Saúde e Bem-Estar

Atenção ao coração: O seu coração bate ao ritmo certo?

3 Outubro, 2021

coração

A frequência cardíaca elevada em repouso é um fator de risco para doenças cardiovasculares. Saiba os batimentos do coração a que deve estar atenta.

Na vida, tal como na estrada, a velocidade tem riscos. É para estes que alerta a nova campanha da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), “Não ultrapasse os 80 bpm”, que confirma que quando o coração acelera demais, está na hora de falar com um médico.

Numa altura em que se assinala o Dia Mundial do Coração – a 29 de setembro – Manuel Carrageta, cardiologista e presidente da FPC alerta: “A frequência cardíaca de repouso elevada é um fator de risco de hipertensão, diabetes e de doença cardiovascular, tal como os fatores de risco tradicionais, podendo ser comparada, neste sentido, à hipertensão arterial, ao tabagismo e à dislipidemia”. Por isso, quando se trata da frequência cardíaca, os 80 batimentos por minutos (bpm) são o valor a que todos devem estar atentos.

Uma atenção que passa pela medição regular, que “pode e deve ser feita com frequência, visto tratar-se de um indicador clínico fácil de obter, que poderá identificar determinados indivíduos em risco de desenvolver doença cardiovascular e também diabetes”, salienta. Não o fazer, prossegue o cardiologista, pode custar caro. “A frequência cardíaca de repouso sistematicamente elevada deve ser valorizada, pois constitui um fator de risco que pode anunciar o futuro aparecimento de doença, morte cardiovascular e de diabetes”, refere, acrescentando ainda que “muitos estudos epidemiológicos mostram que esta elevação da frequência cardíaca é um fator de risco para desenvolver hipertensão arterial”, afirma.

“Melhorar o estilo de vida”

Por isso, uma frequência cardíaca sistematicamente elevada “deve ser interpretada como um aviso para se iniciarem medidas preventivas que corrijam este desequilíbrio. É o momento para a medicina preventiva fazer o seu trabalho.” São várias as situações que podem fazer com que a frequência cardíaca em repouso ultrapasse os 80 bpm, “como doenças da tiroide, anemia, excesso de álcool, cafeína e stress”. Mas, “depois de excluir estas situações e ter-se comprovado a presença de uma frequência cardíaca de repouso alta, podemos pensar que mecanismos causam esta taquicardia relativa. Pensa-se que seja devido a um desequilíbrio do sistema nervoso autónomo, com predomínio do sistema simpático sobre o sistema vagal”, reforça o especialista.

Manuel Carrageta acredita assim que este é um fator de risco para o qual os portugueses “não estão sequer informados, quanto mais sensibilizados para a sua importância, que tem sido esquecida na informação disponibilizada à nossa população”. É, por isso, importante o reforço da mensagem, traduzida aqui num conselho: “Não ultrapasse os 80 bpm”. A boa notícia é que, “melhorando o estilo de vida, com a prática regular do exercício, redução do peso corporal e do stress, da ingestão excessiva de álcool e da cafeína”, é possível manter a frequência cardíaca em repouso controlada. “Algumas vezes, pode ser necessário recorrer ao emprego de fármacos que ajudem a controlar a frequência cardíaca e a pressão arterial elevada que, costuma estar associada, a este aumento da frequência cardíaca.”

Medir o pulso é preciso

O especialista alerta ainda para a importância de não esquecer a medição regular. “Visto que a frequência cardíaca de repouso elevada pode indicar um prognóstico desfavorável e ser tão fácil de medir,
é de recomendar o seu emprego diário, bem como
a sua valorização clínica.” Assim, saiba como o fazer:

Onde medir

Colocar o indicador
e o médio da mão sobre o pulso do lado do polegar, entre
o osso e o tendão.

Pressionar

 Usar o indicador e o dedo médio. Colocar sobre a zona.

Contar

 Os números de batimentos durante 60 segundos.

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