Saúde e Bem-Estar

Cancro da mama em tempos de COVID-19! As respostas a todas as dúvidas

26 Outubro, 2020

cancro da mama

Nos tempos que vivemos, garantir a vigilância e os tratamentos das mulheres com cancro da mama é fundamental para combater a doença.

Os doentes oncológicos, e no caso das mulheres com Cancro da mama, vivem, atualmente, momentos de grande ansiedade. Hoje, elas lutam contra a doença, ao mesmo tempo que tentam controlar o medo e o stress acrescidos que a COVID-19 trouxe às suas vidas.

A Maria falou com Ana Cláudia Monteiro, médica de oncologia no Hospital CUF Cascais, sobre como devem enfrentar estes desafios para garantir a máxima qualidade contínua de cuidados ao longo do caminho do cancro.

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De que forma a COVID-19 pode influenciar as pacientes com cancro da mama?

Julgo que a pandemia pode afetar as doentes com cancro da mama de duas maneiras:

1. Dificuldades ou atrasos no diagnóstico inicial: Pelo receio de recorrer ou pela dificuldade no acesso a alguns serviços de saúde. Tal facto acarreta impacto negativo na sobrevivência.

2. Particularmente nas doentes com doença metastizada ou sob tratamentos imunossupressores, poderá haver um risco maior de doença severa por este novo coronavírus. Devo fazer notar que o termo genérico “cancro” tem sido apontado como fator de risco inquestionável para o desenvolvimento
de doença.

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Que cuidados adicionais devem existir nos tratamentos?

Da parte da doente, esta deve cumprir estritamente todas as medidas preventivas que minimizem o risco de contrair a infeção e estar atenta a todos os sintomas novos que eventualmente surjam, para os reportar.

Adicionalmente, nas deslocações ao Hospital, deve, sempre que possível, cingir-se às áreas exclusivas para doentes oncológicos e dispensar o acompanhante sempre que possível, de maneira a contribuir para que o edifício hospitalar tenha o mínimo de pessoas no seu interior.

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Como é que a pandemia compromete os cuidados de saúde destas mulheres?

A pandemia não deve comprometer o acesso aos tratamentos curativos em tempo útil. No entanto, não há médico que não tenha lidado, nos últimos meses, com casos avançados de doença ou atrasos no acesso aos cuidados, devido aos constrangimentos que a pandemia causou, principalmente na fase do confinamento.

Esses constrangimentos estiveram relacionados com o receio da própria doente em recorrer aos serviços, serviços que estiveram temporariamente suspensos, exames que foram desmarcados e remarcados para mais tarde, redução dos recursos humanos nalguns serviços, etc.

Por outro lado, há mudanças nos cuidados que não podem ser consideradas negativas, já que são muitas vezes necessárias: recurso a teleconsultas com o consentimento do doente e os periódicos testes de COVID para quem está a fazer quimioterapia e radioterapia.

Quais as principais recomendações para os doentes durante este tempo de pandemia?

As recomendações são idênticas às dirigidas à população em geral: lavar as mãos de forma frequente e cuidadosa, manter distanciamento social, praticar a etiqueta respiratória (cobrir a boca e o nariz com o cotovelo ou lenço descartável sempre que tossir ou espirrar) e evitar tocar nos olhos, boca e nariz.

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Texto: Mário Rui Santos

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