Esta edição do Big Brother parece estar “amaldiçoada”. Os problemas mentais parecem ter invadido os concorrentes da casa mais vigiada do país e um desses casos é bem grave: o de André Filipe, o jovem, que continua em estado critico na ala de psiquiatria do Hospital de Nossa Senhora do Rosário, do Barreiro.
O rapaz teve um surto psicótico dentro da casa da Ericeira e está atualmente internado sem direito, sequer, a visitas ou qualquer outro contacto com a família. É através dos médicos e enfermeiros daquele serviço da unidade hospital da margem sul que os familiares recebem informações sobre o estado de saúde do jovem de 25 anos.
Recém chegada à vida real, Diana Carvalho, confessa estar preocupada com o jovem e garante que tudo fez para o ajudar. «Eu acho que fui das que mais ajudei o André Filipe. O André respeitou-me sempre bastante dentro da casa. Não tenho qualquer queixa em termos disso dele, claro que houve ali um momento, principalmente a partir da primeira semana em que ficou mais complicado lidar com o André Filipe. Para mim e para toda a gente», assume.
«Da minha parte tentei sempre até à ultima noite em que o deixei a dormir no sofá, porque achei sinceramente que ele ia recuperar, Tentei sempre acalma-lo, dizia: ‘pensa porque estás aqui’. Tentei que se acalmasse e que vivesse mais a nossa realidade, mas foi muito complicado e eu percebi que chegou a um ponto em que a minha ajuda já não era suficiente, Era preciso alguém profissional, para ajudar no caso do André Filipe», assume a jovem.
Noutras edições sempre vimos os concorrentes muito unidos e até a chorar bastante quando alguém saía do jogo precocemente, mas desta vez, e apesar da gravidade da situação os concorrentes mostram uma atitude muito fria. Diana explica o porquê. «Até agora ainda não saiu ninguém que realmente importasse em termos de grupo. 0 grupo principal está formado, Se ontem tivesse saído o Rui já tinha havido outra reação. É a tal falta de empatia com as pessoas com que não se identificam», admite.
Mas afinal de contas o que se passa para nesta casa os concorrentes estarem tão sujeitos a problemas emocionais e mentais? Diana responde. «Muita coisa aconteceu durante a noite enquanto eu estava a dormir. Eu acordava e, de repente, não havia Luís, Bruno, André Filipe… Há muita coisa a acontecer durante a noite», começa por dizer.
«Acho que a falta de sono foi um fator muito importante para alguns deles, porque havia pessoas que se deitavam às sete, oito da manhã, constantemente desde o inicio, desde a primeira gala e durante o dia não descansavam.
Acho que muitos deles sentem aquela necessidade de: ‘eu estou aqui tenho de aparecer o máximo possível, vou estar aqui até a ultima pessoa ir para a cama, porque quero estar o máximo de tempo possível em frente a câmara’. Eu acho sentiam muito essa necessidade e isso acabou por levar a uma falta de sono que condicionou pessoas que sentem mais pressão e mesmo emocionalmente acabam por ir a baixo mais rapidamente», diz.
Marido estava stressado por ela
Diana não esconde que dentro da casa se sentiu perdida muitas e sem apoio, até porque recorde-se foi nomeada por 12 colegas, batendo assim o record de Noélia, da edição do BB 2020 que tinha sido nomeada por dez colegas.
«Estava à espera de outro tipo de pessoas porque eu gostei muito da edição do BB 2020. Nunca me tinha candidatado a nada do género, como achei interessante e gostava de acompanhar o TVI Reality ,coisa que nunca tinha feito e agora gostava, pensei: ‘vou mandar o questionário’. Estava à espera de uma edição mais à BB 2020», admite, acrescentado que estava à parte do grupo.
«Estava ali como um peixinho fora de água tendo em conta o grupo de concorrentes que foram selecionados…Era assim uma mistura de sentimentos. Eles às vezes vinham ter comigo a dizer: ‘gosto muito de ti, és uma pessoa fantástica’, mas na hora de nomear nomeavam a pessoa fantástica, (risos).
