Tiago Teotónio Pereira, que dá vida a Salvador, em A Serra, da SIC, não consegue ver a novela escrita por Inês Gomes. O ator que faz par romântico com Ana Marta Ferreira, Jacinta, explica por que não assiste à história através do ecrã, principalmente de há uns meses para cá.
Tiago Teotónio Pereira fica sempre de semblante carregado quando tem de falar de A Serra, da SIC e não consegue ver qualquer episódio da trama que tem como protagonista Sofia Alves depois da morte de Maria João Abreu. “Não gosto. Não faz sentido ver. Geralmente não costumo ver o que faço, mas A Serra faço mesmo questão de não ver”, confessa Tiago Teotónio Pereira em entrevista à revista TV Guia.
“Agora estão a passar as cenas que tivemos que regravar por causa da morte da Maria João Abreu e para nós, psicológica e emocionalmente, não foi muito agradável de gravar. Percebo que tenha de ser assim, por causa da história, mas foi muito difícil”, assumiu.
Recorde-se que Maria João Abreu morreu aos 57 anos, a 13 de maio de 2021, aos 57 anos, na sequência do rebentamento de um aneurisma.
Tiago Teotónio Pereira gravou cena de despedida de Maria João Abreu
A última cena de Maria João Abreu em A Serra foi para o ar, a 18 de dezembro de 2021, sete meses depois da morte da atriz. A emoção tomou conta dos atores quando estavam em cena e a realidade confundiu-se com a ficção. Sãozinha deixa duas cartas, uma para os filhos Guida (Laura Dutra), Jacinta (Ana Marta Contente) e Tozé (António Camelier), e outra para Salvador (Tiago Teotónio Pereira) que a salvou da morte por intoxicação de gás.
Na leitura da carta de despedida de Maria João Abreu de A Serra, estavam presentes Ana Marta Ferreira, Tiago Teotónio Pereira, Isabela Valadeiro (Vitória), João Maneira (Fausto) e Márcia Breia (Hortense), que é quem traz a carta. No momento exato da leitura da carta onde está escrito que Sãozinha se entregou a Deus, foi para um convento e fez voto de silêncio, as lágrimas caíam pela cara dos atores. Um choro que se confundiu com a realidade.
Isabela Valadeiro conta à Maria como foi gravar essa cena. “Foi extremamente difícil”, conta a atriz, revelando que esta cena em particular foi umas das que foi reescrita depois da morte da atriz e que já tinha sido gravada. Na original, Maria João Abreu estava presente. “Foi extremamente difícil sobretudo porque a minha personagem nunca se cruzava com a Sãozinha, e naquela cena em particular (que já tínhamos gravado antes) sim. E eu e a João ao cruzarmos olhares emocionámo-nos uma vez mais. Esta foi uma das cenas rescritas e a primeira a notificar o espectador de que a Sãozinha saía da história”, conta a atriz..
Nas redes sociais, Isabel Valadeiro deixou uma homenagem. “A cena da carta era na verdade uma cena número 7 que foi reescrita.
Uma cena número 7! Foi na cena 7 que nos olhámos pela última vez e nos emocionámos, como sempre, como todas as vezes. Não esquecerei nunca, não tem como. Obrigada minha João, minha mãe amiga, meu amor! Ficarás”, escreve a atriz.
À Maria, Isabela Valadeiro explica este simbolismo. “A cena 7 foi a última onde nos cruzámos e emocionámos. 7 é o número do Golpe de Sorte, o número do nosso encontro, da nossa amizade, do nosso amor, da sorte que tive em tê-la conhecido!”, finaliza.
Final de Maria João Abreu em A Serra
Salvador passa junto à casa de Sãozinha e sente um cheiro estranho. Volta atrás para bater à porta, mas ninguém responde. Salvador tenta acordar Sãozinha, vai para fazer respiração boca a boca quando ela recupera os sentidos. Ivone ausculta Sãozinha, que está combalida. Jacinta está preocupada.
No dia seguinte, Jacinta pergunta pela mãe. Guida não sabe, diz que já deve ter saído para o forno, mas Jacinta repara que ela deixou a massa ali.
Mais tarde, Hortense chega à padaria com duas cartas de Sãozinha. A mãe da Jacinta diz que foi para convento com voto de silêncio. Agradece a Salvador por tê-la salvo.
Reveja a cena aqui e as imagena na galeria em cima.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Divulgação SIC
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