Saúde e Bem-Estar

Cancro do pulmão: Saiba os riscos que corre e quais os sintomas

6 Julho, 2019

Segundo a Saúde Cuf o cancro do pulmão é a causa mais frequente de morte por cancro e representa quase 20 por cento das mortes por cancro. Saiba os riscos e quais os sintomas.

Fernanda Tadeu luta contra um cancro no pulmão. A gravidade deste carcinoma não é conhecida, mas segundo a Saúdecuf.pt «o cancro do pulmão tem sido desde há várias décadas o tumor mais frequente do mundo».

«Representa 13 por cento dos novos casos de cancro anualmente. Em Portugal a sua incidência é cerca de 30 casos por 100.000 habitantes por ano», lê-se na informação disponível no site.

Segundo esta unidade de saúde «o cancro do pulmão é também a causa mais frequente de morte por cancro, representa quase 20 por cento das mortes por cancro». «Em Portugal, como no resto do mundo, a sobrevivência destes doentes é uma das menores entre todos os cancros.»

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Pode ler-se ainda no site que «o tabagismo é o principal factor de risco de cancro do pulmão». Mas há boas notícias: «A incidência de cancro do pulmão e a mortalidade estão a baixar, atribuindo-se esta tendência à diminuição do consumo de tabaco.»

Se o tabagismo é o principal factor de risco de cancro do pulmão, o envelhecimento também o é. «A incidência anual em Portugal em grupos etários mais avançados passa para mais de 200 casos por 100.000 habitantes na classe etária entre os 70 e os 74 anos»

No site da Sociedade Portuguesa de Pneumologia estão disponíveis algumas informações úteis e são respondidas questões mais frequentes que reproduzimos abaixo.

O que causa o cancro do pulmão?

Cerca de 85% dos casos no homem e 65% na mulher são causados pelo fumo do tabaco, que contém numerosas substâncias carcinogénicas.

Se não é fumador, não experimente o tabaco. Se é fumador, existem muitas vantagens em deixar de fumar, mesmo em pessoas que fumaram durante anos.

Não fume na presença de outras pessoas. Cientistas demonstram que não-fumadores que vivem ou trabalham com fumadores têm um risco acrescido de Cancro do Pulmão.

Outras causas do Cancro do Pulmão passam pela exposição ao amianto ou pela exposição ao amianto ou pela exposição a substâncias radioativas quer noutros ambientes como exposição a essas substâncias.

Existem vários tipos de cancro do pulmão?

Quase todos os casos de Cancro do Pulmão são carcinomas, que são habitualmente divididos em dois tipos: carcinoma pulmonar não pequenas células e carcinoma pulmonar de pequenas células.

O carcinoma pulmonar não pequenas células, que engloba cerca de 85% dos casos, é o mais comum. Este divide-se ainda em vários tipos: adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas ou epidermoide, carcinoma de grandes células, indiferenciados e os mistos.

Os vários tipos de Cancro do Pulmão caracterizam-se porque são originários de células diferente, crescem, estendem-se e tratam-se de formas diferentes.

Quais os sintomas do cancro do pulmão?

Existem vários sinais de alarme que, por coincidirem com outros problemas, são muitas vezes desvalorizados. Uma vez que o Cancro do Pulmão é na maioria dos casos causado pelo tabaco, muitos dos doentes apresentam falta de ar, tosse e expetoração persistentes.Se houver um agravamento da falta de ar, da tosse ou da expetoração, ou se esta aparecer com sangue, deve consultar o seu médico.Perda de apetite, emagrecimento, fadiga acentuada, dores persistentes, rouquidão e chiadeira são outros dos sinais de alarme a ter em conta.

Estes são alguns dos sintomas de alerta a valorizar, especialmente se surgem num indivíduo fumador. Contudo, nenhum destes sintomas é seguro de Cancro do Pulmão. Só o seu médico poderá esclarecer se esses sintomas são causados por um cancro ou por outro problema.

Como diagnosticar cancro do pulmão?

Para encontrar a causa dos sintomas, o seu médico interroga-o sobre a sua história pessoal e familiar, sobre os seus hábitos tabágicos e profissionais e sobre a evolução cronológicas dos seus sintomas. Após o exame físico, pede-lhe um RX Tórax e outros exames que julga que necessários. O mais comum é a TAC (tomografia axial computorizada) torácica que permite observar os pulmões e outros órgãos vizinhos com grande detalhe.

Embora suspeitando, a única forma de saber se tem cancro ou não, é obter-se algumas células da zona suspeita para observação, através da realização de uma biópsia.

Qual o tratamento para cancro do pulmão?

Após o diagnóstico de Cancro do Pulmão, o médico necessita de avaliar o doente para melhor planificar a terapêutica e saber do prognóstico da doença. O médico precisa de fazer uma avaliação cuidadosa global para determinar o tipo, a localização, a extensão da doença e o estado geral do paciente.Os tratamentos mais frequentemente propostos são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia. Estes podem ser realizados de forma isolada ou combinados entre si, sequencialmente ou em simultâneo. A cirurgia é utilizada quando é provável que todo o tumor possa ser retirado. Com a radioterapia e a quimioterapia procura-se matar as células cancerosas evitando que elas se dividam e que o tumor continue a crescer.A radioterapia é um tratamento local com radiação emitida por uma máquina sobre a região afetada. Ocupa uns minutos diários, durante 5 dias por semana, por várias semanas e é indolor.

A quimioterapia é um tratamento sistémico, isto é, os medicamentos injetados no sangue ou tomados oralmente, atingem potencialmente todas as partes do corpo incluindo as áreas afetadas.

O tratamento tem efeitos secundários?

Limitar o efeito do tratamento ao tumor, se bem que fosse desejável, é impossível. Os tratamentos prejudicam também células e áreas normais e causas efeitos secundários indesejáveis. Estes dependem do tipo e extensão do tratamento e variam de doente para doente.Depois de uma cirurgia torácica, é normal que o doente se sinta com poucas forças e menos energia. Como os músculos da zona afetada estão mais debilitados, o doente é ensinado a reforça-los, a respirar profundamente e a adquirir atitudes posicionais corretas.Durante a radioterapia é comum a pele da área tratada tornar-se seca, avermelhada e dar comichão. Os doentes devem evitar nestas áreas exposições diretas ao sol, roupas que irritem e o uso de cremes não recomendados pelo seu médico. Também é frequente os doentes sentirem a garganta seca, rugosa, dorida e dificuldade em engolir.

Com a quimioterapia, os efeitos secundários variam de pessoa para pessoa e consoante o medicamento usado. Geralmente, o doente fica mais sujeito a infeções, sente mais fadiga, pode surgir a queda do cabelo, os enjoos, vómitos ou diarreias. Estes efeitos desaparecem gradualmente durante o período de recuperação ou com o fim da quimioterapia.

O que deve comer o doente com cancro do pulmão?

Comer bem significa ingerir bastantes calorias e proteínas que evitem a perda de peso. Aqueles doentes que comem bem durante o tratamento toleram-no melhor, com menos efeitos secundários e mais energia.Há doentes que não têm apetite, outros deixam de sentir o gosto dos alimentos, outros sentem-se cansados para comer ou estão persistentemente enjoados, com vómitos ou feridas na boca. Esses doentes devem conversar com o seu médico sobre a forma de ultrapassar estas questões.

Texto: Ana Lúcia Sousa

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