Pai de Valentina tenta suicidar-se na prisão novamente. Desta vez com lixívia

Sandro Bernardo, o pai de Valentina, tentou novamente suicidar-se na prisão de Lisboa. Esta é a segunda vez que Sandro terá tentado tentativa de suicídio em menos de um mês. A 11 de Maio, o pai de Valentina tinha cortado os pulsos com lâminas de barbear.

Desta vez, Sandro terá tentado matar-se ao ingerir lixívia.

O pai de Valentina que está prisão preventiva desde o início de maio, por ser o principal suspeito pela morte da filha e ocultação de cadáver ingeriu lixívia e detergente para tentar acabar com a vida, segundo avança o Correio da Manhã.

Sandro voltou para a prisão, na quarta-feira ao fim da tarde depois de ter estado internado hospital da prisão de caxias, Oeiras. Isolado, obedecendo às regras de prevenção ocntra a covid-19, foi colocado numa cela em quarentena. Eram perto das duas horas da madrugada, desta quinta-feira, quando foi dado o alerta, de que o prisioneiro de 33 anos teria ingerido lixívia e detergente.

Sandro Bernardo foi de imediato de urgência para o hospital de Santa Maria, acabando por ter alta esta manhã.

Internado com vista mar

À TV 7 Dias, uma fonte prisional revelou, na altura, que Sandro esteve sempre «bastante medicado» e sob «análise para perceber o comportamento» que teria, mal entrou naquele estabelecimento prisional. Contudo, o facto de aparentar estar estável levou a que fosse transportado para «uma ala com vista para o mar e com acesso direto à casa de banho».

«Ao mudar para esta nova enfermaria, passou a ter acesso à casa de banho livremente. Se lhe deram essa liberdade, certamente que é por entenderem que já não apresenta perigo de voltar a cometer a mesma ação», explicou a fonte do Hospital Prisional de Caxias, referindo-se à primeira tentativa de suicídio. Sandro encontrava-se sozinho numa cela e impedido de ver televisão, para evitar que tivesse acesso a informações sobre o seu caso.

«Por ordem superior e por parte médica, a televisão foi retirada e não tem acesso às notícias. Mantém-se isolado dos restantes reclusos, passando a maior parte do tempo fechado. Tem estado tranquilo, no entanto encontra-se sob vigilância», revelou a mesma fonte.

Texto: Ana Lúcia Sousa e Marisa Simões

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Apanhados por câmara de videovigilância

O pai e a madrasta de Valentina foram apanhados por uma câmara de vigilância de uma bomba de gasolina, em Atouguia da Baleia, Peniche, quando se deslocavam em direção à Serra D’El Rei, já depois das 22h00, para se livrarem do cadáver de Valentina.

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De acordo com o Correio da Manhã, as imagens estão junto ao processo e são uma das provas de que o corpo foi levado para a zona pelo casal. Outra das provas fundamentais é a autópsia. No relatório preliminar pode ler-se que as lesões que a menina sofreu lhe provocaram «lesões por ação contundente (escoriações e equimoses) em diversas partes do corpo, como a face, tórax, o dorso e os membros», refere a mesma publicação.

Corpo de Valentina apresenta indícios de asfixia

No relatório pode ainda ler-se que as lesões mostram uma violenta agressão, típica de um espancamento. «As lesões não foram produzidas por eventual crise convulsiva», tanto que deram a origem a «infiltrações hemorrágicas observadas no crânio», sustenta o documento.

O relatório adianta ainda que após uma queda na banheira houve «perda da consciência, edema cerebral e hemorragia». O corpo de Valentina apresenta indícios de asfixia uma vez que «as infiltrações nos planos mais profundos do pescoço são sinais de existência de força que pode ter produzido a constrição do pescoço».

Sandro e Márcia Bernardo estão em prisão preventiva a aguardar julgamento. A madrasta de Valentina está na cadeia de Tires enquanto o pai da menina está internado na ala psiquiátrica da prisão de Caxias, depois de se ter tentado suicidar com recurso a uma lâmina de barbear.