A comunicação ou falta dela pode ser um grande desafio tanto para o cuidador como para o
doente com Alzheimer. Isto porque torna- se difícil compreendê-los mas também estes fazerem-se compreender e como tal, é essencial que se aprenda a comunicar e a lidar com estes doentes, de forma a melhorar a sua relação e a tornar o dia–a-dia menos stressante.
Frases curtas e diretas
Sempre que falar com uma pessoa que sofra da doença de Alzheimer deve fazê-lo de forma calma e
tranquila – evite pressas. Por outro lado, as frases devem ser curtas, claras e diretas para facilitar a compreensão por parte do doente. Evite utilizar a palavra “não”, principalmente no início de uma frase, uma vez que estes doentes muitas vezes não registam as primeiras palavras de uma frase, ou seja, “não te sentes aí” pode ser entendido como “senta-te aí”.
Gestos e tons excessivos
Quando fala com um doente com Alzheimer deve ter cuidado com a sua própria linguagem corporal, ou seja, a posição dos braços e mãos, sorrir exageradamente ou não o suficiente. Evite falar alto ou
gritar com a pessoa, pois os gestos e tons de voz excessivos podem assustar o paciente.
Recordar o passado
A doença de Alzheimer é irreversível e quem dela sofre irá perder, progressivamente, a sua memória de curto prazo, prevalecendo a memória de longo prazo. Por isso, e para assegurar a comunicação com a pessoa, quem fala com ela deve adaptar-se a esta nova realidade – apesar disso implicar conversas sobre coisas que aconteceram há 30 anos, terá a vantagem de manter o doente alerto e comunicativo.
Assuntos interessantes
Comente o que está a dar na televisão, as pessoas que estão a passar na rua ou assuntos em que a pessoa sempre teve grande interesse. Por vezes, o doente quer apenas ouvir uma voz amiga – leia-lhe um livro, revista ou jornal em voz alta.
O QUE SE DEVE OBSERVAR
Muitas vezes a pessoa com Alzheimer não vai conseguir expressar o que está a sentir. Desta forma, o cuidador deve “ler nas entrelinhas” das ações do doente, isto é, prestar atenção a todos os sinais que ele transmite na comunicação, além da palavra tais como: As suas expressões faciais; Os gestos do doente; Os movimentos dos lábios; Se o doente está a prestar atenção à conversa.
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Texto: Mário Rui Santos; Fotos: Pixabay
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