Eram concorrentes de idade muito jovem, muito de festas, de noite… Senti-me colocada de parte nesse sentido. Depois acabou por ser muito casais, joguinhos para tentar juntar casais e essa é uma fase da vida da qual eu já não me enquadro. Eu gosto muito do amor, e que as pessoas gostem muito uma das outras mas não sou tanto desse tipo de jogos», assume.
Este tema de casais não interessava a Diana, até porque esta é uma mulher casada e muito bem resolvida nesse campo. Aliás na gala, Diana tinha à sua espera o marido.
«Eu não tinha noção do stress em que ele estava cá fora»
«Eu não tinha noção do stress em que ele estava cá fora. Ele estava muito stressado mesmo. Estava muito mais stressado do que eu lá dentro. Eu acho que ele viveu isto ainda duma maneira mais intensa do que eu», afirma. «Ontem (domingo dia 27) ele até estava a ver umas imagens e começou a ficar com os olhos a lacrimejar. Ele estava muito emotivo em relação tudo. Eu não tinha essa noção, de todo, e afinal eu estava lá dentro mais calma do que ele cá fora. Acho que estamos os dois juntos e já vai conseguir acalmar. Vai ser benéfico para nós os dois. Fiquei triste por ter saído, confesso, mas fiquei aliviada também», assegura, garantindo que foi bom para o marido ter alguma independência apesar dos problemas de saúde.
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«Foi uma decisão dele ficar sozinho em casa. Eu tive de respeitar e portanto. Claro que temos sempre preocupação, mas sabia que se acontecesse alguma coisa era imediatamente avisada pela produção, por isso nesse sentido, no news, good news», diz sorridente.
«Acho que foi importante para ele para perceber que ainda conseguia passar algum tempo em casa sem eu estar por perto no dia a dia, penso que também foi algo que nós os dois ultrapassámos, ele e eu, porque também não gosto muito da situação dele ficar sozinho em casa, mas lá está, ele ficou e ficou bem e tratou dos meninos todos (gatos)», relata.
Diana diz: «Não pretende ser mãe»
Diana tem uma paixão imensa pelos seus animais e garante que serão eles os únicos filhos que vai ter. O relógio biológico não é algo que ainda tenha despertado para a ex-concorrente do Big Brother.
«Nunca houve vontade de engravidar, aliás quero deixar claro, porque as pessoas às vezes pensam que tem a ver coma questão do Lu, que é genética, mas não é de todo. Há uma possibilidade de engravidar, até paga pelo governo, para ter um bebe 100 por cento saudável, sem distrofia, sem nada disso, mas o que acontece é que nós não sentimos essa necessidade e eu acabo por passar o meu lado maternal para os gatos», assume.
«Nunca senti que quero engravidar. Sinto pressão, muito pressão da sociedade sim, para engravidar, quase como se uma mulher tivesse de engravidar a uma determinada altura da vida, mas eu não sou uma pessoa que ceda muito com a pressão», diz entre sorrisos, relembrando à Maria que também quando se apaixonou não cedeu à pressão da família que não aceitava esta relação.
«Naquele momento, não foi fácil, hoje olhando para trás consigo compreender até a um certo ponto o que aconteceu, porque acho que todos os pais idealizam um determinado futuro para os filhos e esse futuro nunca é imaginado com uma pessoa que tem uma deficiência física, A verdade é essa e portanto estavam preocupados com futuro financeiro, estavam preocupados com uma série de coisas.
A ida para Malta acabou por ser boa, até porque conseguimos afastar-nos desses stresses e quando falámos por skype era um assunto do dia a dia e não desses assuntos. Também conseguimos provar que podíamos trabalhar os dois, ter uma vida normal. Foi uma prova que nós demos e depois o nosso casamento acabou por ser, acho eu, o final dessa história. Estava toda agente muito feliz e foi um dia muito feliz quando nos casamos. Foi um processo difícil, não posso dizer que foi fácil, mas que se calhar tinha de ser feito, e sem passar por ele não era a pessoa que sou hoje», assume.
Para o futuro, Diana só espera poder dar largas à sua criatividade e gostava, muito, de poder vir a escrever, quem sabe, para a TVI, “Gostava muito de escrever uma série portuguesa”, termina.
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Texto: Catarina Martins; Fotos: DR
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