Nacional

Cristina Ferreira obrigada a justificar entrevista a Maria das Dores. Kátia Aveiro defende-a

6 Julho, 2019

Cristina Ferreira foi obrigada a justificar-se por ter entrevistado Maria das Dores, a mulher condenada a 21 anos de prisão por ter mandado matar o marido.

Maria das Dores, conhecida socialite dos anos 2000 – que em 2007 mandou matar o marido, o empresário Paulo Cruz, tendo sido condenada a 23 anos de prisão um ano mais tarde – foi entrevistada por Cristina Ferreira. Um dia depois da entrevista ter sido divulgada, a apresentadora das manhãs da SIC vê-se obrigada a justificar-se.

Através do Instagram, este sábado, 6 de julho, Cristina Ferreira partilhou: «Ouvir uma assassina não é torná-la inocente. Maquilhar uma assassina não é torná-la inocente. Respeitar a dignidade do ser humano não é torná-lo inocente. Refletir, pensar, equacionar, perceber como funciona a mente, é evoluir.» 

Leia ainda: Cristina Ferreira em fato de banho: «Estou extraordinária para a idade que tenho»

Esta justificação surge depois de a apresentadora d’O Programa da Cristina ter sido alvo de críticas pela entrevista. «Agora está arrasada. Não se infiltre em searas que não domina», «sinceramente lamentável», «podia existir uma entrevista, mas desta forma é passar de besta a vitima e heroína», «que nunca lhe aconteça a si o mesmo. Mas se acontecer ao menos esta por dentro do assunto. Vergonha», «Peço desculpa mas desta vez não me agrada», «não olhar a meios para atingir os fins! O dinheiro falou mais alto, quem virá a seguir?» e «trabalho lamentável!», são alguns dos comentários que se podem ler.

Kátia Aveiro fez questão de defender Cristina: «É preciso passar a vida a explicar o inexplicável, a nossa opinnião pública anda tão amargurada e tão vazia de conhecimento que descarregam as frustrações no espaço e trabalho dos outros. Com críticas sem sentido, lamentável! Parabéns Cristina pela coragem de ser diferente e pelo trabalho maravilhoso.. És única e isso infelizmente ainda não entra na cabeça de muita gente!»

Leia ainda: Maria das Dores: «Ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém. E eu fi-lo»

Morte «encomendada»

Maria das Dores atraiu o empresário a um apartamento na Avenida António Augusto de Aguiar, que havia sido arrendado pela família para se mudar do Lumiar para o centro da cidade. Lá, foi surpreendido por dois homens que lhe deram duas pancadas mortais na cabeça.

«A Maria mandou matar o seu marido», disse-lhe Cristina Ferreira. Sem nunca negar, Maria das Dores fala sobre o que lhe passou na altura para o fazer. «Sim (…) Não pensei. Foi da noite para o dia. Foi depois de muita muita coisa. Muitos episódios de maus-tratos verbais. De me chamar ‘Maria gorda’, de dizer: ‘Olha aquela tão gira’. Depois de tantas coisas feias. E de eu cada vez me sentir mais pequenina. Quando toda a vida me senti uma mulher segura, uma mulher bonita. Sentia-me uma mulher segura, mesmo com apenas um metro e cinquenta e três centímetros. Era tratada como ‘não tens braço. Pesas 100 quilos’»

Texto: Redação Win – Conteúdos Online

Siga a Revista Maria no Instagram

partilhar | 0 | 0