Contracepção verde. A crescente preocupação com as questões ambientais fez com que se olhasse para as hormonas sexuais do ponto de vista da fonte de poluição. Percebeu-se que as concentrações de estrogénios são alarmantes e têm um impacto bastante preocupante no meio ambiente e na vida animal, uma vez que a sua presença nas excreções acaba por poluir a água e o solo.
É desta forma que o conceito de contracepção verde – leia-se contraceção com menor impacto ambiental – começa a entrar cada vez mais no vocabulário feminino. Tal é comprovado pelo estudo NEST-C – Novidades Epidemiológicas sobre Tendências em Contraceção, ao revelar que as mulheres têm cada vez mais preocupações ambientais.
Assim, torna-se crucial fomentar cada vez mais a discussão deste tipo de temas, nomeadamente sobre a contracepção, e de que forma é que esta pode influenciar o meio ambiente. Para tal, a Maria falou com Maria Amália Pacheco, ginecologista-obstetra. “Ao longo dos anos tem-se assistido à evolução natural da contracepção, a uma redução progressiva da dose de estrogénios, mas também ao aparecimento de novos estrogénios. As novas formulações de contracepção oral são cada vez mais naturais, mais bioidênticas – hormonas idênticas às que o nosso organismo produz – e com ação seletiva, cujo impacto na exposição ambiental e no ecossistema aquático é mínimo”, esclarece.
Contracepção verde: A nova pílula
Na sua opinião, cada vez mais o aconselhamento contracetivo é fundamental para garantir a eficácia do mesmo: “As mulheres devem ser informadas corretamente e de forma clara sobre os métodos disponíveis, sendo que o profissional de saúde deve criar condições para que elas sigam a sua opção, de forma individual e livre e tendo em conta as suas necessidades e expetativas.” Sendo a pílula o método de contracepção mais utilizado por milhões de mulheres em todo o mundo, é também um dos medicamentos mais estudados.
“Desde o seu aparecimento, a investigação tem sido permanente para reduzir os riscos para a saúde, diminuir a dose de estrogénios, a introdução recente de estrogénios naturais com menos impacto ambiental e o desenvolvimento de progestativos – hormona que inibe a ovulação e que impede a gravidez – com uma ação progressivamente mais seletiva”, revela a especialista, ao acrescentar em jeito de conclusão: “A nova era da contracepção oral com novo estrogénio (estrogénios naturais) irá proporcionar um bom controlo do ciclo, uma elevada eficácia contraceptiva e um padrão hemorrágico normal, podendo ser utilizado em qualquer idade. Apresenta vantagens para a saúde da mulher e tem impacto reduzido no meio ambiente”.
Opções sustentáveis
Até “naquela altura do mês” se pode ter preocupações ambientais.
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Texto: Mário Rui Santos
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