Brevemente em Amor Amor, a casa está mergulhada em silêncio e a cadeira de rodas de Sandra, caída no chão, vazia. O enfermeiro está também caído, inanimado. Não há sinal da filha de Romeu. Ângela chega e fica em choque ao deparar-se com aquela cena. Ignorando o enfermeiro, ela fica em pânico à procura da sobrinha. “Sandra! Sandra, onde estás?”, grita a irmã de Vanessa.
Nesse instante, o seu telemóvel toca. Sobressaltada, trémula, procura-o na mala. Demora a encontrá-lo, mas, finalmente, pega nele e atende a chamada com desespero. “Estou? Estou?” Do outro lado, ouve-se uma voz de homem distorcida (n.r.: é Romeu). “Confessa a verdade. Conta o que fizeste à Bela”, avisa ele. “Quem fala?! A Sandra? Quero ouvi-la”, pede a vilã. “Chamas a Guarda e confessas tudo, ou ela morre. Já mataste a tua irmã. Queres matar também a Sandra?”, continua o homem a perguntar. Ângela fica lívida.
Completamente descontrolada, dá pontapés ao enfermeiro, que entretanto despertou, mas está ainda no chão. “A minha sobrinha? Onde é que está a Sandra? Quem é que a levou?”, pergunta ela ao rapaz que, atarantado, só consegue levantar os braços para se defender. Pepe aparece nesse instante. “Ângela, para!”, pede-lhe ele, enquanto a agarra, tentando acalmá-la. A ex-mulher de Anselmo continua a espernear. “Seu incompetente! Seu inútil!” Pepe vira-se para o enfermeiro. “Sai! Desaparece daqui!”, ordena-lhe. Ele apressa-se a obedecer e sai, com a mão na cabeça, onde levou uma pancada.
“Ele levou-a”
Pepe tenta acalmar Ângela e pergunta-lhe o que aconteceu. “A Sandra desapareceu! Liga ao teu primo! Eu mato o Cajó, eu mato-o!”, grita ela. “Espera lá, respira fundo primeiro”, aconselha ele. “Liga-lhe!”, grita ela. Impaciente, Pepe grita de volta. “Já te disse mil vezes que não posso, que não tenho o número dele! Agora acalma-te ou enfio-te debaixo de um duche de água gelada! Não estás bem!” A dona da Lua de Mel pega num objeto e atira-o, frustrada. “Ele levou-a! Agrediu aquele imbecil e levou-a, entendes isso? Perdi a Sandra!” Ele pede-lhe para raciocinar. “Pensa, Ângela! Usa essa cabeça. Para que é que o Cajó faria isso, que sentido é que tem?”, pergunta. “Ele quer vingar-se de mim e tu sabes!”, responde ela.
“Mas é um cobarde, deve estar bem longe de Portugal, não ia arriscar aparecer quando é procurado. Isso, Ângela, eu sei!”, afirma Pepe confiante. “Devíamos ter enfiado um localizador dentro da boca daquele Ricky! Não podíamos ter desistido disso”, lamenta a vilã. “Foste tu que disseste que não valia a pena, lembras-te?”, recorda-lhe o cúmplice. “Mas tu insistias, não me deixavas desistir!”, refere Ângela.
Pepe olha indignado. “Vais mesmo virar isto contra mim?! A guerra do Cajó é contigo, ele não ia levar a Sandra, nunca iria arriscar tanto”, vaticina. “Por isso mesmo! Ele sabe bem que é a melhor maneira de me atingir”, refere ela. “Vamos arranjar maneira de descobrir quem fez isto e onde está a miúda, ok? Mas primeiro tens de te acalmar. Posso, ao menos, falar-te do Valentim, do que descobri?”, questiona ele. Ângela tenta acalmar-se, mas, pelo caminho, ainda dá um pontapé numa cadeira. Depois, acaba por sair.
“Deixa a raiva de lado”
No dia seguinte, Ângela está angustiada e, num impulso de raiva, atira o prato com a torrada para dentro da pia. “Acalma-te, por favor, ou ainda acabas por fazer as coisas mal feitas”, pede-lhe Pepe. “Eu sei muito bem o que é que tenho de fazer. A ti, peço-te que me ajudes a encontrar a Sandra”, refere. “Já ponderaste ligar à bófia?”, sugere-lhe ele. “Foi o sacana do Cajó…”, insiste Ângela. “Eu não sei onde para o Cajó!”, recorda-lhe novamente Pepe. “Tem de haver uma maneira de o fazeres ligar para ti!”, diz-lhe a vilã. “Como?! Mando-lhe um pombo-correio para o raio que o parta?! Já te disse que o gajo mudou de número, eu não tenho como o contactar!”, volta a afirmar o técnico de som.
Porém, a vilã não se convence: “Se o Cajó toca num fio de cabelo que seja da Sandra…” Pepe olha-a nos olhos. “Tu estás muito segura de que é o Cajó que te está a torturar. E se não for?”, pergunta. Ângela fita-o admirada. “Havia de ser quem?”, questiona. “Deixa a raiva de lado e pensa: por quem é que a Sandra já foi raptada?”, lembra Pepe. “Eles não se atreveriam… Não são burros a esse ponto”, afirma ela convicta.
Texto: Mário Rui Santos
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