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Maria Cerqueira Gomes faz revelação inédita da família: «A minha avó é um ser à parte»

10 Novembro, 2019

Maria Cerqueira Gomes faz confissões íntimas numa entrevista que assinala os 41 anos da revista Maria.

Quando substituiu Cristina Ferreira na TVI, Maria Cerqueira Gomes, de 35 anos, não tinha noção “da dimensão” do passo que estava a dar. Cansada, mas feliz, recupera forças em família.

No seu blogue, escreveu que há 13 anos se sentiu “atirada aos leões” ao estrear-se na TV. Quando o Manuel Luís Goucha a quis para parceira, imaginava o circo mediático em que se veria envolvida?

Confesso que não tinha noção da dimensão, mas sabia que era um escala diferente daquilo que eu vivia no Porto Canal… Não era tão intenso, nem tão diário, mas acho que já me habituei.

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Evitar o preconceito

Ainda no seu blogue, a determinada altura, pede para que “façamos a nossa parte para tornarmos este Mundo melhor”. É uma preocupação sua, o futuro do Planeta?

É uma preocupação minha o futuro do Planeta, sendo que não era a isso que eu me referia. Se bem me recordo essa afirmação era mais no sentido de no nosso dia-a-dia termos uma melhor atitude perante as pessoas à nossa volta, procurar evitar o preconceito e o apontar do dedo, que eu considero muito feroz e muito feio.

Sente-se sensibilizada com a causa climática que a jovem Greta Thunberg defende?

Com a causa sim. A forma como nós vemos aquela adolescente a defender a sua causa confesso que me causou alguma impressão, principalmente percebendo alguns problemas relacionados com a síndrome que ela sofre, que depois justifica também aquele olhar, aquela fúria… faz-me um pouco de confusão. Mas acho muito bem que as novas gerações tenham estas atitudes pró-ativas relativamente ao ambiente. E parece-me que sim, estas gerações já têm uma forma de estar diferente, em que o ambiente é o principal beneficiário.

É da opinião que as causas que as Marias de hoje defendem são diferentes das Marias de antigamente (tendo em conta que a revista Maria faz 41 anos e há, no mínimo, uma geração a separar as Marias)?

As Marias de antigamente tiveram muito trabalho até chegarmos aqui, até estas Marias começarem a abraçar as causas de hoje em dia. Isto tem sido uma luta progressiva e lenta, com vitórias importantes que nos dão hoje alguma autonomia, liberdade e equidade.

Caminho a percorrer

Mas não chega…

Ainda temos um caminho a percorrer, contudo, acho que as Marias, de forma geral, têm feito um ótimo trabalho.

Já em relação à sua avó, Maria Dulce Canto Moniz Cerqueira Gomes, há duas gerações a separá- las, mas, ainda assim, têm uma relação próxima e de grande cumplicidade. O que já lhe contou a sua avó em relação ao “antigamente” que a Maria considera difícil conceber/aceitar.

A minha avó é uma mulher muito ambiciosa, sempre trabalhou e sempre arregaçou mangas e sempre foi muito ativa, mas eu sei que muitas avós de outras Marias não tinham esta capacidade que ela tem. Ela, de facto, é um ser à parte.

As Marias de hoje são umas sortudas porque já nasceram no pós-25 de Abril e têm mais direitos comparativamente aos deveres?

Acho que aquela realidade foi muito complicada, as conquistas eram lentas, o facto da mulher não poder sair do País sem a autorização do marido é uma coisa que nos choca. Os direitos devem ser equiparados aos deveres. Em tudo na vida… estamos noutra fase.

Emancipação feminina

Foi mãe cedo, divorciou- se, voltou a casar e hoje em dia vê-se na condição de passar a semana afastada da família (eles no Porto e a Maria em Lisboa). Se a Maria tivesse em 1978 a idade que tem hoje, acha que chocaria as mentalidades mais tacanhas?

Não me divorciei porque eu nunca casei. Eu acho que continua a chocar. É uma forma de estar um pouco arriscada e não a ideal, eu sei… custa-me muito. É um propósito para chegar a um fim e acho que os meus filhos olham para mim com muito orgulho.

A emancipação feminina é algo que preza e defende?

Claro que sim, prezo, defendo, pratico, mas também acho que há determinados pontos que os homens têm uma função e as mulheres têm outra. Há muita coisa em que eu gosto que o homem tome a rédea da situação… não acho que tenhamos de temos de ser iguais em tudo.

Qual a sua maior dificuldade como mãe/ trabalhadora/ batalhadora?

Acho que é gestão de tempo, ter a capacidade de dar a todos a mesma importância, definir tempo de qualidade para cada lado a minha vida. Quando estou no trabalho focar-me apenas no trabalho, quando estou com os meus filhos ser apenas mãe, quando estou em casa a desempenhar tarefas que todas nós desempenhamos também ter essa capacidade.

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Texto: Carla da Silva Santos; Fotos: Reprodução Instagram

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