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Pai que perdeu filha na Caparica confessa: “Vi-a ser colhida!”

3 Agosto, 2017

O pai da criança que perdeu a vida devido à aterragem de emergência de uma aeronave ontem, na praia de São João na Caparica, culpa o piloto pela morte da filha, de oito anos.

Uma avioneta fez uma aterragem de emergência ontem à tarde, dia 2 de agosto, na praia de São João da Caparica, em Almada, acabando por fazer duas vítimas mortais: um homem, de 56 anos, e uma menina, de 10.

O pai da criança que morreu assistiu a toda a tragédia e momentos depois do incidente quis falar, em directo, com uma jornalista da TVI24 que se encontrava no local em reportagem.

O pai de Sofia, que se encontrava claramente em choque, alheado, incrédulo e revoltado,  explicou como tudo aconteceu e como Sofia perdeu a vida. Tentando sempre manter um discurso coerente, ainda que evidentemente perturbado, disse:

“Vou limitar-me literalmente a factos e também a alguma ou outra opinião. As opiniões são como as vaginas: quem as quer dar dá, e eu hoje tenho esse direito. Nós estávamos ali a brincar (aponta para um local na praia), maré baixa (…) e estava a explicar de forma educativa às minhas duas filhas e aos meus sobrinhos o que é um agueiro e como se forma um agueiro”, contextualizou o pai.

“Entretanto, os meus sobrinhos chamam-me a atenção que vinha uma aeronave baixa na zona do paredão. (…) Isto eu tenho claro sem qualquer deturpação naquilo que se passou. Eu levantei dois deles, três aliás, sem preocupação de serem os meus filhos, minhas filhas, os meus sobrinhos, três deles… Empurrei-os para correrem. Disse à Sofia, que faleceu, 8 anos… para correr atrás de mim e a Sofia correu aquilo que pôde, seguramente. Quando vi que eles (crianças) estavam em segurança… Voltei para trás para ajudar a Sofia e vi-a a ser colhida pela aeronave… Constatei que estava cadáver, não havia qualquer dúvida.”, explicou o pai.

Terminado o seu testemunho, o pai de Sofia insiste em continuar a relatar o que tinha acontecido há momentos, afirmando que no dia seguinte ( 3 de agosto) certamente já não conseguiria falar sobre o acontecimento. Assumindo, assim, consciência do choque que estava a viver:

“Entretanto dirigi-me ao senhor que vinha a pilotar a aeronave e o senhor disse que perdeu o controlo da aeronave. Podia ter-lhe dado dois socos, também tinha esse direito… não o fiz. Basicamente o que lhe disse foi (…) que o senhor fez uma tragetória recta da zona do paredão, atropelou, matou, duas pessoas, aqui (aponta para local na praia) e fez uma tragetória recta até ali (aponta novamente para outro local) com uma azazinha partida, qual braço. E querem-me convencer a mim que o senhor tinha problemas de controlo da viatura… Ele quis aterrar a aeronave sem qualquer preocupação com o resto”, contou, sempre em alvoroço.

No final, o pai da criança acabou por afirmar que a partir daquele momento tinha quatro objectivos na vida:

“Na prática eu tenho quatro objectivos na minha vida neste momento: o primeiro fazer com que a família fique bem, nomeadamente a irmã (filha) e a minha mulher , o segundo enterrar a minha filha, terceiro fazer com que aquele senhor não volte a voar… “, garantiu o pai, tendo sido interrompido pelo cunhado que decidiu colocar a mão na lente da câmara, vendo que este não se encontrava, evidentemente, em condições para estar a falar.

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Conteúdos WIN

 

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