Sara Sousa Pinto tornou-se um dos rostos principais do programa Esta Manhã e, ao lado de Nuno Eiró, a jornalista está a viver um desafiante capítulo profissional. Já a nível pessoal, subir ao altar não faz parte dos seus planos, ao contrário da maternidade. Sara Sousa Pinto é uma caixinha de surpresas com ideias bem definidas e determinada nos seus ideais. Conheça-a melhor numa entrevista sincera.
O que este programa veio trazer à sua vida como jornalista?
-Uma nova visão do que era fazer televisão e mais ligada ao entretenimento. Descobri que gostava e agora estou no melhor dos dois mundos, sem ter a obrigação de optar por um deles. O quero fazer é continuar a ser desafiada constantemente, seja do que forma for, seja no jornalismo ou na apresentação.
Que balanço faz destes meses?
-Tem sido muito bom em termos pessoais e profissionais. Cresci mais em três meses do que três anos de carreira. Foi um casamento muito bem arranjado não só entre mim e o Nuno Eiró mas entre os restantes membros da equipa. Damo-nos todos muito bem.
Pensava abraçar um desafio deste género tão cedo?
-Não estava nada à espera, fiquei completamente surpreendida, nem tive a oportunidade de pensar no assunto. Assumi logo este desafio e ainda bem que assim aconteceu.
Como foi adaptar-se a este mediatismo?
-Foi natural… Não faço muito por ser notada, o que faz com que as pessoas não reparem demasiado em mim. As máscaras também vieram ajudar (risos). É óbvio que gostamos de saber que as pessoas nos reconhecem, mas não faço por ser o centro das atenções e isso deixa-me fora de polémicas e comentários negativos.
Mas isso pode levar a que se pense que é pouco ambiciosa…
-Não, não. O facto de não querer ser protagonista não significa que não seja ambiciosa e trabalhadora. Não me sinto é deslumbrada com o que me tem acontecido. O que gosto neste trabalho é fazer coisas diferentes, estar com pessoas mais velhas do que eu acaba por ser uma pressão acrescida mas no bom sentido, senão não aprendia com elas. Descobri aqui um novo amor.
“Sou transparente no que faço”
Como surgiu o jornalismo na sua vida?
-Sempre gostei muito de comunicação, sentia-me à vontade desde pequena, gostava de ver televisão, mas nunca me imaginei estar do outro lado. Despertou já quando estava na licenciatura de Relações Internacionais. Inicialmente queria seguir diplomacia, mas depois percebi que num curto prazo não ia conseguir esse sonho. Decidi tirar a pós-graduação em jornalismo para fazer jornalismo internacional de investigação. Gostava muito de estar no terreno à procura de histórias e de as investigar.
Este programa alterou a rotina diária?
-Muito pouco, pois está a fazer um ano que comecei a apresentar o Diário da Manhã e como o horário é o mesmo, já estava habituada aquela rotina. Acordo por volta das 4 da manhã, entro às 5 e acabo ao meio-dia. Não é assim tão mau pois gosto mais de acordar cedo, do que ficar a fazer serão até às duas da manhã. O primeiro jornal que apresentei foi o da meia noite e custava-me o triplo deste horário.
Sente-se uma inspiração para os jovens que querem esta área?
-Comecei a ter essa noção quando recebo mensagens de jovens que por regra não são consumidores deste tipo de programa. Foram-se afastando e agora voltaram a reaparecer e querem saber como cheguei até aqui pois pretendem ser jornalistas. Sou uma inspiração e é obvio que fico contente.
De que forma o namorado lida com este mediatismo?
-Ele lida bem, às vezes até stresso mais com determinadas coisas. É sempre tranquilo, pois sabe que quem está ali ao seu lado é a mesma pessoa que está na televisão, por isso está tudo a correr bem
Primeiro filho aos 30
Preocupa-se muito com a imagem?
-Sempre me preocupei mesmo antes de fazer televisão, até porque sou muito feminista e quero combater certos estereótipos. Não posso com a ideia que “a menina bonita é burra e a menina inteligente tem de ser descuidada”, por isso sempre gostei de me cuidar como também sempre fui muito trabalhadora.
Ainda mantém a ideia de não se casar?
-Claro que sim, acho um desperdício de dinheiro (risos). Adoro ir a casamentos, mas dos meus amigos. Estou numa relação há dez anos e o que mudava agora se casasse?
E filhos. É demasiado cedo?
-É, mas ser mãe é um objetivo ao contrário do casamento. Não gostava de ter o primeiro filho já perto dos 40, talvez os 30 fosse a idade ideal, mas depende de muita coisa. É uma decisão que tem de ser muito bem ponderada.
O que gostava de dizer se fizesse esta entrevista daqui a 20 anos?
-Gostava de ser uma pessoa que me sentisse 20 vezes mais feliz e 20 vezes mais realizada.
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