Nacional

Primeiro português morto por coronavírus era amigo de Jorge Jesus

16 Março, 2020

O homem cuja morte por coronavírus foi anunciada esta segunda-feira seria o amigo a que o técnico português se referia quando, no passado sábado.

Marta Temido anunciou esta segunda-feira, 16 de março, a primeira morte em Portugal de uma pessoa infetada com o novo coronavírus. «Trata-se de um homem de 80 anos com várias comorbilidades associadas e que se encontrava internado desde há vários dias» no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, esclareceu a ministra da Saúde.

De acordo com o jornal desportivo A Bola, a vítima é Mário Veríssimo. Ia fazer 82 anos em abril e foi enfermeiro-massagista do Estrela da Amadora, tendo trabalhado com Jorge Jesus durante parte da carreira.

Aliás, era seria o homem a que o técnico português se referia quando, no passado sábado, na flash interview que se seguiu após a vitória do Flamengo por 2 a 1 frente à Portuguesa, afirmou ter perdido em Portugal um amigo infetado com Covid-19. «Eu sou português. Sei muito bem o que está se está a passar em Portugal. Já perdi alguns amigos», disse.

Questionado por uma jornalista sobre o número concreto de amigos, corrigiu a declaração: «Perdi um. Em Portugal. Isto não é uma brincadeira. Eu não tinha a sensibilidade do que era isso.» Mais tarde, nesse mesmo dia, o advogado de Jorge Jesus, Luís Miguel Henriques, disse ao Observador que o treinador foi «induzido em erro».

Dois dias depois, o pior dos cenários para Mário Veríssimo confirma-se.

O octogenário apresentava «várias comorbilidades associadas» e «encontrava-se internado desde há vários dias”“Ao mesmo tempo em que apresentamos as nossas condolências à família e amigos do falecido, queremos também sublinhas e agradecer o empenho dos profissionais do Centro Hospitalar de Lisboa Norte e, concretamente, do Hospital de Santa Maria no tratamento, na prestação de cuidados, no apoio a este doente», agradeceu a ministra.

 18 doentes nos Cuidados Intensivos

Marta Temido aproveitou ainda «para, uma vez mais, agradecer a todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde, do sistema de saúde português, pelo enorme esforço que continuam a realizar todos os dias para garantir que o Serviço Nacional de Saúde continue a funcionar e aos doentes com Covid-19, mas também aos outros que continuam a merecer cuidados de saúde adequados ao seu estado e à sua situação».

 Marta Temido terminou dizendo que Portugal vive agora «um momento de pesar» e «um momento de reflexão”“É um momento em que, mais do que nunca, precisamos de nos concentrar no muito que há para fazer», vincou a ministra.

Ao seu lado, tinha a Diretor-Geral de Saúde, Graça Freitas, que adiantou que, neste momento, Portugal tem «18 pessoas em unidades de Cuidados Intensivos». «Todas inspiram cuidados, por isso é que estão em unidades de Cuidados Intensivos altamente especializadas», sublinhou.

Graça Freitas recordou também que a taxa de letalidade no Mundo é de cerca de 2%, admitindo, por isso, que é provável que existam mais mortes em Portugal nos próximos dias.

Segundo o último balanço epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), realizado na manhã desta segunda-feira, estão confirmados 331 casos de infeção com o novo coronavírus em Portugal. Nas últimas 24 horas, registou-se, por isso, um aumento de 86 doentes.

Há ainda 374 pessoas a aguardar o resultado das análises laboratoriais e 4592 em vigilância pelas autoridades de saúde. Três pacientes estão recuperados.

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 Texto: Dúlio Silva; Fotografias: D.R.

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