Em 2020, as doenças do aparelho respiratório provocaram 11 243 óbitos em Portugal, sendo a causa de óbito por pneumonia de 4351, correspondendo a 3,5% de todas as causas de morte. Os números relativos a esta infeção do pulmão – que afeta os alvéolos e os tecidos circundantes – continuam a ser preocupantes e a ter graves consequências para os doentes, sobretudo para os pertencentes ao maior grupo de risco: maiores de 65 anos com outras enfermidades pulmonares associadas.
A pneumonia pode ser provocada por vários microrganismos diferentes. “Podem ser típicas, derivadas de uma bactéria, tendo o pneumococo como principal agente; e atípicas, provocadas por um vírus, exemplo da gripe e, mais recentemente, pela covid-19”, afirma o pneumologista José Alves, explicando que a pneumonia bacteriana tem tratamento com antibióticos, enquanto a vírica não.
É preciso esperar que passe, por isso, os pacientes têm necessidade de ser ligados ao ventilador. O diagnóstico surge através de vários sintomas – dor pulmonar quando se inspira fundo, tosse com expetoração, arrepios e febre – que, posteriormente, são confirmados através da auscultação e de uma radiografia ao tórax.
“Convém que as pessoas estejam fortes em termos imunológicos e que o pulmão se encontre são” para debelar a doença. A relação entre a covid-19 e a pneumonia veio baralhar o sistema pelo facto de “poder ser ela própria uma pneumonia intersticial grave, atípica, para a qual não havia tratamento”.
Ou seja, o microrganismo entrava para dentro da parede alveolar, que inflamava devido aos líquidos retidos e aos gases acumulados, levando os doentes a terem falta de oxigénio no sangue (hipoxemia) e a necessitarem de um ventilador mecânico.
Hábitos que deve adotar
Contrair pneumonia nesta altura do ano, em que o risco de apanhar gripe dispara, eleva, também, as hipóteses de internamento. Ainda para mais quando paira no ar a covid-19. Mais do que tratar a doença é necessário preveni-la. “Devemos tomar a vacina da gripe e a vacina da pneumonia, se formos um grupo de risco”, aconselha o especialista. A Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta que a vacinação antipneumocócica é a melhor arma para fazer frente à doença, além de proteger outras formas graves de infeção pelo pneumococo, como a meningite e a septicémia. “Além disso, é fundamental não fumar ou beber, e adotar práticas saudáveis, como o exercício físico e uma alimentação equilibrada”, a par da higienização das mãos e controlo e tratamento de eventuais morbilidades.
Texto: Carla S. Rodrigues
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