A Associação Sara Carreira foi lançada em maio. A família quis, com a perda de Sara, garantir que esta é recordada pelo ser humano que era. Tony e a restante família puseram mãos à obra com a ajuda de vários amigos e criaram a associação que tem como principal objetivo ajudar.
“Queremos fazer com que a Sara se mantenha viva em nós e nos outros. Ela era um ser cheio de luz, uma menina incrível, que queria ajudar tudo e todos, e é esse o nosso papel. Na Associação Sara Carreira queremos dar oportunidade de ajudar crianças e jovens a cumprir os seus sonhos”, diz-nos uma das porta-vozes da Associação, Cristina Rodrigues, numa altura em que se assinalam os seis meses sobre o desaparecimento da jovem cantora (Sara morreu a 5 de dezembro de 2020).
Para já, a Associação está a receber, através do site e do email, candidaturas para bolsas de estudo. “Temos recebido imensas candidaturas. As inscrições vão estar abertas até ao dia 30 de junho. Depois, em julho, vamos analisar todas, conhecer as histórias, confirmar a veracidade dos dados, e em agosto vamos atribuir 21 bolsas”, explicam-nos. “São 21 bolsas, um número igual à idade da Sara”, acrescenta.
Estas bolsas vão dar a oportunidade de crianças e jovens poderem ter formação. “A margem de idades vai dos 12 aos 21 anos, mas isso não quer dizer que pessoas com 22 e 23 não enviem as suas candidaturas. Mais tarde, tudo se pode vir a agilizar e chegar também a outras faixas etárias”, diz-nos Cristina.
“A ideia é conseguirmos fazer com que estes bolseiros possam ter formação nas áreas que mais gostam, seja na música, representação, dança, ou algo como mecânica, cozinha… A Sara era uma menina cheia de sonhos, lutadora, e gostava de acompanhar os sonhos dos outros, de ajudar e, por isso, quem ganhar estas bolsas vai saber quem foi a Sara e que foi graças a ela e ao legado dela que conseguiu chegar ao seu sonho também. Isso vai fazer com que o nome dela esteja vivo em nós e nos outros”, assegura-nos, confiante na missão a que se propõem.
“Qualquer um pode ser padrinho ou madrinha”
Apesar de a Associação ter vários embaixadores, sobretudo caras conhecidas, a mesma conta também com mecenas e padrinhos/madrinhas. Mas “qualquer um pode ser padrinho ou madrinha. A ideia é as pessoas também nos fazerem chegar a sua vontade em ajudar os outros. O papel do padrinho é simples: esta pessoa vai ter de acompanhar a criança ou jovem na sua formação. Vai ter de fazer relatórios sobre o desenvolvimento da criança, ajudá-la, acompanhá-la e direcioná-la. O dinheiro, esse, é da responsabilidade da associação, que é angariado através de mecenas, empresas ou pessoas em nome individual. Não quer dizer que o próprio padrinho não o faça, mas essa não é uma condição”, explica-nos Cristina.
A primeira ação da associação é esta, mas muitas outras se vão seguir. “Começámos agora, queremos fazer as coisas certas e trabalhar como a Sara trabalharia: com responsabilidade e empatia pelos outros. Queremos chegar a todos na medida em que nos for possível, mas vamos iniciar por estas 21 bolsas. Depois, com calma e com os projetos já em andamento, continuaremos a promover a ajuda”, admite-nos a porta-voz da associação. “Temos todos a certeza que a Sara, se nos estiver a ver, estará muito orgulhosa do que estamos a fazer, do que estamos a promover. Ela era uma menina que ficava bem só de ver os outros bem. Para ela, ajudar alguém a cumprir um sonho era uma vitória, por isso, sabemos que ela, esteja onde estiver, está feliz com este projeto”, garante-nos, emocionada, Cristina Rodrigues.
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Texto: Catarina Martins; Fotos: Instagram e Associação Sara Carreira
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