A SIC alterou a programação desta segunda-feira, dia 20 de novembro, para transmitir o Alta Definição com Sara Tavares, em jeito de homenagem. A cantora, que lutava contra um tumor, perdeu a vida este domingo, dia 19 de novembro. “Vivo os momentos muito intensamente, vivo como se fosse uma passagem”, disse a artista ao longo da entrevista.
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João Baptista de luto pela avó
Durante a conversa com Daniel Oliveira, a cantora falou sobre a família, a ligação com a mãe e com a avó e acerca dos 18 anos que teve afastada do pai: “Hoje em dia já não é uma ferida”, disse. “A pessoa tem uma ligação a mãe muito forte. Se ela te deixa em algum sítio é porque sabe que vais ficar bem”, afirmou, referindo-se ao período que viveu com a mãe e com a avó. “Desde criança que cresci longe dos pais. Eu e a minha avó éramos uma dupla muito cómica”, revelou. “Cresci longe dos africanos e sentia-me diferente“, afirmou, referindo-se ao facto das outras crianças lhe “apontarem o dedo” nos tempos de escola.
Sara Tavares sobre tumor: “Tentei não sofrer antecipadamente”
Sara falou ainda sobre como descobriu a doença e como decorreu a operação: “Foi uma operação consciente. As operações ao cérebro são feitas com a pessoa consciente. Estava completamente consciente”. “Não tive logo a consciência por que tive uma crise, desmaiei, e foi isso que me levou a ir ao hospital. Tentei não sofrer antecipadamente. Fui a vários médicos e todos diziam que aquilo foi detetado a tempo”. “Sempre tive consciente que podiam acontecer coisas tal como ficar sem falar. A voz é daquilo que eu vivo, é a minha vida”, revelou.
A artista afirmou que sofreu algumas mudanças após descobrir o tumor: “O que mudou a partir dali foi parar de lutar com o meu carácter”. “A demanda profissional dos concertos abrandou muito. O meu bem-estar físico e mental está acima dos concertos e do número de discos vendidos”. “Não me importo de dizer que a vida me salvou a vida”, acrescentou.
Texto: Sofia Mendes Fotos: Redes sociais
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