Marco Paulo tanto cantou que tem dois amores, que acabou por não ter nenhum. O cantor admite que gosta de ser solteirão e que não lamenta ter tido filhos. Para ele, o afilhado, Marco António, 27 anos, é o filho que nunca teve. Zuca a sua cadelinha também faz parte da família.
Não lamenta não ter tido os seus filhos?
Não. Tudo tem o seu tempo. Gosto muito da minha liberdade, gosto muito de ser como sou, de fazer o que quero e, vejo, às vezes, pessoas minhas amigas a darem exemplos fora do que eu estava habituado entre o meu pai e a minha mãe. Quero ser o eterno solteirão.
A existência de uma mulher iria limitá-lo na sua vida?
Na altura em que eu comecei, e muito novo, a ter sucesso, a ter gente à minha volta, habituei-me de tal maneira a que tudo
fosse tão fácil que ter uma mulher, casar, passava-me ao lado, andava mais encantado com as viagens de avião, andar em hotéis, a fazer e desfazer malas e sabia que as mulheres me adoravam. Eu tenho um grupo de mulheres que não casou porque eu não casei. E ainda hoje essas fãs vão aos meus concertos, telefonam-me, eu sei o nome delas.
Vejo que está emocionado.
Sim, emociono-me muito ao falar dos meus pais, ao falar dos meus fãs, do meu afilhado, da minha profissão. E emociono-me mais agora com a idade. Eu não era nada chorão, mas desde que comecei a ter estes problemas de saúde fiquei mais frágil.
Falemos um pouco sobre a sua vida fora do ambiente do trabalho. O que faz com as suas horas do dia?
Passo muito tempo em casa. Quando estive doente, no verão, os médicos disseram-me para descansar muito. Em casa, dedico-me às minhas músicas, os ensaios são feitos num espaço que tenho aqui na quinta, os amigos vêm cá, não dou jantares nem faço festas, não vou ao cinema. Há 15 dias fui pela primeira vez aqui a um centro comercial perto da minha casa, para comprar uns sapatos e este espaço existe há anos. Também não sou consumista. Eu não estrago roupa, não estrago calçado, tenho tudo.
E não desfruta do espaço exterior da sua casa?
Desfruto, fazia caminhadas, mas sou mandrião em relação a ginástica. Já tive um personal trainer, mas levava tantas tareias” que disse basta.
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“Acho piada quando me pedem selfies”
Os jovens sabem quem é o Marco Paulo?
Sabem. E vão ver os meus concertos. Acho muita piada quando me pedem para tirar selfies, me pedem autógrafos para a mãe ou para a avó e eu percebo que é para eles.
Vi que tem Instagram e Facebook.
Existe a páginas de fãs do Marco Paulo, que eu conheço, mas não tenho redes sociais. Prefiro revistas e compro quando eu venho lá.
O percurso da revista Maria e o do Marco Paulo fazem-se lado a lado.
Fui capa várias vezes da Maria, sempre foi uma revista que me deu espaço e sempre fui “lido” com muita atenção na Maria. É uma revista com um percurso muito bonito.
A Maria é uma das suas suas revistas de eleição?
É sim, é uma revista que tem acompanhado a minha carreira e a minha vida, que respeita os artistas e que não cria notícias
baseadas em inverdades.
Na sua visão, que importância tem tido a Maria na vida das mulheres?
Acredito que as mulheres portuguesas cresceram com a Maria, amadureceram. São 40 anos próxima das portuguesas, e portugueses também, e o que desejo é que venham mais anos e que eu cá esteja. Porque vocês fazem parte do meu sucesso como eu faço do vosso.
A música deu-lhe sucesso. Preveniu o seu futuro?
Sim, eu sempre tive medo de ter uma carreira curta, o meu pai dizia-me que os artistas duravam pouco tempo e morriam
todos na miséria. Gostava que ele estivesse vivo para ver que nada disso aconteceu comigo.
Texto: Anabela Colaço; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Sónia Reis
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