Saúde e Bem-Estar

Sente as pernas inchadas, com dor e ardor? Cuidado, pode ser uma doença e aumenta no verão!

11 Julho, 2020

Doenca Venosa Cronica

A doença venosa crónica afeta cerca de 2 milhões de portuguesas mas é, habitualmente, ignorada. Pernas inchadas, dor e ardor são os principais sinais!

A Doença Venosa Crónica afeta cerca de 2 milhões de mulheres portuguesas. Contudo, os seus sintomas são habitualmente ignorados.

Pernas pesadas e inchadasdor, comichão, ardor e sensação de formigueiro são os principais sinais desta patologia crónica que, por serem muito frequentes são, habitualmente, ignorados e associados à idade. Os derrames e as varizes são os exemplos mais comuns da manifestação da doença.

Esta patologia afeta as veias das pernas que transportam o sangue até ao coração e é, precisamente nesta altura do ano – no verão – que estes sintomas se tornam mais evidentes. O calor dilata as veias e aumenta a manifestação da doença. Se não for devidamente diagnosticada e tratada, pode causar complicações graves.

O site da revista Maria falou com Joana Ferreira, médica especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular que responde às dúvidas mais comuns.

 1. A partir de que idade, começam a aparecer os primeiros sintomas?

«Em Portugal, a doença começa a adquirir significado, a partir dos 15 anos, nas mulheres e cerca de 10 anos mais tarde nos homens. É mais comum entre os 55 e os 64 anos

2. Quem corre mais risco?

«A principal causa da Doença Venosa Crónica é a história familiar. Doentes cujos pais têm varizes têm elevada probabilidade de também apresentarem varizes. Entre 70 a 80 por cento dos doentes têm uma fraqueza herdada da parede das veias. Além disso, o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, a gravidez, elevadas horas de pé e o envelhecimento contribuem para o agravamento da doença.»

3. Quando devemos procurar um especialista? 

«Devemos procurar um especialista, quando surgem os primeiros sinais e sintomas. A doença é muitas vezes ignorada. Num estudo realizado pela Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, 53 por cento dos portugueses nunca realizaram nenhum tratamento à sua doença venosa crónica. Muitos acham que não há nada a fazer e que é normal da idade.»

4. Como podemos prevenir este problema?

«O mais importante é seguir um estilo de vida saudável: fazer uma alimentação cuidada, evitar a obesidade, praticar exercício físico regularmente e não fumar. Também é recomendável não estar muitas horas de pé, usar meias elásticas e tomar medicação para a parede das veias. Contudo, não conseguimos evitar, totalmente, o aparecimento de varizes.»

5. Como podemos aliviar os sintomas no dia a dia?

«Os sintomas melhoram com a elevação dos membros inferiores e com aplicação de água fria ou de um gel refrescante

Veja também: 9 conselhos médicos para quem sofre de má circulação

Os tratamentos mais eficazes para esta doença crónica 

6. É possível tratar a Doença Venosa Crónica? 

«É possível e devemos tratar a Doença Venosa Crónica desde as suas fases iniciais. Atualmente, existem várias opções terapêuticas. O tratamento é adaptado à fase da doença e ao doente. É um tratamento personalizado

7. Quais são os tratamentos que mais recomenda?

«Alguns pacientes são tratados com medicação para as paredes das veias e meias elásticas. Outros fazem tratamento com escleroterapia líquida ou espuma, laser, radiofrequência ou cirurgia minimamente invasiva. O médico especialista em Cirurgia Vascular decide qual é a melhor opção para cada doente. Na maioria das vezes, um doente precisa de uma combinação de tratamentos.»

8. Se não for tratada, que consequências pode ter?

«Estamos a falar de uma doença e não apenas de um problema estético. As consequências pode ser trombose venosa; varicorragia (hemorragia/sangramento devido à fragilidade da variz); alterações das características da pele – a pele perde a elasticidade e fica acastanhada e descamativa – e úlcera venosa (feridas nas pernas causadas pela doença venosa crónica), muitas vezes, dolorosa.»

Veja ainda: Cruzar as pernas faz varizes? Mitos e verdades que nos deixam na dúvida
Texto: Sofia Santos Cardoso com Joana Ferreira (Médica Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular).

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