Saúde e Bem-Estar

Os perigos do verniz: Alergias e manchas associadas ao ato de pintar as unhas!

29 Julho, 2019

O verão é propício ao uso de cores mais alegres e se pudermos usá-las também nas nossas unhas, perfeito! Porém, são muitos os riscos que deve ter em conta quando usar o seu verniz.

À semelhança do cabelo e da maquilhagem, ter umas mãos bem arranjadas acaba por se tornar num cartão de visita em qualquer circunstância e, hoje em dia, essa tarefa está bem mais facilitada com o uso do verniz de gel.

Este garante-nos que, pelos menos, durante aproximadamente um mês não temos de nos preocupar em pintar as unhas, facilitando assim a nossa rotina diária. Mas este cuidado estético não é consensual, uma vez que tem alguns riscos associados, e isto não é de agora. Já muito se disse e escreveu sobre ele, inclusivamente sobre os prós e contras, mas a revista Maria quis desmistificar o assunto e ouviu a opinião do Professor Doutor João Maia e Silva, coordenador do serviço de Dermatologia do Hospital CUF Descobertas, que começou por desfazer um dos mitos que mais se ouve por aí.

«Essa história que é muito comum ouvir de que a unhas, estando tapadas pelo verniz, precisam de respirar não é bem assim… Isso é mais um mito», garante-nos o especialista.

Porta de entrada às infeções

Como em qualquer tratamento estético, há que ter em atenção a quem recorremos para o fazer. Tenha
consciência de que quem lhe está a fazer a aplicação do verniz de gel é um técnico com experiência e qualidade comprovada nessa área. Mas acima de tudo, há que ter consciência de que o que mais agride as unhas não é tanto o esmalte, mas sim toda a preparação que é feita antes da sua aplicação.

«O grande responsável, além do fator químico que está presente no verniz, é a preparação que se faz à unha antes. Estamos a falar das brocas que são usadas e que desgastam e agridem as unhas», começa por confirmar o dermatologista.

O especialista garante que o facto de se deixar o verniz nas unhas por um prolongado período de tempo acaba por deixar vestígios que favorecem infeções e inflamações.

«Quando a unha é preparada para receber o verniz, ela é lixada, e o mesmo acontece quando ele é retirado. Ao fazermos isto, estamos a retirar camadas da estrutura da unha», avisa, alertando de imediato para as consequências deste processo.

«Elas ficam muito finas e precisam de um certo tempo para recuperarem e aqui vamos assumir que é um organismo que até recupera rapidamente, caso não haja nenhuma doença que torne a recuperação mais lenta. Mas toda esta manipulação da unha pode ser uma porta de entrada para infeções fúngicas, isto porque as nossas unhas estão preparadas para revestir, mas se houver pequenas fissuras, rachas, fístulas ou perda de espessura, corremos um maior risco de contrair infeções. Portanto, as consequências giram um um pouco à volta disto», assume João Maia e Silva

Alergias e manchas associadas

É sabido que há casos em que o verniz de gel acaba por saltar da unhas, mas porquê? «Nos casos em que o verniz não agarra à unha significa que a camada superficial descolou. Acontece, muitas vezes, as mulheres queixarem- se que a unha parece ter uma dupla camada e, neste caso, é exatamente isso que acontece. A camada superficial acaba por sair, explica o especialista, acrescentando: «Normalmente, as alergias quando aparecem são derivadas dos produtos que são utilizados e traduzem-se em problemas na pele, como eczemas em redor da unha, comichão, o aparecimento de eritemas… Mas há uma alergia que é muito comum e que não é tão falada, que é o eczema das pálpebras. Isto acontece porque as senhoras têm muito o hábito de mexer nos olhos e na cara, e as pálpebras são uma zona muito sensível. A alergia manifesta-se nesta zona, que depois acaba por dar muita comichão, o que faz com que se coce mais vezes e o verniz fica em contacto com os olhos com mais frequência. Só para ter uma ideia, 70 por cento dos eczemas das pálpebras são causados por alergia ao verniz das unhas.»

Quanto às manchas amareladas, essas têm origem nas infeções. «Deve- se ao ambiente que foi criado na unha, que está debaixo do verniz que é aplicado, e que é propício à proliferação de bactérias ou fungos. Aquilo parece uma estufa, nomeadamente nos pés, que são uma zona muito húmida, e nem sempre as pessoas têm os cuidados necessários, o que favorece também a ocorrência deste tipo de situações.»

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Texto: Rita Leal; Fotos: Shutterstock e Pixabay

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