Saúde e Bem-Estar

Pessoas com psoríase têm mais propensão para ter doenças mentais

29 Outubro, 2019

A psoríase aumenta a propensão para ter doenças mentais, nomeadamente depressão, de acordo com o relatório do Instituto de Pesquisa de Felicidade.

A psoríase é uma doença inflamatória crónica que se estima que afete cerca de 250.000 a 300.000 portugueses, cerca de 2 a 3 por cento da população portuguesa.

Iva DominguesDália Madruga são alguns exemplos de figuras públicas portuguesas que convivem com esta doença crónica da pele. Lá fora, também a cantora Britney Spears, a atriz Cameron Diaz e a socialite Kim Kardashian já revelaram ter psoríase.

Estamos a falar de uma inflamação crónica da pele que pode manifestar-se em qualquer parte do corpo e em qualquer idade, apesar da maioria dos casos ocorrer entre os 20 e os 40 anos, sendo também comum entre os 50 e os 60 anos de idade.

As manifestações da psoríase podem ser ligeiras, moderadas ou graves, dependendo da extensão de pele afetada e do grau de infiltração e descamação das lesões de psoríase.

O Instituto de Pesquisa de Felicidade, sediado em Copenhaga, na Dinamarca, acaba de divulgar os dados de 2018 do relatório mundial sobre o impacto da psoríase nos índices de felicidade dos doentes, no âmbito do Dia Mundial da Psoríase, que se assinala a 29 de outubro.

Psoríase afeta os níveis de felicidade dos doentes

Em 2017, o relatório mundial sobre Psoríase e Felicidade registou uma diminuição de até 30% na felicidade dos indivíduos com psoríase grave autodeclarada, uma maior prevalência da doença nas mulheres do que nos homens e que o stress e a solidão afetam a felicidade.

O Relatório de 2018 pretendeu explorar em detalhe estas questões, com o objetivo de aprofundar os principais fatores que ‘proporcionam felicidade’ em indivíduos com psoríase autodeclarada.

De acordo com os dados, a psoríase provoca, de forma frequente, um efeito negativo na vida e felicidade dos indivíduos. Em Portugal, a pontuação média de felicidade dos indivíduos que vivem com psoríase é de 5,68, numa escala de 0 a 10.

Estes são os principais dados divulgados pelo relatório de 2018:

  • Indivíduos que vivem com psoríase estão sujeitos à diminuição de produtividade no trabalho e a uma maior taxa de desemprego, diretamente relacionados com elevados custos para a sociedade.
  • Indivíduos com psoríase desenvolvem, geralmente, uma doença do foro mental. Uma em quatro pessoas afirma sofrer de depressão ou outras perturbações mentais.
  • Bons padrões de sono estão fortemente associados à felicidade e a menos comorbilidades. Pessoas que dormem mal ou com má qualidade de sono têm uma média de duas comorbilidades, enquanto aqueles que dormem bem têm uma média de 0,95 comorbilidades.
  • A incidência de stress e solidão são fatores de risco. Enquanto 21,1% dos indivíduos que não possuem comorbilidades são solitários, esta percentagem aumenta para os 41,2% entre aqueles que apresentam três ou mais comorbilidades.

O Relatório Mundial sobre Psoríase e Felicidade é um estudo anual que tem como propósito contribuir para uma maior consciencialização no que se refere ao impacto que esta doença causa no dia-a-dia dos doentes, nas suas rotinas, na qualidade de vida e, consequentemente, na sua felicidade.

Novos tratamentos mais eficazes

Atualmente, estão disponíveis tratamentos tópicos (em pomada, gel ou espuma) que, quando utilizados corretamente, permitem o controlo da doença. Nos casos mais extensos e graves, habitualmente, é necessário recorrer a terapêuticas orais ou injetáveis, que permitem o controlo da doença na grande maioria dos doentes e que parecem ter um impacto positivo no risco cardiovascular.

Nos últimos anos, decorrente do avanço que se observou no conhecimento da doença, foram desenvolvidas inúmeras terapêuticas, chamadas de terapêuticas biológicas, que revolucionaram o tratamento da psoríase, capazes de promover a resolução completa ou quase completa das lesões da psoríase e devolver a qualidade de vida perdida com a doença.

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Fotos: Pixabay

 

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