A distância é um dos fatores que coloca à prova qualquer relação, pelos obstáculos que vão surgindo, como a carência física e afetiva, a impossibilidade de presença física frequente, os ciúmes, o sentimento que pode esfriar. Contudo, hoje em dia, através das novas tecnologias já é fácil manter contacto à distância e as relações tornam-se mais próximas. “No entanto, essa ‘proximidade virtual’ não proporciona a criação de laços afetivos e o conhecimento recíproco desenvolvidos no contacto pessoal. Existe sempre a probabilidade de estar a ser criada uma imagem fictícia que não corresponde à realidade, a qual no contacto pessoal pode ser mais facilmente percetível, sobretudo através da linguagem não verbal”, explica a Dra. Margarida Vietiez, especialista em terapia de casais. Quando se fala em fidelidade, a Dra. Margarida confidencia: “No que respeita a traição, homens e mulheres estão equiparados: ambos traem! A traição dita sexual é mais comum neles, enquanto que elas traem emocionalmente com maior frequência, alimentando flirts no sentido de se sentirem escutadas, valorizadas e de alguma forma continuarem a ‘sonhar cor-de-rosa’!”.
Quando tudo começa longe
Normalmente, quando um casal inicia uma relação à distância sem ter contacto físico, torna a proximidade espiritual mais intensa através das palavras. No entanto, a imagem criada inicialmente, pode alterar-se quando a presença física acontece, e, na maioria da vezes, para pior. Isto não significa que, não existindo o contacto físico entre um casal, as ligações não surjam, a verdade é que a convivência cria um ambiente de maior proximidade.
Distantes a meio
Muitas vezes a vida prega partidas e, em cheque, ficam relações em que a proximidade constante sempre foi um benefício. Acontece que, por questões profissionais ou pessoais, a separação, por vezes, é eminente e aprender a gerir as idas e vindas ou a impossibilidade consequente de estar com a pessoa amada acabam por contrariar a possibilidade de um futuro bem sucedido. Começar uma relação em que já existe este obstáculo acaba por ser mais “fácil” que delinear novos contornos de uma relação em que o contacto físico tornava mais próximo o casal e o seu sentimento.
Visitas à cara metade
Se dúvidas houvesse de que os casais que se visitam regularmente são mais felizes, os especialistas comprovam-no. É difícil de calcular o número de vezes em que um casal se deve visitar, mutuamente, por mês. No entanto, nem sempre seguir essa “rotina” é fácil pois questões como trabalho e indisponibilidade de horários ou económica para viajar são os maiores inimigos de uma relação à distância.
Surpresas
Surpreender a sua cara metade é também uma forma de torná-la mais próxima de si. Enviar uma carta ou uma prenda com uma mensagem carinhosa ou com um significado especial para ambos, mantém o interesse e o sentimento lembrado.
A ajuda das novas tecnologias
Graças às novas tecnologias, o contacto visual tornou-se mais fácil entre casais que vivem uma relação à distância. Tecnologias como o Skype ou WhatsApp têm permitido que esse contacto exista e se torne o mais real possível. Por outro lado, a capacidade de “controlar” quando o parceiro está online pode levar a situações excessivas ou ciúmes que acabam por deteriorar a relação. Quando uma briga acontece, os especialistas aconselham a que a mesma seja resolvida via videoconferência pois o pilar de uma relação à distância é a comunicação e não só a linguagem verbal interessa como também a não-verbal, em que é possível perceber as reações do par, através dos gestos e da entoação.
Texto: Marisa Simões
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