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A Serra: Jorge Corrula reencontra Soraia Chaves na ficção mas desta vez não há sexo

28 Fevereiro, 2021

Quinze anos depois, Jorge Corrula volta a contracenar com Soraia Chaves, mas desta vez as cenas são bem menos ousadas... Os atores são um casal em A Serra.

De pois de terem protagonizado uma polémica história de amor no filme O Crime do Padre Amaro, há 15 anos, os dois atores voltam a trabalhar juntos na nova aposta de ficção da SIC, A Serra. Em conversa com a Maria, o ator fala como está a ser este reencontro, da sua personagem e como lida com estes tempos de pandemia.

O que podemos esperar do “seu” Domingos?
É um homem que decidiu ficar na terra com um negócio familiar, uma mercearia. A sua história começa com ele a lutar pela sua família logo e vai ser assim até metade da novela.

É caracterizado como uma pessoa rude…
É alguém que não sabe lidar com as emoções. É um velho dentro dos seus 40 anos e às vezes é bruto, sim, mas não chega a sê-lo fisicamente.

Então, existe pouco de si neste papel?
Eu tenho mais variações de humor. Já o Domingos é um homem a preto e branco. Só vive para o trabalho e para a filha, e logo aí percebe-
se que vai ser difícil gerir a relação amorosa com a Rosalina (Soraia Chaves).

Foi fácil entrar no espírito da personagem?
Esta personagem foi um grande desafio para mim, mas devido às contingências que estamos a viver agora, que nos obrigam a gravar o dia todo, acabamos por encontrar rapidamente a personagem, e foi isso que aconteceu.

E como é voltar a contracenar com a Soraia Chaves?
Quando aceitei este papel, já sabia que a Soraia iria fazer de minha mulher e fiquei feliz por nos reencontrarmos. Acho que se tivesse de trabalhar com ela seis meses depois do Crime do Padre Amaro, não ia ficar tão contente, mas agora, de repente, somos outras pessoas, cada um cresceu à sua maneira, e trabalhar com ela é um desafio.

As pessoas irão relembrar o vosso papel no filme…
Acredito que, ao fazê-lo, depressa vão perceber que não existem semelhanças ao nível da história e do próprio envolvimento das personagens. Há química, mas sem sexo. É uma relação cristalizada, onde podem dar um beijo de manhã e à noite.

Saudades das coisas simples

Como é trabalhar quase um ano em pandemia?
Em meados de março estava nas gravações do Golpe de Sorte e na altura tudo era uma incógnita. Agora já temos muita informação, sobretudo científica, temos de andar com as máscaras e com todos os cuidados higiénicos, pelo que me sinto muito seguro. É um protocolo que já entrou nas nossas vidas e estranho vai ser quando tivermos de fazer o desmame de tudo isto.

Em casa, os cuidados são os mesmos do primeiro confinamento?
Os rituais de higiene continuam a fazer parte do dia-a-dia. Não pode haver desleixo. Entro em casa todo nu e a minha mais velha tem logo a pedra-pomes e o sabão azul pronto para me lavar. Só depois é que a posso abraçar (risos).

Tem saudades de viajar?
Francamente, não. Tenho é saudades das coisas simples, de andar na rua sem máscara ou poder cuspir perdigotos para cima dos colegas (risos).

Jorge Corrula: “Sinto-me um privilegiado”

Numa altura em que a Cultura está a passar por momentos complicados, o ator não deixa de reconhecer que vive uma situação de algum privilégio em relação a outros colegas de trabalho: “Ia agora começar uma peça de teatro em fevereiro, mas como foi cancelada, isso implica que várias pessoas não tenham trabalho. Conheço casos próximos em que estou a ajudar amigos e companheiros de trabalho, que necessitam de bens essenciais. Estão a passar por muita dificuldades e, nesse sentido, considero-me um privilegiado por poder continuar a trabalhar.”

Texto: Mário Rui Santos

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