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Sílvia Rizzo queria ser polícia mas acredita que hoje “daria uma boa política”

2 Janeiro, 2022

Sílvia Rizzo queria ser polícia, mas a vida levou-a para a representação. Não é gananciosa nem agarrada ao dinheiro e faz duras críticas ao Governo.

Sílvia Rizzo interpreta a divertida São de Festa É Festa, TVI, e revela como tem sido esta caminhada de nove meses na comédia ao lado de Manuel Marques. A atriz assume que é uma mulher poupada e faz duras críticas ao nosso Governo.

Como tem sido dar vida a São?
Muito respeitinho pelos emigrantes. Eu diria que isto é o Gil Vicente dos novos tempos, porque temos o político, a alcoviteira… Uma comédia, claro, adaptada e muito atualizada. O humor faz muita falta, independentemente de tudo o resto, não é só porque estamos numa pandemia.

Foi fácil encontrar esse sotaque?
Trabalhamos um bocadinho nisso, mas como já tive Francês, para mim foi mais fácil.

Foi um casamento perfeito com o Manuel Marques?
Foi, aliás com toda a equipa.

É fácil gravar o Festa É Festa ou caem muito em riso?
Caímos muito em riso. Mas temos de controlar, porque não podemos perder tempo. Mesmo os câmaras divertem-se muito connosco, para eles isto é uma lufada de ar fresco. Para nós também, é uma terapia.

Estão a gravar a terceira temporada… Já há cansaço?
Nada. Nunca me canso de estar a trabalhar. Nunca me queixei, eu gosto de estar a trabalhar.

Sílvia Rizzo: “Não sou agarrada ao dinheiro”

É sempre bem-disposta?
Sou bem-disposta por natureza, mas a conjuntura às vezes faz com que não fique tão bem-disposta. Não chateio ninguém quando estou maldisposta, isolo-me e estou na minha. E se estiver a trabalhar, nunca ninguém me viu maldisposta, chego e é sempre uma festa. Já na escola era assim.

O que a deixa mal-disposta?
Os políticos, claro. Não conheço nenhum político com uma visão e com discurso interessante e que traga alguma coisa de novo. Quando um de nós deve 50 cêntimos, eles sabem e vão atrás de nós e cobram com juros, mas nunca descobriram que os bancos estavam a roubar à grande.

O que faz quando não está a trabalhar?
A única coisa que eu gosto de fazer é trabalhar mesmo. Gosto de ler, de ir passar um fim de semana fora. Gosto muito de estar sozinha.

Quais são os seus luxos?
Não sou de luxos. Adoro viajar, se pudesse gostava de o fazer mais vezes, mas isso pode ser também dentro de Portugal. Às vezes viajar cá dentro é um luxo e mais caro do que ir para fora. Só em portagens… Tenho de perguntar qual a marca do alcatrão. Em Espanha não se paga.

Como é a sua relação com o dinheiro?
Sou poupada porque sou obrigada a ser, tenho de gerir muito bem o dinheiro. Umas vezes temos trabalho, outras vezes não. Sou muito organizada com o dinheiro, sou é muito desapegada. Não vivo em função do dinheiro… Não sou gananciosa nem agarrada ao dinheiro. Se tivesse sido, tinha muito dinheiro hoje.

Sempre quis ser atriz?
Queria ir para a polícia, criminologia, mas ainda bem que não fui para a Justiça, porque se estivesse lá já tinha cortado os pulsos. Foi a vida que me empurrou para aqui.

Não se arrepende?
Não, nada. Não projeto a minha vida. Trabalho muito e vou indo. Quem sabe não vou para a política. Eu daria uma boa política, mas havia muita gente a fugir de mim. Não seria uma pessoa fácil de certeza absoluta.

“Há anos que não tenho presentes no Natal”
Sílvia Rizzo vai juntar a família no Natal, mas admite que desde que o pai morreu, há dez anos, a época nunca mais foi a mesma. “Não fazemos muita questão de dar presentes, até porque acho um disparate. Só se for alguma coisa que alguém precise. Peço sempre para não me darem e há anos que não tenho presentes de Natal”, partilha Sílvia Rizzo, explicando que tem tentado manter uma tradição que vinha da avó: o bacalhau com grão e couve. A passagem de ano também é uma data que não liga. “Prefiro divertir-me o ano inteiro do que pensar nessa noite.”

Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Luís Correia, Divulgação TVI: Agradecimentos a Hotel Vila Galé Collection Alter Real e Turismo do Alentejo e Ribatejo
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