A juíza que está a julgar o caso descreveu-o como de «extrema crueldade». «Crueldade e gravidade», reforçou, ao divulgar pormenores chocantes das oito horas de tortura, que levaram à morte da menina assassinada pelo tio.
No documento da acusação, do crime que ocorreu a 5 de julho, pode ler-se que Naiara passou a noite «ajoelhada em cima de pequenas pedras» para que copiasse 20 páginas de um livro escolar.
Perante a recusa em cumprir a tarefa, o acusado, Iván Pardo Pena, de 33 anos, terá agredido violentamente a sobrinha e submeteu-a a choques elétricos. Atirou-a também contra o chão várias vezes até que Naiara perdeu os sentidos.
As autoridades policiais foram alertadas pela polícia por duas sobrinhas do acusado, que encontraram a menina assassinada já desmaiada numa banheira da casa onde ocorreu o crime
A criança faleceu após o ataque violento e prolongado a que foi submetida, no Hospital Miguel Servet, em Zaragoza. O padrasto de Naira e a mãe dele são também suspeitos de maus-tratos à enteada.
Todos os familiares e amigos próximos foram investigados por, alegadamente, terem sido coniventes com os castigos físicos que duravam «há vários meses».
Mariela Benítez, mãe de Naira, não vivia com a filha, por estar a trabalhar longe da localidade onde ocorreram os crimes. A menina passava, assim, a maior parte do tempo em casa do padrasto e da mãe deste, habitação frequentada também pelo tio.
Iván Pardo foi detido preventivamente e confessou o crime, depois de ter afirmado que a criança tinha falecido na sequência de uma queda.
A polícia está também a investigar a mãe e duas sobrinhas, de 12 e de 15 anos, por suspeitas de ligação ao crime
O pai de Naiara não faz parte da longa lista de suspeitos de maus-tratos e tem pedido ao tribunal que se faça «justiça».
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