Ângelo Rodrigues está internado, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, em estado grave, devido a uma infeção grave que o levou a ser operado já por três vezes para remover tecidos.
O ator deu entrada nesta unidade hospital há dois dias e está a ser submetido a hemodiálise, tendo já sofrido uma paragem cardíaca que acabou por ser revertida pelos médicos.
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O nosso site confirmou junto da assessoria de Ângelo Rodrigues o estado de saúde do ator. A infeção que leva Ângelo Rodrigues a estar em risco de vida, tem origem em injeções de testosterona nas nádegas.
Ana Águas, preparadora física e personal trainer da revista Maria, revela ao nosso site os principais perigos conhecidos das injeções de testosterona.
«Normalmente, as pessoas que tomam estas injeções fazem-no por razões estéticas. Querem ganhar massa muscular, querem ganhar qualidade a nível visual, normalmente é tudo mais a nível estético para poderem ter aquele corpo com que sempre sonharam. Ajuda a queimar gordura e a ganhar volume a nível muscular e a nível de definição, juntamente com o treino físico», começa por explicar Ana Águas.
«Há vários tipos de injeções e de outras outras, digamos assim), com resultados diferentes, mas o intuito é sempre o mesmo. Normalmente, os homens querem aumentar os bíceps e o tronco, e as mulheres, os glúteos e as pernas para ficar mais redondinho e maior. Existem também suplementos em comprimidos, mas para ter uma melhor otimização a nível muscular, o melhor são as injeções intramusculares», esclarece a preparadora física.
Os principais riscos das injeções intramusculares
«O ideal é não injetar», alerta Ana Águas, explicando que «há certas ‘drogas’ usadas para fins terapêuticos, mas a maioria das pessoas usa para fins estéticos e há muitas consequências prejudiciais à nossa saúde».
De acordo com Ana Águas, os principais efeitos destas injeções de testosterona vão desde alterações vocais a problemas cardíacos. «As pessoas podem ter alterações da voz, tornam-se mais agressivas, há uma sobrecarga no fígado e nos rins, e podem ter problemas cardiovasculares. Além disso os homens têm problemas de ereção», afirma.
Num artigo publicado pela Harvard Medical School, Carl Pallais, endocrinologista e professor assistente de Medicina, alerta que «os homens devem estar muito mais conscientes das possíveis complicações a longo prazo».
De acordo com a Harvard Medical School, «um número relativamente pequeno de homens experimenta efeitos colaterais imediatos do tratamento com testosterona, como acne, distúrbios respiratórios durante o sono, inchaço ou sensibilidade nos seios ou inchaço nos tornozelos. Os especialistas também alertam para o aumento de glóbulos vermelhos, o que poderá aumentar o risco de coagulação».
Quem usa estas injeções?
«São mais pessoas do que imaginamos», refere Ana Águas, principalmente «quem se preocupa muito com a parte estética. Muitos culturistas, mas também pessoas que fazem desporto, mas com uma preocupação estética», indica. «São pessoas que não se preocupam com a saúde interna do organismo e pensam sim na parte exterior. Muitos culturistas usam, mas eu não vou dizer que são só eles que usam porque há muita pessoas que não o praticam nem musculação, mas que usam testosterona. Há muitas pessoas que não estão ligadas ao desporto nem ao ginásio e que tomam e usam. Mas essas pessoas têm de ser muito bem acompanhadas», diz Ana, para a seguir reforçar.
«Quem recorre a este tipo de produtos, tem de ser muito bem acompanhado. Tem de haver o acompanhamento de um bom profissional que saiba o que está a fazer, porque existem consequências muito graves que pôem em risco a saúde.
Mas afinal quem pode administrar testosterona, quando não o é por um médico? «Profissionais ligados ao desporto e que estão habituados a trabalhar com pessoas que querem crescer e aumentar a massa muscular. De preferência que sejam profissionais na área do fitness», alerta.
Ana Águas alerta que, atualmente, estes produtos são «de acesso fácil». «Há produtos que são legais, outros não. A maioria não é legal», revela a preparadora física.
Homens mais velhos têm mais riscos
A longo prazo, os efeitos podem ser mais adversos. «Homens que fazem terapia de testosterona a longo prazo parecem ter um maior risco de problemas cardiovasculares, como ataques cardíacos, derrames e mortes por doença cardíaca», pode ler-se no site Harvard Health Publishing.
Num estudo realizado, em 2010, Testosterone in Older Men [Testosterona em homens mais velhos], os investigadores interromperam o estudo quando perceberam, logo nos primeiros resultados, que os homens que estavam a fazer terapia de reposição de testosterona tinham visivelmente mais problemas cardíacos. «Em homens mais velhos, os efeitos colaterais cardíacos teóricos tornam-se um pouco mais imediatos», confirma o médico Carl Pallais.
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Texto: Ana Lúcia Sousa e Sofia Santos Cardoso | Fotos: Reprodução Redes Sociais
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