Nacional

Cristina Ferreira assume que críticas doem e que não precisa de exposição: “Também podiam elogiar”

27 Abril, 2021

Cristina Ferreira tem estado debaixo de fogo há oito meses, desde que foi anunciada a sua saída da SIC para a TVI. A apresentadora defende-se.

Cristina Ferreira chegou oficialmente à TVI a 1 de setembro de 2020, depois de uma saída da SIC que ninguém esperava. Há oito meses que Cristina Ferreira está nas “bocas do mundo” como se costuma dizer, e não é pela positiva. As críticas negativas sucedem-se, algo que a diretora de Ficção e Entretenimento tenta desvalorizar apesar de admitir que às vezes dói.

Em entrevista à revista Maria, a também apresentadora abre o coração assume que se vê apenas a trabalhar atrás das câmaras, garante que não precisa de exposição, assume que sabe que nunca voltará à SIC e revela que se tiver que acabar com Cristina ComVida o fará… mas não é para já. Sem medo, como a conhecemos de sorriso fácil como nos habituou.

 

“Não vou dizer que não dói, houve alturas em que me questionei, porquê… também me poderiam elogiar de alguma forma. Acho que as pessoas se esqueceram da conquista de alguém que começou do zero em televisão e que a mesma foi feita por mérito. Estou muito mais tranquila do que aquilo que uma pessoa possa imaginar. Acho que aquilo que já conseguimos na TVI é muito mais do que  algum dia podia imagina”, diz, para depois acrescentar: “Tenho muito a agradecer à SIC aqueles dois anos em que eu lá estive, por ter sido muito feliz, por ter feito a televisão que eu quis… acho que a forma como tudo foi feito na saída não foi a mais bonita, não estou a falar da minha parte, mas de tudo aquilo que se disse e se escreveu. Gostava  que tivesse sido diferente. Já brinquei com o Manel (Luís Goucha) em que ele me  perguntou: ‘Se eu amanhã te dissesse que ia para a SIC, o que é que tu farias?’, eu disse-lhe que ficava triste, mas ao mesmo tempo dava-lhe um abraço que gostava que me tivessem dado.”

 

Na opinião de Cristina Ferreira esta campanha negativa em torno da sua imagem prende-se com várias questões. “Estou a pagar porque sou mulher, porque me chamo Ferreira, lembram-se da celebre frase ‘a filha do António’ que usei na entrevista com o Manel, porque não é fácil aceitar o sucesso dos outros, não é fácil entende-lo fruto do trabalho apenas que temos vindo a desenvolver e porque nem todas as pessoas têm capacidade de arriscar como eu fiz”, assume. A apresentadora garante ainda que “se quisesse estar bem estava na  SIC”. “Se  eu quisesse estar a ganhar todos os dias, tranquila, feliz da vida e com um bom ordenado, eu tinha continuado lá. Eu não quis isso para mim, eu sabia o risco que era vir para uma estação que naquele momento estava a perder por sete pontos e sabia exatamente o que iria cair sobre mim se eu não conseguisse. Eu tive noção de todos os riscos quando  mudei, mas eu quis mudar, com tudo aquilo que isso implicava. Eu só me arrependeria era se tivesse ficado e não tivesse nunca vindo aqui saber como é que seria”.

Cristina Ferreira: “O meu filho liga zero”

Cristina Ferreira assume que lida bem com as críticas, mas quisemos perceber como o filho Tiago, 12 anos, lida com o que se escreve sobre a mãe. “Liga zero. Graças a Deus. Eu às vezes faço a pergunta e ele liga zero. Ele agora vai fazer 13 e a altura da adolescência pode ser um bocadinho mais complicada, mas como ele está protegido, tem os colegas que o conhecem desde o primeiro ano, vivemos todos no mesmo sítio, as pessoas conhecem-me bem, a minha família é unida e sabem exatamente quem eu sou, que não há espaço para esse tipo de conversas, nem ele liga nenhuma”, sublinha.

A trabalhar como diretora de Ficção e Entretenimento e como apresentadora, funções que acumula como administradora da TVI, Cristina Ferreira explica como tem tempo para a família e assume que essa é uma premissa da sua vida.

“Tenho muito. Sou muito organizada. Quando estou aqui no programa saio um bocadinho mais tarde, mas o meu filho também vai voltar aos treinos, portanto chegamos quase à mesma hora a casa. Tenho muito tempo para tudo, sei muito bem desligar a ficha quando tenho que desligar, embora quando se é diretora de entretenimento trabalha-se 24 horas por dia. Então na altura de um realit…”, afirma, revelando que vê a sua vida fora dos ecrãs e apenas atrás das câmaras. “Se me perguntarem hoje, e eu gosto muito de fazer televisão, o que é mais estimulante para mim, é tudo o aquilo que não é apresentar um programa. Adoro reuniões, programar, e tudo o que envolve o que as minhas funções acarretam agora”, afiança para responder se um dia vai deixar de apresentar programas. “Um dia, sim, inevitavelmente. Eu brinco e até costumo dizer que me  vou reformar muito cedo. Eu encontro os meus caminhos sem precisar desta exposição. Não preciso dela para nada. Viveria perfeitamente hoje em dia atrás das câmaras, sem mais nada”, assegura.

Em entrevista Manuel Luís Goucha, no programa das tardes Goucha, a apresentadora afirmou que, mesmo que vá para outro lado, fará de tudo para continuar a ganhar. Cristina  esclareceu esta declaração, reafirmando que a TVI será o último canal onde trabalhará.

“E ganho, mas não é na televisão. Isso é certo. É óbvio que eu não vou voltar à SIC até porque as relações não ficaram as melhores, é público (referindo-se a o processo em tribunal que enfrenta com a SIC). Mas eu sei o que quero para a minha vida e sei que não quero mudar de televisão. Eu vim com um propósito para a TVI, é esse propósito que eu quero cumprir. Quando eu o cumprir, logo decido se quero continuar cá muitos anos ou se quero fazer outra coisa na vida”, explica.

Cristina comVida pode teminar

Cristina comVida não tem liderado no seu horário e a apresentadora comenta o percurso do formato. “Há aqui uma coisa que eu tenho pena, o que eu faço aqui as pessoas já viram na SIC. O que é certo é que aquele programa foi inspirado na ideia que era deste projeto. E este é um horário muito complicado. Não corre bem? Daqui a um tempo se eu achar que este programa ou não é deste horário ou tem de acabar ou tem de mudar, mudo. Não tenho problema nenhum com isso. O que é certo é que as pessoas já querem que eu acabe com o programa ou que eu o destrua ou o mude. Vou manter até eu achar que tem caminho”, termina.

Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Tito Calado
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