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Ana Arrebentinha: “Gostava de viver um amor como o dos meus pais”

11 Abril, 2021

Ao estrear-se no papel de apresentadora na TVI, Ana Arrebentinha, fala da família que gostava de ter e da homenagem ao pai falecido.

Ana Arrebentinha tornou-se “especialista” em anedotas alentejanas ou não fosse ela natural de Amareleja. Agora, aventurou-se numa nova área televisiva. Em conversa com a revista Maria, Ana Arrebentinha fala-nos da boa fase que está a viver profissionalmente e dos sonhos por conquistar.

Como surgiu o convite para ser apresentadora do Somos Portugal?
Tinha feito os comentários à noite no Big Brother e no dia seguinte deixei-me dormir até tarde. Quando acordei tinha chamadas da minha agência e da direção da TVI a dizer que tinham de falar comigo com urgência e foi aí que soube que contavam comigo.

Como foi a estreia?
Estava com um nervosismo bom. Este foi um programa por onde passaram grandes apresentadores e fizeram um grande trabalho, por isso queríamos continuar nesse registo. Existe essa responsabilidade, estávamos com uma boa adrenalina. Aquele dia foi especialmente dedicado ao meu pai, no dia em que me deram a notíca fazia sete anos que o meu pai faleceu. Antes de entrar em direto olhei para o céu e disse: “Olha, velhote, isto é para ti”.

Ao olhar para trás, a vinda para Lisboa valeu a pena?
Valeu sempre a pena, a partir do momento em que meti a mochila às costas. O princípio foi um pouco complicado, pois sentia a falta dos amigos e da família. Não conhecia ninguém na altura. Fui para a Casa do Artista estudar teatro e era um trabalho muito solitário, mas se queria formar-me como atriz e artista tinha de passar por este processo de crescimento.

Além do ecrã, leva a vida sempre a sorrir?
Ando sempre assim no dia-a-dia. É aquela “estupidez natural” (risos). Tenho dias que prefiro estar sozinha, outros com mais gente, mas gosto muito do meu espaço.

O que a tira do sério?
As pessoas serem mal-educadas e estarem preocupadas não com o seu caminho, mas com o caminho dos outros.

Com um ano de pandemia, que balanço faz?
Felizmente, não me posso queixar. Tive sempre um ano cheio e tenho muito a agradecer.

Ana Arrebentinha: Estabilidade financeira

E das pequenas alterações ao dia-a-dia, de que sente falta?
Jantar com os amigos, ir à minha terra, pois a minha mãe trabalha num lar e é complicado, apesar de nós, de oito em oito dias, fazermos os nosso testes na TVI. Mas mesmo assim, tento sempre protegê-la e às pessoas que com ela trabalham. Não a vejo desde Dezembro.

Costuma ir ao Google pesquisar o que dizem sobre si?
Sinceramente, não tenho essa curiosidade. Prefiro não saber.

Qual é o segredo para singrar neste meio tão mediático?
Trabalhar, trabalhar, aprender e ouvir. Muitas vezes estava cansada, trabalhava aos fins de semana, mas sabia que tinha de ser assim. Quando se está no meio artístico não se tem o aniversário da mãe, dos familiares, amigos… Mas consigo tirar uma semana para a festa da minha terra, o que já é bom. Felizmente que tenho tido essa compreensão da parte deles.

Já referiu que houve momentos em que teve dificuldades financeiras. Sente que esse período já passou?
Agora é diferente. Na altura estava só a estudar. Não tinha a minha independência económica. Os meus pais sempre tiveram uma vida humilde e tinha de ter o dinheiro bastante controlado. Neste momento dou aulas e tenho uma estabilidade económica diferente.

O sotaque nunca foi problema para si?
De forma alguma. O que sinto é que se eu o perdesse se calhar não estávamos aqui a conversar. Sempre me disseram: “Tu nunca percas esse sotaque, é a tua imagem de marca e o teu ganha-pão.” Mas às vezes tenho de me moderar, pois começo a falar muito à alentejano e as pessoas não percebem.

Ser mãe antes dos 30

Algum dia desejou ser rapaz?
Não. Tenho dois irmãos em casa, o meio de comediante é quase só homens, e sempre fui muito bem tratada a todos os níveis. Pelo contrário, ser mulher, alentejana e contar anedotas, diferencia-me nesta área. O meu agente até diz que tenho “alma de gajo”.

Gostava de ser mãe antes dos trinta?
Sim, gostava. Vou fazer 28, mas dizia que aos 25 queria ser mãe. Chegava aos 24, mas já não queria… Tem de ser quando sentir que chegou a altura.

O candidato a pai já está escolhido ou está em fase de casting? Que requisitos devia ter?
Andamos sempre em casting (risos). Gostaria que fosse uma pessoa alegre, compreensiva, e que nos soubéssemos respeitar.

Gostava de ter um amor como aquele que os seus pais viveram?
Sem dúvida. Foi o amor mais bonito que assisti até hoje. Nunca os vi a discutir à nossa frente e diziam-nos sempre a verdade.
Ele foi um grande pai, marido e homem. É um orgulho poder dizer isso.

Sempre a tentar fazer dieta

Ana Arrebentinha não dispensa alguns cuidados de beleza. “Estou sempre a tentar fazer dieta, é um problema que tenho, mas procuro dormir bem, descansar e beber muita água. Isto para além dos habituais cremes para a cara, mãos…”

Correr atrás dos sonhos

Questionada como gostaria de ver a sua vida daqui a 20 anos, a comediante afirma: “Nessa altura tenho 47 anos e não quero pensar nisso. Gostava que estivesse estável e feliz, que tivesse cumprido um caminho que sempre sonhei, dever cumprido, e pensar ‘ainda bem que vim para Lisboa’. Sempre disse que não quero chegar aos 50 e 60 anos, olhar para trás e não ter perseguido os meus sonhos.”

Texto: Mário Rui Santos
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