Ana Marta Ferreira e o seu problema de pele: “Aceito muito bem o meu corpo”

Na novela da Sic, Ana Marta Ferreira mostra sem complexos o corpo e as manchas que um problema de saúde lhe causam. Em entrevista, conta ainda como passa o Natal e as tradições de final de ano.

A Bárbara tem-lhe dado “água pela barba”?

Estou com uma personagem muito gira e muito divertida. Às vezes dou por mim e já estou a falar rápido como ela, são muitas horas a trabalhar.

Onde se inspirou para fazer a Bárbara?

A Bárbara tem um bocadinho de mim também, eu sou superalegre, estou sempre na palhaçada e digo imensas parvoíces… mas houve um dia em que me pediram para falar muito rápido e lembrei-me de uma amiga.

Na novela usa roupas muito curtas. Como lida com isso?

Lido bem. Eu lido muito bem com o meu corpo. É super importante haver verdade nos nossos corpos, porque nós vemos no Instagram e é sempre tudo muito perfeito, e há sempre muita gente a treinar todos os dias e a comer super bem. Na vida real não é assim. Mais de metade das pessoas que são influencers e que mostram esse lado irreal não são assim e sofrem por isso. Eu aumentei um bocadinho o peso e já estava a pensar… Mas não, eu estou ótima, estou incrível, só que já temos esta paranoia na nossa cabeça, que tem de ser tudo perfeito. Eu aceito muito bem o meu corpo. Acho épico ter o corpo que tenho e mostrar às raparigas que não há mal em sermos como somos.

Reparei que assume as manchas que tem no corpo em Sangue Oculto…

Tenho umas manchinhas no corpo, que sempre me quiseram tapar e disfarçar. E eu pedi para não o fazerem, porque há milhares de pessoas no Mundo que têm isto. Nós não somos perfeitos e uma novela tem de estar o mais próximo de retratar a realidade. Eu sou real.

Que manchas são essas?

É um fungo que eu tenho e que milhares de pessoas têm. Com o calor e o stress rebenta mais. Há alturas na novela em que se vai notar mais, porque eu estava mais vermelha, era muito calor. Eu não tenho vergonha. É o fungo do calor. É como o do herpes, as pessoas têm e pode ressurgir. Eu tenho isto há 12 anos. Depois vai desaparecendo, este ano está um bocadinho mais complicado.

Mas há tratamento…

As pessoas têm é de se informar e encontrar um bom dermatologista. Quando me sentir mal com elas, começo a tratar. Nunca tratei, fui adiando. As manchas não doem, houve uma altura em que estava mais irritado e dava um bocadinho de comichão…

Sendo mãe solteira, e a gravar com intensidade, como gere tudo?

Tenho a sorte de ter os meus pais no meu prédio. Eles ajudam-me imenso, têm uns horários mais flexíveis, e quando estou a gravar até mais tarde eles vão buscar o Vasco à escola e depois eu vou buscá-lo e vou fazer o jantar, porque é a minha responsabilidade. Eu podia dizer à minha mãe para fazer o jantar, mas eu faço questão. É tempo que eu estou na cozinha e ele está comigo, já vai tomar banho sozinho… jantamos juntos. Temos de nos adaptar. Há sempre solução para tudo.

Como está o Vasquinho?

Está ótimo. Tem seis anos, já é um crescido, é o meu companheiro mesmo, já me diz que vai sozinho para a porta da escola. Ele sempre foi muito curioso e de querer aprender coisas novas, está deliciado. Chega a casa e diz que fez as fichas todas e que acabou muito rápido.

Não sente que passa muito rápido?

Passa. Daqui a bocado estalamos os dedos e ele já tem 15 ou 17 anos. É bom acompanhar o crescimento, ter um ser humano a crescer ao nosso lado

Normalmente, tem cuidado porque mostra mais o corpo na novela?

Tenho. Com o inverno, as comidinhas boas, os molhos, e eu adoro comer, é mais difícil. Claro que agora houve uma diferença, saímos do verão, em que andámos sempre mais de um lado para o outro, há os festivais, o corpo mexe mais. Estou um pouco mais sedentária, mas tento ir todos os dias ao ginásio, desde que tenha o corpo ativo, já é o suficiente. Estou a tentar manter… Está tudo certo.

Tradições de Passagem de ano

A atriz gosta de comemorar a passagem de ano, apesar de não fazer grandes planos. “Passo ano sim, ano não, com o Vasquinho. Mas gosto de festejar. Se estiver com ele fico mais em casa, porque não gosto de o levar para confusões”, partilha, dizendo que tradições tem: “Como as 12 passas
e normalmente tento usar umas cuecas azuis-clarinhas. É mais por graça do que por acreditar.”