Nacional

Caso Valentina: Por que um pai mata um filho? Especialista explica

12 Maio, 2020

O pai e a madrasta de Valentina, de 9 anos, encontrada morta este domingo em Peniche estão “fortemente indiciados do crime de homicídio”. Mas afinal, o que pode levar um pai a matar um filho? Elisabete Mechas explica.

O pai e a madrasta de Valentina, de 9 anos, encontrada morta este domingo em Peniche, estão «fortemente indiciados do crime de homicídio e ocultação de cadáver, entre outros crimes». O casal foi interrogado toda a noite e preso na manhã seguinte, de 10 de maio.  António Jordão, da Polícia Judiciária (PJ), prestou esclarecimentos adicionais sobre a morte da menina no Departamento de Investigação Criminal de Leiria. O corpo foi encontrado numa zona de mato perto da praia D’el Rei, a 6 km da casa do pai da menina, que confessou o crime, juntamente com a sua atual mulher. Cadáver vai ser autopsiado.

Mas afinal o que pode levar um pai a matar um filho?

Elisabete Mechas, psicóloga clínica explica de uma forma geral e não neste caso especifico o que é «incompreensível para o senso comum».

«Julgo que há estruturas de personalidade que se organizam de uma forma perturbada e que às vezes se manifestam. São estruturas frágeis em que em momentos de maior tensão, raiva acabam por não se conseguir manter estruturalmente a pensar e agem. Nesta forma de agir, de alguma forma, a destruir as pessoas à volta que lhes causam algum mal», explica a psicóloga.

«São pessoas doentes, há picos de desorganização da mente, são surtos psicóticos que as pessoas têm. São alturas em que a pessoa fica incapaz de pensar, está impelida só pela ação, pela agressividade.»

Veja também: Menina de Peniche encontrada morta. Pai suspeito de asfixiar a filha na banheira | Última hora

Matar não significa que não ame

Um pai matar um filho «não significa que não ame essa criança». «Quem ama cuida, quem ama de uma forma normal sabe cuidar e proteger, mas muita vezes esse amor é entendido como um sentimento de posse. É um amor desviado. Quando ele se reveste neste lado de posse, narcísico é mais fácil que isto aconteça. Lá está, acontece muito em separações, mas acontecem gritos, discussões, às vezes não há a capacidade de proteger quem é desprotegido», sublinha.

Crime cometido em casa

A PJ acredita que crime terá sido cometido em casa ainda na quarta-feira, 7 de maio, e afasta a hipótese de acidente, acrescentando que tudo terá acontecido por «questões internas do funcionamento da família». Na habitação estariam mais três menores: um de 11 ou 12 anos, outro de 4 anos e o mais novo com meses.

Ainda segundo a GNR, o pai de Valentina, de 32 anos, deslocou-se várias vezes ao posto para obter informações sobre o desaparecimento da filha. Tanto ele como a mulher, de 38 anos, vão aguardar em prisão preventiva para saber as medidas de coação que lhe serão aplicadas.

Mãe destroçada

Os pais de Valentina tinham a guarda partilhada da filha. A menina estava a passar uma temporada com o progenitor. Ontem, nas redes sociais a mãe voltou a fazer uma publicação na página do Facebook, dando mostras de estar destroçada sem saber o paradeiro da filha. «Mais um dia a acabar mais horas que parecem não ter fim… Meu amor meu anjo minha vida onde estás tu??? Oh meu Deus traz-me a minha filha de volta para os meus braços…. Por favor estamos desesperados.. volta pra nós por favor», escreveu Sónia Fonseca.

Texto: Ana Lúcia Sousa com Carla Rodrigues

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