«Eu hoje falo sobre o Ver P’ra Crer. Não vou falar sobre mais nada.» A ideia foi repetida vezes sem conta e Felipa Garnel, a Diretora de Programas da TVI, manteve firme a sua convicção em toda a conversa que teve com os jornalistas, esta quarta-feira, 2 de outubro, na apresentação à imprensa do novo concurso da estação, apresentado por Pedro Fernandes e com Ana Guiomar e Rita Salema como capitãs das duas equipas.
Com estreia marcada para 9 de outubro, o novo trunfo do canal de Queluz de Baixo vai concorrer com o imbatível O Preço Certo, da RTP1, Prémio de Sonho e, a partir de do dia 14, os diários da segunda edição de Casados à Primeira Vista, ambos da SIC. A luta será árdua e Garnel não se mostra com falsas esperanças.
«Tenho absoluta consciência de que é um dos horários mais complicados e um dos que mais martirizado foram. [A TVI] Teve imensos programas no último ano. Portanto, há um caminho a fazer. Ninguém espera que este programa seja logo líder», afirmou a gestora da programação da TVI, referindo, entre risos, que, para ela, «um bom resultado seria melhor do que os que existem agora».
E recordou: «Não sei se as pessoas têm noção de que é um horário que teve 18 programas no último ano. Dezoito. Desde o Inspetor Max até a’O Chef é Você. Portanto, há que recuperar o público neste horário.»
Felipa Garnel fez questão de sublinhar que esta «não é uma crítica» à anterior Direção de Programas, capitaneada por Bruno Santos, mas «uma constatação». «Não é uma crítica! Eu não critico o passado, eu constato factos. Eu não quero falar do passado. Eu estou aqui para falar do presente», reiterou.
«Haja o que houver, este é o programa das sete da tarde da TVI»
Com os pés bem assentes na Terra quanto às audiências que Ver P’ra Crer registará nas primeiras emissões, a Diretora de Programas da TVI deixou ainda uma certeza: «Eu comprei 60 programas e esses vou mantê-los, haja o que houver. Haja o que houver, este é o programa das sete da tarde da TVI». «Espero comprar muitas vezes 60», riu-se ainda.
O formato apresentado por Pedro Fernandes representa «o início de uma estratégia» para o futuro da TVI e foi dado a conhecer na semana em que se cumprem dois meses do mandato de Felipa Garnel. Sobre o plano traçado, nada disse, deixando apenas escapar que delineou, «sem dúvida, uma estratégia familiar».
Questionada sobre a esperança que está depositada nela, a decisora dos destinos da TVI atirou: «Isso tem de perguntar mais à administração». Mas assumiu: «Tenho uma responsabilidade grande, sim. Não nego essa responsabilidade, mas também sei que as coisas não se fazem de um dia para o outro.»
E que balanço faz dos dois meses? «Não faço balanço nenhum. Não faço nada. Estou aqui para falar sobre este concurso», repetiu, recusando-se a falar sobre assuntos como o novo programa das manhãs, que a TVI deverá estrear em janeiro do próximo ano, e a ida de Manuel Luís Goucha para as tardes. «A seu tempo, falaremos sobre tudo o resto. Ainda não é tempo», defendeu.
Sobre o presente, Felipa Garnel deixou apenas uma garantiu: a cada vez mais certa compra da TVI pela Cofina em nada afeta o seu trabalho como Diretora de Programas. «Não condiciona nada. Nada, nada.»
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Texto: Ana Lúcia Sousa com Dúlio Silva | Fotografias: Paula Alveno e Impala
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