já foi vítima. “Quem escreve não pensa que há filhos que estão na escola e que lidam com outras crianças. E as crianças às vezes são cruéis”, realça.

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Texto: Andreia Costinha de Miranda; Fotos: Reprodução TVI e Instagram

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